Fanfics Brasil - Capítulo 41 (2ª Temporada) Divergente, Insurgente, Convergente (Vondy adp.)

Fanfic: Divergente, Insurgente, Convergente (Vondy adp.) | Tema: Série Divergente


Capítulo: Capítulo 41 (2ª Temporada)

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Ao alcançarmos A cidade, todos na caminhonete param de conversar e contraem os lábios, com o rosto pálido. Víctor desvia de buracos no asfalto do tamanho de pessoas e pedaços de ônibus quebrados. O trajeto fica mais fácil quando deixamos o território dos sem-facção e entramos na parte mais limpa da cidade.
De repente, ouço tiros. Dessa distância, eles soam como estalos.
Por um segundo, fico desorientada, e tudo o que consigo ver são os líderes da Abnegação de joelhos sobre a calçada e os membros da Audácia com o rosto inexpressivo e armas nas mãos; tudo o que consigo ver é minha mãe virando-se para receber os tiros e Afonso desabando no chão. Mordo meu punho para não soltar um grito, e a dor me traz de volta ao presente.
Minha mãe pediu que eu fosse corajosa. Mas, se ela soubesse que sua morte me traria tanto medo, será que teria se sacrificado daquela maneira?
Abandonando o comboio de caminhonetes, Víctor vira na avenida Madison e, quando estamos a apenas duas quadras da avenida Michigan, onde a batalha está sendo travada, ele entra em um beco e desliga o motor.
Fernando pula para fora da carroceria e me oferece a mão.
– Vamos, Insurgente – diz ele, piscando.
– O quê? – pergunto. Seguro seu braço e deslizo para fora da caminhonete.
Ele abre a bolsa sobre a qual estava sentado. Está cheia de roupas azuis. Ele as vasculha, jogando peças para mim e para Anahí. Fico com uma camiseta azul brilhante e uma calça jeans.
– Insurgente. Substantivo. Uma pessoa que age em oposição à autoridade estabelecida, mas que não é necessariamente considerada agressiva.
– Você precisa dar nome a tudo? – pergunta Cara, passando a mão sobre seu cabelo loiro-claro para arrumar os fios soltos. – Só estamos fazendo algo, e, por acaso, estamos em grupo. Não é por isso que precisamos de um novo título.
– Acontece que eu gosto de categorizar as coisas – responde Fernando, erguendo a sobrancelha escura.
Encaro Fernando. Na última vez que invadi a sede de uma facção, eu carregava uma arma e deixei alguns corpos para trás. Quero que dessa vez seja diferente.
Preciso que seja diferente.
– Eu gostei – digo. – Insurgente. É perfeito.
– Viu só? – diz Fernando. – Não sou o único.
– Parabéns – responde Cara ironicamente.
Encaro minhas roupas da Erudição, enquanto os outros tiram suas roupas rapidamente.
– Não temos tempo para pudores, Careta – diz Anahí, olhando para mim com reprovação.
Sei que ela tem razão, então tiro a camisa vermelha que estava usando e visto a azul. Olho para Fernando e Víctor, a fim de me certificar de que eles não estão 
observando, e troco a calça também. Preciso dobrar a calça quatro vezes, e, quando prendo o cinto, a cintura da calça dobra como o topo de um saco de papel amassado.
– Ela te chamou de “Careta”? – pergunta Fernando.
– Sim – respondo. – Eu me transferi da Abnegação para a Audácia.
– Ah. – Ele franze a testa. – É uma mudança e tanto. Esse tipo de salto de personalidade entre gerações é quase geneticamente impossível hoje em dia.
– Às vezes, a personalidade de uma pessoa não tem nada a ver com sua escolha de facção – digo, pensando na minha mãe. Ela não deixou a Audácia porque não se encaixava na facção, mas porque era mais seguro ser Divergente na Abnegação. E há também o caso de Christopher, que se transferiu para a Audácia para fugir do pai. – Há muitos fatores envolvidos.
Ele se transferiu para escapar do homem a quem me aliei. Sinto uma pontada de culpa.
– Se você continuar falando assim, eles nunca vão descobrir que você não pertence à Erudição – diz Fernando.
Penteio o cabelo para alisá-lo, depois o prendo atrás das orelhas.
– Deixa eu ajudar você – diz Cara. Ela afasta uma mecha de cabelo do meu rosto e prende-a com um grampo prateado, como as garotas da Erudição costumam fazer.
Anahí pega as armas que trouxemos e olha para mim.
– Você quer uma? Ou prefere carregar o atordoador?
Encaro a arma em sua mão. Se eu não carregar pelo menos o atordoador, ficarei completamente vulnerável a pessoas que atirarão em mim sem pensar duas vezes.
Mas, se eu escolher o atordoador, demonstrarei minha fraqueza diante de
Fernando, Cara e Víctor.
– Sabe o que Afonso diria? – pergunta Anahí.
– O quê? – digo, com a voz trêmula.
– Ele diria para você superar isso logo. Para deixar de ser tão irracional e pegar logo a droga da arma.
Afonso não tinha muita paciência para a irracionalidade. Anahí deve estar certa; ela o conhecia melhor do que eu.
E ela, que perdeu alguém querido aquele dia, assim como eu, foi capaz de me perdoar, um ato que deve ter sido quase impossível. Teria sido impossível para mim, se fosse o inverso. Então, por que é tão difícil perdoar a mim mesma?
Fecho a mão sobre a arma que Anahí me oferece. A parte do metal onde ela encostou está morna. Sinto a memória de atirar em Afonso cutucando o fundo da minha mente e tento reprimi-la. Mas não consigo. Solto a arma.
– O atordoador é uma ótima opção – diz Cara, tirando um fio de cabelo da manga da sua camisa. – Aliás, na minha opinião, os membros da Audácia são chegados demais a armas.
Fernando me oferece o atordoador. Gostaria de poder comunicar minha gratidão a Cara, mas ela não está olhando para mim.
– Como conseguirei esconder isso? – pergunto.
– Não precisa nem tentar – responde Fernando.
– Certo.
– É melhor irmos logo – diz Víctor, olhando para o relógio.
Meu coração bate tão forte que marca cada segundo, mas o resto do meu corpo está dormente. Quase não consigo sentir o chão. Nunca senti tanto medo, e, considerando tudo o que vi nas simulações e tudo o que fiz durante a simulação de ataque, isso não faz o menor sentido.
Ou talvez faça. O que quer que a Abnegação estivesse prestes a mostrar para o restante da cidade antes do ataque, foi o bastante para fazer Jeanine tomar medidas drásticas e terríveis para impedi-la. E agora estou prestes a concluir esse trabalho, o trabalho pelo qual minha antiga facção morreu. Há muito mais do que minha vida em jogo agora.
Eu e Anahí vamos na frente. Descemos correndo as calçadas limpas e planas da avenida Madison, pas sando pela rua State, em direção à avenida Michigan.
A meia quadra da sede da Erudição, paro repentinamente.
Há um grupo de pessoas organizadas em quatro fileiras diante de nós, a maioria delas vestida de preto e branco, a cerca de meio metro de distância umas das outras, com as armas erguidas e preparadas. Pisco os olhos, e eles tornam-se membros da Audácia sob o controle da simulação, no setor da Abnegação, durante a simulação de ataque. Controle-se! Controle-se controle-se controle-se... Pisco novamente, e eles voltam a ser membros da Franqueza, embora alguns deles, vestidos todos de preto, pareçam da Audácia. Se eu não tomar cuidado, perderei a noção de onde e quando estou.
– Meu Deus – diz Anahí. – Minha irmã, meus pais... e se eles...
Ela olha para mim, e eu acho que sei o que ela está pensando, porque já passei por isso antes. Onde estão meus pais? Preciso encontrá-los. Mas, se os pais delas
estiverem na mesma situação desses membros da Franqueza, controlados pela simulação e armados, ela não poderá fazer nada por eles.
Será que Lynn se encontra em uma dessas fileiras, em algum outro lugar?
– O que faremos agora? – diz Fernando.
Dou um passo em direção aos membros da Franqueza. Talvez eles não estejam programados para disparar. Encaro os olhos enevoados de uma mulher vestindo blusa branca e calça preta. Ela parece ter acabado de chegar do trabalho. Dou mais um passo.
Bang! Salto instintivamente para o chão, cobrindo a cabeça com os braços, e me arrasto para trás, em direção aos sapatos de Fernando. Ele me ajuda a levantar.
– Que tal não fazermos mais isso? – diz ele.
Inclino-me para a frente, mas não muito, e espio para dentro do beco entre o prédio ao nosso lado e a sede da Erudição. Há membros da Franqueza dentro do beco também. Provavelmente, há muitos membros da Franqueza cercando todo o prédio da Erudição.
– Há alguma outra maneira de entrarmos na sede da Erudição? – pergunto.
– Não que eu saiba – diz Cara. – A não ser que você queira saltar de um telhado para outro.
Ela ri um pouco ao dizer isso, como se fosse uma piada. Ergo uma sobrancelha e olho para ela.
– Espera aí. Você não está pensando em...
– O telhado? Não. As janelas.
Ando para a esquerda, tomando cuidado para não avançar nem um centímetro na direção dos membros da Franqueza. O prédio à minha esquerda fica próximo da sede da Erudição. Deve haver algumas janelas voltadas umas para as outras.
Cara sussurra algo a respeito das loucuras que as pessoas da Audácia cometem, mas corre atrás de mim, seguida por Fernando, Marcus e Christina. Tento abrir a porta dos fundos do edifício, mas está trancada.
Anahí dá um passo para a frente e diz:
– Afastem-se.
Ela aponta a arma para a tranca. Protejo o rosto com as mãos, e ela dispara.
Ouvimos um estrondo alto, seguido por um zunido causado por um disparo tão próximo. A tranca rompeu-se.
Abro a porta e entro. Sou recebida por um longo corredor com chão de ladrilhos e portas dos dois lados, algumas abertas e outras fechadas. Quando olho para dentro das salas abertas, vejo fileiras de mesas antigas e quadros-negros nas paredes, como os da sede da Audácia. O ar cheira a mofo, como as páginas de um livro de biblioteca misturadas a algum produto de limpeza.
– Isto costumava ser um edifício comercial – diz Fernando –, mas a Erudição o
transformou em uma escola para a educação pós-Escolha. Depois das grandes reformas na sede da Erudição, há cerca de dez anos, quando todos os edifícios diante do Millenium foram conectados, eles suspenderam as aulas aqui. O prédio era velho demais e difícil de renovar.
– Obrigada pela aula de história – diz Anahí.
Ao alcançar o final do corredor, entro em uma das salas de aula para me localizar. Vejo os fundos da sede da Erudição, mas não há nenhuma janela do outro lado do beco que esteja no nível da rua.
Pela janela, vejo uma criança da Franqueza, uma menininha, tão perto que eu poderia tocá-la se esticasse o braço através da janela. Ela segura uma arma do tamanho do seu antebraço e está tão imóvel que nem parece res pirar.
Inclino o pescoço para ver as janelas acima do nível da rua. Acima da minha cabeça, no prédio escolar, há muitas delas. Nos fundos da sede da Erudição, há apenas uma no mesmo nível. Ela fica no terceiro andar.
– Tenho boas notícias – digo. – Encontrei uma maneira de atravessarmos.



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Autor(a): Fer Linhares

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 13



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  • manoellaaguiar_ Postado em 09/10/2016 - 14:43:04

    Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 06/10/2016 - 22:22:23

    Continua ❤️

  • manoellaaguiar_ Postado em 04/10/2016 - 18:30:16

    Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 03/10/2016 - 21:14:21

    Brigadaaa! Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 03/10/2016 - 15:53:35

    Continuaaa! Faz maratonaaa!

  • manoellaaguiar_ Postado em 02/10/2016 - 14:43:08

    Eu nunca li o livro convergente pq eu N TO preparada pra aquele negocio que acontece hahahah! Já comprei a quase um ano e ainda tá guardado lá, um dia eu pego ele!

  • manoellaaguiar_ Postado em 01/10/2016 - 19:20:24

    Tá maravilhosaaa! Já vi esse filme e adorei! E tô amando a adaptação agora

  • manoellaaguiar_ Postado em 28/09/2016 - 22:35:16

    Cnttt

  • manoellaaguiar_ Postado em 27/09/2016 - 20:38:10

    Continuaaa

  • Postado em 25/09/2016 - 21:24:21

    Aaai deusss! Continuaaa


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