Fanfics Brasil - Capítulo 35 (2ª Temporada) Divergente, Insurgente, Convergente (Vondy adp.)

Fanfic: Divergente, Insurgente, Convergente (Vondy adp.) | Tema: Série Divergente


Capítulo: Capítulo 35 (2ª Temporada)

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Esta manhã, coloco as roupas limpas que eles me oferecem: uma camisa preta de
mangas compridas e calça preta. A calça está larga demais, mas e daí? Não ganho sapatos.
Ainda não está na hora. Entrelaço os dedos uns nos outros e abaixo a cabeça. Às vezes, meu pai fazia isso antes de sentar-se para tomar o café da manhã, mas nunca perguntei o que ele estava fazendo. Mesmo assim, gostaria de sentir que pertenço ao meu pai mais uma vez, antes de... bem, antes que tudo acabe.
Alguns minutos silenciosos depois, Peter me diz que está na hora de ir. Ele quase não olha para mim, apenas encara a parede dos fundos, carrancudo. Acho que realmente seria pedir demais ver um rosto amigável esta manhã. Levanto-me, e descemos o corredor juntos.
Meus dedos do pé estão gelados. Meus pés grudam nos ladrilhos. Viramos o corredor, e ouço gritos abafados. A princípio, não consigo entender o que a voz está dizendo, mas, ao nos aproximarmos, seus gritos ganham forma:
– Eu quero... ela! – Christopher. – Eu... ver ela!
Olho para Peter.
– Não posso falar com ele uma última vez, não é?
Peter balança a cabeça.
– Mas há uma janela. Talvez, se ele vir você, finalmente cale a boca.
Ele me guia por um corredor sem saída, com apenas cerca de dois metros de comprimento. No final, há uma porta, e Peter tem razão: há uma pequena janela perto do topo, cerca de trinta centímetros acima da minha cabeça.
– Dul! – A voz de Christopher está ainda mais clara aqui. – Quero vê-la!
Levanto o braço e encosto a palma da mão no vidro. Os gritos cessam, e seu rosto aparece atrás do vidro. Seus olhos estão vermelhos; seu rosto, manchado. Ele é bonito. Ele me encara por alguns segundos, depois encosta a mão no vidro, alinhando-a com a minha. Finjo sentir o calor dela através do vidro.
Christopher encosta a testa na porta e fecha os olhos com força.
Abaixo a mão e me viro antes que ele volte a abrir os olhos. Sinto uma dor em meu peito, pior do que a que senti quando levei um tiro no ombro. Agarro a parte da frente da minha camisa, afasto as lágrimas e me junto novamente a Peter no corredor principal.
– Obrigada – digo baixinho. Queria ter dito isso mais alto.
– Que seja. – Peter fica carrancudo novamente. – Vamos logo.
Ouço uma confusão em algum lugar adiante. O som de uma multidão. O corredor seguinte está abarrotado de traidores da Audácia, altos e baixos, jovens e velhos, armados e desarmados. Todos estão usando a faixa azul da traição nos braços.
– Ei! – grita Peter. – Abram caminho!
Os traidores da Audácia mais próximos o ouvem e se apertam contra as paredes para dar passagem. Os outros logo fazem o mesmo, e todos ficam calados. Peter dá um passo para trás, a fim de permitir que eu vá na frente. Sei o caminho a partir daqui.
Não sei quando os sons de batidas começam, mas alguém bate com os punhos contra a parede, e outra pessoa o imita, e eu desço o corredor em meio a traidores solenes, mas barulhentos, com as mãos movendo-se ao lado de seus corpos. As batidas são tão rápidas que meu coração acelera para tentar acompanhá-las.
Alguns dos traidores inclinam a cabeça quando passo. Não sei exatamente por que fazem isso, mas não importa.
Alcanço o final do corredor e abro a porta da minha câmara de execução.
Eu a abro.
Se os traidores da Audácia abarrotavam o corredor, os membros da Erudição abarrotam a sala de execução. Mas, aqui, já deixaram um caminho aberto para mim. Eles me estudam silenciosamente, enquanto caminho até a mesa de metal no centro da sala. Jeanine está a poucos passos de distância. Consigo ver os
arranhões em seu rosto por trás da maquiagem, que parece ter sido aplicada às pressas. Ela não olha para mim.
Há quatro câmeras penduradas no teto, uma sobre cada canto da mesa. Sentome, enxugo as mãos na calça, depois me deito.
A mesa é fria. Gelada. E o frio atravessa minha pele, alcançando meus ossos.
Talvez isso seja apropriado, já que é o que ocorrerá com meu corpo depois que a vida o tiver abandonado por completo; ele se tornará frio e pesado, mais pesado do que jamais fui. Quanto ao resto de mim, não sei. Algumas pessoas acreditam que não há nada depois, e talvez tenham razão, mas talvez não. Tais especulações não me servem mais de nada, de qualquer maneira.
Peter enfia um eletrodo sob a gola da minha camisa e o aperta contra o meu peito, bem acima do coração. Em seguida, conecta um fio ao eletrodo e liga o monitor cardíaco. Ouço meu batimento cardíaco, rápido e forte. Logo, onde havia esse ritmo constante, não haverá mais nada.
De repente, de dentro de mim, brota um único pensamento:
Não quero morrer.
Nunca levei a sério todas aquelas vezes que Christopher brigou comigo porque eu estava arriscando minha vida. Acreditei que quisesse estar com meus pais e que desejasse o fim de tudo isso. Tinha certeza de que queria imitar o autossacrifício deles. Mas não. Não, não.
Ardendo e borbulhando dentro de mim, há o desejo de viver.
Não quero morrer não quero morrer não quero!
Jeanine dá um passo para a frente, segurando uma seringa cheia de soro roxo.
Seus óculos refletem a luz fluorescente acima de nós, e mal consigo ver seus olhos.
Cada parte do meu corpo entoa em uníssono. Viver, viver, viver. Pensei que, para dar minha vida em troca da vida de Afonso, em troca da vida dos meus pais, eu precisava morrer, mas estava errada; preciso viver minha vida à luz das suas mortes. Preciso viver.
Jeanine segura a minha cabeça com uma mão e insere a agulha no meu pescoço com a outra.
Eu ainda não terminei!, grito dentro da minha cabeça, mas não para Jeanine. Eu ainda não terminei aqui!
Ela injeta o soro. Peter inclina-se para a frente e olha nos meus olhos.
– O soro fará efeito em um minuto. Seja corajosa, Dul.
Suas palavras me surpreendem, porque são exatamente o que Christopher disse quando me colocou sob minha primeira simulação.
Meu coração começa a disparar.
Por que Peter pediria para eu ser corajosa? Por que ele me ofereceria qualquer palavra gentil?
Todos os músculos do meu corpo relaxam ao mesmo tempo. Meus membros ficam pesados. Se isso é a morte, não é tão ruim assim. Meus olhos permanecem abertos, mas minha cabeça desaba para o lado. Tento fechar os olhos, mas não consigo. Não consigo me mover.
De repente, o monitor cardíaco para de apitar.



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Autor(a): Fer Linhares

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Mas ainda respiro. Não profundamente; não o bastante para me satisfazer, mas respiro. Peter fecha as minhas pálpebras. Será que ele sabe que não estou morta? Será que Jeanine sabe? Será que ela consegue ver que estou respirando?– Leve o corpo para o laboratório – diz Jeanine. – A autóp ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 13



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  • manoellaaguiar_ Postado em 09/10/2016 - 14:43:04

    Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 06/10/2016 - 22:22:23

    Continua ❤️

  • manoellaaguiar_ Postado em 04/10/2016 - 18:30:16

    Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 03/10/2016 - 21:14:21

    Brigadaaa! Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 03/10/2016 - 15:53:35

    Continuaaa! Faz maratonaaa!

  • manoellaaguiar_ Postado em 02/10/2016 - 14:43:08

    Eu nunca li o livro convergente pq eu N TO preparada pra aquele negocio que acontece hahahah! Já comprei a quase um ano e ainda tá guardado lá, um dia eu pego ele!

  • manoellaaguiar_ Postado em 01/10/2016 - 19:20:24

    Tá maravilhosaaa! Já vi esse filme e adorei! E tô amando a adaptação agora

  • manoellaaguiar_ Postado em 28/09/2016 - 22:35:16

    Cnttt

  • manoellaaguiar_ Postado em 27/09/2016 - 20:38:10

    Continuaaa

  • Postado em 25/09/2016 - 21:24:21

    Aaai deusss! Continuaaa


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