Fanfics Brasil - Capítulo 45 (2ª Temporada) Divergente, Insurgente, Convergente (Vondy adp.)

Fanfic: Divergente, Insurgente, Convergente (Vondy adp.) | Tema: Série Divergente


Capítulo: Capítulo 45 (2ª Temporada)

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Não o vejo morrer outra vez.
Fecho os olhos no momento em que aperto o gatilho, e, ao abri-los novamente, é a outra Dul que está deitada no chão em meio às manchas escuras em meus olhos; sou eu.
Solto a arma e corro em direção à porta, quase tropeçando sobre ela. Jogo o corpo contra a porta, giro a maçaneta e a desabo para o outro lado. Com as mãos dormentes, fecho a porta novamente. Balanço as mãos para afastar a dormência.
A sala seguinte tem duas vezes o tamanho da outra e também é iluminada por uma luz azul, mas mais tênue. Há uma enorme mesa no centro e fotos, diagramas e listas colados nas paredes.
Respiro fundo, e minha visão começa a clarear e meu coração, a desacelerar.
Entre as fotos nas paredes, reconheço o meu próprio rosto e os de Christopher, Víctor e Uriah. Uma longa lista do que parecem ser produtos químicos está colada na parede, ao lado das nossas fotos. Cada um dos nomes de produtos foi riscado com uma caneta vermelha. Deve ser aqui que Jeanine desenvolve os soros de simulação.
Ouço vozes em algum lugar adiante e fico irritada comigo mesma. O que você está fazendo? Corra!
– O nome do meu irmão. – Ouço uma voz dizer. – Quero ouvir você dizê-lo.
É a voz de Maite.
Como será que ela conseguiu passar pela simulação? Será que ela também é
Divergente?
– Eu não o matei – diz Jeanine.
– Você acha que isso a exonera? Você acha que não merece morrer?
Maite não está gritando, mas berrando, liberando toda a sua dor pela boca.
Caminho em direção à porta. Mas me movo rápido demais e esbarro com o quadril na beirada da mesa. Sou obrigada a parar, fazendo uma careta de dor.
– Os motivos das minhas ações estão além da sua compreensão – diz Jeanine. –
Eu estava disposta a fazer um sacrifício por um bem maior, algo que você nunca conseguiu compreender, nem quando éramos colegas de turma.
Sigo, mancando, em direção à porta, que é um painel de vidro fosco. Ele desliza quando me aproximo, e vejo Jeanine, encurralada contra uma parede, e Maite a alguns metros de distância, com a arma erguida.
Atrás delas, há uma mesa de vidro com uma torre prateada de computador e um teclado. O monitor cobre a parede dos fundos inteira.
Jeanine me encara, mas Maite não move um músculo; ela parece nem ouvir a minha chegada. Seu rosto está vermelho e coberto de lágrimas, e sua mão está tremendo.
Sei que não conseguirei encontrar o arquivo sozinha. Se Jeanine está aqui, posso obrigá-la a encontrá-lo para mim, mas se ela morrer...
– Não! – grito. – Maite, não faça isso!
Mas seu dedo já está no gatilho. Lanço-me sobre ela com o máximo de força possível, batendo com os braços na lateral do seu corpo. A arma dispara, e ouço um grito.
Minha cabeça atinge o chão de ladrilhos. Ignoro os flashes que cobrem a minha visão e jogo o corpo por cima do de Maite. Empurro a arma, e ela desliza para longe de nós.
Por que não pegou a arma, sua idiota?!
O punho de Maite atinge o lado do meu pescoço. Engasgo, e ela aproveita a oportunidade para me afastar e rastejar em direção à arma.
Jeanine está caída contra a parede, com a perna encharcada de sangue. Perna!
Eu me lembro, e soco a coxa de Maite, perto da ferida de bala. Ela solta um grito, e consigo me levantar.
Dou um passo em direção à arma caída, mas Maite é rápida demais. Ela abraça minhas pernas e me puxa. Meus joelhos chocam-se contra o chão, mas continuo mais alta do que ela. Dou um soco em sua direção, acertando seu peito.
Ela solta um grunhido, mas isso não a detêm; enquanto me arrasto em direção à arma, ela crava os dentes na minha mão. A dor é diferente de qualquer agressão física que eu já tenha sofrido, diferente de levar um tiro. Grito mais alto do que imaginava ser possível, e as lágrimas ofuscam a minha visão.
Não cheguei até aqui apenas para permitir que Maite atire em Jeanine antes que eu consiga pegar o que preciso.
Arranco a mão da sua boca, com a vista turva, e, lançando o braço para o lado, agarro o punho da arma. Giro o corpo e aponto para Maite.
Minha mão. Minha mão está coberta de sangue, assim como o queixo de Maite.
Escondo a mão, para que seja mais fácil ignorar a dor e me levantar, ainda apontando a arma para ela.
– Não imaginei que você fosse uma traidora, Dul. – Sua voz soa como um rosnado, um som que nenhum ser humano seria capaz de produzir.
– Não sou – digo. Pisco para que as lágrimas escorram sobre minhas bochechas e eu consiga enxergá-la melhor. – Não posso explicar agora, mas... Só quero que você confie em mim, por favor. Há algo importante, algo que só ela sabe onde
está...
– É verdade! – diz Jeanine. – Está naquele computador, Dulce, e só eu sou capaz de localizá-lo. Se você não me ajudar a sobreviver a isto, a informação morrerá comigo.
– Ela é uma mentirosa – diz Maite. – Uma mentirosa, e, se acredita nela, você é
uma idiota, além de uma traidora, Dul!
– Eu acredito nela – digo. – Acredito nela porque faz todo o sentido! A informação mais importante do mundo está escondida naquele computador, Maite! –
Respiro fundo e baixo a voz: – Por favor, ouça-me. Eu a odeio tanto quanto você.
Não tenho por que defendê-la. Estou falando a verdade. Isso é importante.
Maite fica em silêncio. Penso, por um segundo, que venci a discussão. Que a convenci. Mas, de repente, ela diz:
– Nada é mais importante do que a morte dela.
– Se você insiste em acreditar nisso, não posso fazer nada. Mas não vou permitir que você a mate.
Maite ergue o corpo e fica de joelhos, limpando o sangue do queixo. Ela levanta a cabeça e encara os meus olhos.
– Sou uma líder da Audácia. Não é você quem decide o que farei.
E antes que eu consiga pensar em atirar...
Ela saca uma faca da lateral da sua bota, atira-se para a frente e a crava na barriga de Jeanine.
Solto um grito. Jeanine faz um som horrível com a boca, um grito gorgolejante de morte. Vejo os dentes cerrados de Maite e ouço-a murmurando o nome do seu irmão:
– George Wu.
Depois, vejo a faca entrando novamente.
E os olhos de Jeanine se transformam em vidro.



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Autor(a): Fer Linhares

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Maite se levanta, com um olhar selvagem, e vira-se para mim.Sinto-me dormente.Todos os riscos que assumi para chegar aqui, como conspirar com Víctor, pedir a ajuda de membros da Erudição, cruzar uma escada a três andares de altura e atirar em mim mesma em uma simulação, e todos os sacrifícios que fiz, como a minh ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 13



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  • manoellaaguiar_ Postado em 09/10/2016 - 14:43:04

    Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 06/10/2016 - 22:22:23

    Continua ❤️

  • manoellaaguiar_ Postado em 04/10/2016 - 18:30:16

    Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 03/10/2016 - 21:14:21

    Brigadaaa! Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 03/10/2016 - 15:53:35

    Continuaaa! Faz maratonaaa!

  • manoellaaguiar_ Postado em 02/10/2016 - 14:43:08

    Eu nunca li o livro convergente pq eu N TO preparada pra aquele negocio que acontece hahahah! Já comprei a quase um ano e ainda tá guardado lá, um dia eu pego ele!

  • manoellaaguiar_ Postado em 01/10/2016 - 19:20:24

    Tá maravilhosaaa! Já vi esse filme e adorei! E tô amando a adaptação agora

  • manoellaaguiar_ Postado em 28/09/2016 - 22:35:16

    Cnttt

  • manoellaaguiar_ Postado em 27/09/2016 - 20:38:10

    Continuaaa

  • Postado em 25/09/2016 - 21:24:21

    Aaai deusss! Continuaaa


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