Fanfics Brasil - Capítulo 42 (2ª Temporada) Divergente, Insurgente, Convergente (Vondy adp.)

Fanfic: Divergente, Insurgente, Convergente (Vondy adp.) | Tema: Série Divergente


Capítulo: Capítulo 42 (2ª Temporada)

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Nós nos espalhamos pelo prédio, à procura de depósitos de material de limpeza, para tentar encontrar uma escada. Ouço o som de tênis rangendo nos ladrilhos, e alguém grita:
– Encontrei um! Ah, não! Só há baldes dentro. Deixa pra lá.
Outra pessoa grita:
– Que tamanho a escada precisa ter? Uma escada curta não adianta, não é? Enquanto eles procuram, encontro a sala de aula do terceiro andar com vista para a janela da Erudição. Abro três janelas até encontrar a certa.
Inclino o corpo para fora, por cima do beco, e grito:
– Ei!
Depois, volto para dentro o mais rápido possível. Mas não ouço tiros. Que bom, penso. Eles não reagem a sons.
Anahí entra na sala com uma escada sob o braço, seguida pelos outros.
– Achei uma! Acho que ficará comprida o bastante quando a abrirmos.
Ela se vira repentinamente, e a escada bate no braço de Fernando.
– Ah! Desculpe, Nando.
O choque entorta os óculos de Fernando. Ele sorri para Anahí e tira os óculos, enfiando-os no bolso.
– Nando? – pergunto a ele. – Pensei que as pessoas da Erudição não gostassem de apelidos.
– Quando uma menina bonita chama você por um apelido, aceitá-lo é uma atitude lógica.
Anahí desvia o rosto e, a princípio, penso que está acanhada, mas então vejo que seu rosto se contorce, como se ela tivesse recebido um tapa, e não um elogio.
A morte de Afonso ainda é recente demais para que ela consiga aceitar um flerte.
Ajudo-a a deslizar a ponta da escada pela janela da sala de aula e através do espaço entre os dois edifícios. Víctor nos ajuda a estabilizá-la. Fernando solta um grito de alegria quando a escada encosta na janela da Erudição, do outro lado do beco.
– Agora, precisamos quebrar o vidro – digo.
Fernando pega o dispositivo de quebrar vidros do bolso e me oferece.
– Você provavelmente tem uma mira melhor – diz ele.
– Eu não contaria com isso. Meu braço direito está inutilizado. Eu precisaria lançar com o esquerdo.
– Deixa comigo – diz Anahí.
Ela aperta o botão na lateral do aparelho e o lança até o outro lado do beco, movimentando o braço por baixo. Cerro os punhos e espero pela aterrissagem do dispositivo. Ele quica no parapeito e rola* até o vidro. Há um flash de luz laranja e, de repente, todas as janelas, de cima, de baixo e do lado, se estilhaçam, formando centenas de minúsculos cacos que chovem sobre os membros da Franqueza abaixo.
Instantaneamente eles se voltam para cima e atiram. Todos se jogam no chão, mas eu permaneço em pé, maravilhada com a sincronia perfeita da situação e, ao mesmo tempo, enojada com o fato de que Jeanine Matthews transformou mais uma facção de seres humanos em peças de uma máquina. Nenhuma das balas atinge as janelas da sala de aula e muito menos o seu interior.
Quando os membros da Franqueza param de disparar, olho para baixo. Eles voltaram às suas posições originais: metade olhando para a avenida Madison, e a outra metade olhando para a rua Washington.
– Eles respondem apenas a movimentos, portanto... não caiam da escada – digo.
– O primeiro a atravessar precisará segurar a ponta do outro lado.
Noto que Víctor, que deveria se oferecer de maneira altruísta para todas as tarefas, não se voluntaria.
– Não está se sentindo muito Careta hoje, Víctor? – pergunta Anahí.
– Se eu fosse você, tomaria cuidado com quem insulta. Ainda sou a única pessoa aqui capaz de encontrar o que estamos procurando.
– Você está me ameaçando?
– Eu vou – digo, antes que Víctor consiga responder. – Também sou um pouco Careta, não é?
Prendo o atordoador sob a cintura da calça e subo em uma mesa para ficar em um ângulo melhor com a janela. Anahí segura os lados da escada enquanto subo nela e começo a me deslocar para a frente.
Depois de atravessar a janela, posiciono meus pés nas estreitas barras laterais da escada e as mãos nos degraus. Ela parece tão sólida e estável quanto uma lata de alumínio, rangendo e vergando sob meu peso. Tento não olhar para os membros da Franqueza abaixo; tento não pensar em suas armas sendo erguidas e atiradas em minha direção.
Respirando rapidamente, olho para o meu destino, a janela da Erudição. Só faltam alguns poucos degraus.
Uma brisa atravessa o beco, empurrando-me para o lado, e lembro-me da vez que escalei a roda gigante com Christopher. Naquela situação, foi ele quem me ajudou a me equilibrar. Agora, não há ninguém para fazer isso.
Vejo de relance o chão, três andares abaixo, com os tijolos menores do que deveriam ser e as fileiras de pessoas da Franqueza, escravizadas por Jeanine. Meus braços doem enquanto me desloco lentamente através do vão, especialmente o braço direito.
A escada escorrega um pouco, aproximando-se mais da beirada da janela do outro lado. Anahí está mantendo um lado estável, mas não pode impedir que a escada deslize do outro. Cerro os dentes e tento não balançá-la, mas não posso mover as duas pernas ao mesmo tempo. Preciso deixar que a escada balance um pouco. Só faltam quatro degraus.
A escada gira violentamente para a esquerda, e depois, ao mover meu pé direito para a frente, não encontro a beirada do degrau.
Solto um grito, e meu corpo é lançado para o lado. Fico abraçada à escada, com uma das pernas pendurada no ar.
– Você está bem? – grita Anahí, atrás de mim.
Não respondo. Levanto a perna e a enfio sob meu corpo. Meu deslizar fez com que a escada se aproximasse ainda mais da beirada da janela. Agora, ela está apoiada por apenas um milímetro de concreto.
Decido mover-me rapidamente. Lanço-me em direção ao parapeito no momento exato em que a escada desliza para fora da janela. Minhas mãos agarram o parapeito, e o concreto arranha as pontas dos meus dedos, que suportam todo o peso do meu corpo. Ouço vários gritos atrás de mim.
Cerro os dentes ao erguer o corpo, e meu braço direito lateja de dor. Chuto a parede de tijolos do edifício, esperando que isso me dê alguma tração, mas não adianta nada. Grito, entre dentes cerrados, ao erguer o corpo por cima do
parapeito, e fico com a metade do corpo para dentro e a outra metade pendurada
para fora. Felizmente, Anahí não deixou que a escada caísse muito. Nenhum dos membros da Franqueza atira em mim.
Puxo o restante do corpo para dentro do prédio da Erudição. Estou em um banheiro. Desabo no chão, sobre o ombro esquerdo, e tento respirar, apesar da dor. Gotas de suor escorrem da minha testa.
Uma mulher da Erudição sai de uma das cabines do banheiro, e eu me levanto
rapidamente, sacando o atordoador, sem pensar.
Ela fica paralisada, com os braços para cima e um pedaço de papel higiênico preso no sapato.
– Não atire! – diz ela, com os olhos esbugalhados, confundindo o atordoador com uma arma de fogo.
De repente, lembro-me de que estou vestida com roupas da Erudição. Abaixo o atordoador.
– Perdão. – Tento adotar a fala formal das pessoas da Erudição. – Estou um pouco tensa com tudo o que está ocorrendo. Estamos reentrando, para recuperar parte dos resultados dos nossos testes do... Laboratório 4-A.
– Ah – diz a mulher. – Isso não me parece muito sensato.
– São dados extremamente importantes – explico, tentando soar tão arrogante quanto alguns dos membros da Erudição com quem já conversei. – Prefiro impedir que eles acabem cravados de balas.
– Longe de mim impedi-la de tentar recuperá-los. Agora, com sua licença, vou
lavar minhas mãos e depois me refugiar.
– Sem problemas – respondo. Decido não dizer a ela que há papel higiênico preso em seu sapato.
Volto-me novamente para a janela. Do outro lado do beco, Anahí e Fernando estão tentando erguer a escada outra vez até o parapeito. Embora meus braços e mãos doam, inclino o corpo para fora e agarro a outra ponta da escada, levantando-a até a janela. Depois, seguro-a no lugar enquanto Anahí atravessa.
Dessa vez, a escada fica mais estável, e Anahí atravessa o vão sem problemas. Ela toma meu lugar, segurando a escada enquanto empurro uma lata de lixo até a frente da porta, para que ninguém mais entre. Depois, jogo água gelada nos meus dedos, para mitigar a dor.
– Isso foi bem esperto, Dul.
– Não precisa parecer tão surpresa.
– É só que... – Ela faz uma pausa. – Você apresentou aptidão para a Erudição, não foi?
– E isso importa? – digo, ríspida demais. – As facções estão destruídas e sempre foram uma ideia idiota.
Nunca havia dito algo assim. Nem havia pensado. Mas fico surpresa em perceber que acredito nisso, que concordo com Christopher.
– Não estava tentando insultar você – diz Anahí. – Apresentar aptidão para a Erudição não é ruim. Principalmente agora.
– Desculpe. Estou apenas... tensa. Só isso.
Víctor atravessa a janela e desaba no chão de ladrilhos. Cara é surpreendentemente ágil. Ela atravessa os degraus da escada como se estivesse dedilhando um banjo, tocando em cada um rapidamente e movendo-se logo para o seguinte.
Fernando será o último e ficará na mesma situação que eu fiquei, com a escada segura apenas de um lado. Eu me aproximo mais da janela a fim de poder avisar a ele para parar, caso veja que a escada está deslizando.
Fernando, que eu imaginei que não teria dificuldade, move-se com menos destreza do que qualquer um de nós. Ele deve ter passado a vida inteira atrás de um computador ou um livro. Move-se para a frente, desajeitado, com o rosto completamente vermelho, e agarra os degraus com tanta força que suas mãos ficam manchadas e roxas.
Quando ele alcança a metade do caminho, vejo algo deslizando para fora do seu bolso. São seus óculos.
– Fernan... – grito.
Mas já é tarde demais.
Os óculos caem, batem na beirada da escada e desabam na calçada.
Em uma onda, os membros da Franqueza viram seus corpos e atiram para cima.
Fernando solta um grito e desaba sobre a escada. Uma bala atinge sua perna. Não sei onde as outras acertam, mas percebo, ao ver o sangue pingando entre os degraus da escada, que não foi em um lugar que não oferecesse perigo.
Fernando encara Anahí com o rosto pálido. Ela lança-se para fora da janela, pronta para agarrá-lo.
– Não seja idiota! – diz ele, com a voz fraca. – Deixe-me aqui.
É a última coisa que ele diz.




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Autor(a): Fer Linhares

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Anahívolto para o banheiro. Todos ficamos imóveis.– Não quero parecer insensível – diz Víctor –, mas precisamos ir, antes que a Audácia e os sem-facção consigam entrar no prédio. Se é que eles já não entraram.Ouço algo bater contra a janela e viro o rosto rapidam ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 13



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  • manoellaaguiar_ Postado em 09/10/2016 - 14:43:04

    Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 06/10/2016 - 22:22:23

    Continua ❤️

  • manoellaaguiar_ Postado em 04/10/2016 - 18:30:16

    Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 03/10/2016 - 21:14:21

    Brigadaaa! Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 03/10/2016 - 15:53:35

    Continuaaa! Faz maratonaaa!

  • manoellaaguiar_ Postado em 02/10/2016 - 14:43:08

    Eu nunca li o livro convergente pq eu N TO preparada pra aquele negocio que acontece hahahah! Já comprei a quase um ano e ainda tá guardado lá, um dia eu pego ele!

  • manoellaaguiar_ Postado em 01/10/2016 - 19:20:24

    Tá maravilhosaaa! Já vi esse filme e adorei! E tô amando a adaptação agora

  • manoellaaguiar_ Postado em 28/09/2016 - 22:35:16

    Cnttt

  • manoellaaguiar_ Postado em 27/09/2016 - 20:38:10

    Continuaaa

  • Postado em 25/09/2016 - 21:24:21

    Aaai deusss! Continuaaa


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