Fanfics Brasil - Ultimo capítulo (2ª Temporada) Divergente, Insurgente, Convergente (Vondy adp.)

Fanfic: Divergente, Insurgente, Convergente (Vondy adp.) | Tema: Série Divergente


Capítulo: Ultimo capítulo (2ª Temporada)

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Minha mente insiste em reviver minhas memórias de Lynn, em uma tentativa de persuadir-me de que ela de fato se foi, mas afasto os flashes à medida que eles chegam. Algum dia, pararei de fazer isso, se eles não me executarem como traidora, ou seja lá o que os líderes planejam fazer conosco. Mas agora luto para manter minha mente vazia e fingir que este saguão é a única coisa que existe e a única coisa que jamais existirá. Isso não deveria ser fácil, mas é. Já aprendi a
evitar a tristeza.
Maite e Harrison chegam ao saguão depois de um tempo. Maite manca em direção a uma cadeira. Tinha quase esquecido mais uma vez que ela está ferida; ela foi ágil quando matou Jeanine. Harrison a segue.
Atrás deles, há um membro da Audácia, carregando o corpo de Jeanine no ombro. Ele lança o corpo, como uma pedra, sobre uma mesa em meio às primeiras fileiras de membros da Erudição e traidores da Audácia.
Atrás de mim, ouço arquejos e murmúrios, mas não soluços. Jeanine não era o tipo de líder por quem as pessoas choram.
Encaro seu corpo, que parece muito menor em morte do que em vida. Ela é apenas alguns centímetros mais alta do que eu, e seu cabelo é só um pouco mais escuro. Agora, ela parece calma, quase em paz. É difícil ligar esse corpo à mulher sem consciência que conheci.
Mas até ela era mais complicada do que eu imaginava e mantinha um segredo que acreditava ser terrível demais para ser revelado, motivada por um instinto de proteção horrivelmente distorcido.
Johanna Reyes entra no saguão, molhada da cabeça aos pés pela chuva e com as roupas vermelhas manchadas por um tom mais escuro de vermelho. Os sem-facção a cercam, mas ela nem parece notá-los ou as armas que carregam.
– Olá – diz ela para Harrison e Maite. – O que vocês querem?
– Não esperava que a líder da Amizade fosse tão curta e grossa – diz Maite, com um sorriso amargo. – Isso não é contra seu manifesto?
– Se você realmente conhecesse os costumes da Amizade, saberia que a facção não conta com um líder oficial – diz Johanna, com a voz gentil, mas firme. – Mas não represento mais a Amizade. Renunciei ao cargo para poder vir aqui.
– É, vi você e sua pequena tropa de paz, atrapalhando todo mundo – diz Maite.
– Sim, aquilo foi intencional – responde Johanna. – Já que atrapalhar significava ficar entre armas e pessoas inocentes, e salvar um grande número de vidas.
Suas bochechas coram, e um pensamento volta à minha mente: talvez Johanna Reyes ainda seja bonita. A diferença é que agora não penso apenas que ela é bonita, apesar da cicatriz, mas que é bonita com a cicatriz, como Lynn com o cabelo bem curto ou Christopher com as memórias da crueldade do seu pai, que ele usa como uma armadura, ou a minha mãe com suas roupas cinza e simples.
– Já que você continua tão generosa – diz Maite –, será que poderia levar uma mensagem de volta para a Amizade?
– Não gosto da ideia de permitir que você e seu exército façam justiça como bem entenderem – fala Johanna –, mas certamente enviarei outra pessoa até a Amizade com a mensagem.
– Está bem – consente Maite. – Diga a eles que um novo sistema político logo se formará, que excluirá a representatividade deles. Acreditamos que isso é um castigo justo, pelo fato de eles não terem escolhido um lado no conflito. É claro que serão obrigados a continuar a produzir e entregar comida para a cidade, mas serão supervisionados por uma das facções de liderança.
Por um momento, parece que Johanna vai atacar Maite e enforcá-la. Mas ela endireita o corpo, ficando mais alta, e pergunta:
– Isso é tudo?
– É.
– Está bem. Vou procurar algo de útil para fazer. Imagino que você não permitirá que entremos aqui e cuidemos de alguns dos feridos, não é?
Maite olha para ela com desprezo.
– Não imaginei que você permitiria – diz Johanna. – Mas se lembre de que, às vezes, as pessoas que você oprime tornam-se mais poderosas do que você gostaria.
Ela se vira e sai do saguão.
Algo que ela disse chama minha atenção. Tenho certeza de que disse aquilo apenas como uma ameaça, e uma ameaça fraca, mas suas palavras soam na minha cabeça, como se significassem algo a mais, como se ela pudesse não estar falando da Amizade, mas de outro grupo oprimido. Os sem-facção.
Ao olhar em volta do saguão, para cada soldado da Audácia e cada soldado sem-facção, percebo um padrão.
– Anahí. Todas as armas estão nas mãos dos sem-facção.
Ela olha ao redor, depois de volta para mim, franzindo a testa.
Na minha mente, vejo Therese, pegando a arma de Uriah, apesar de já ter a sua.
Vejo a boca contraída de Christopher, quando o questionei a respeito da aliança frágil entre a Audácia e os sem-facção, como se ele estivesse escondendo alguma coisa.
De repente, Alexandra chega no saguão, com uma postura régia, como uma rainha retornando ao seu reino. Christopher não a acompanha. Onde estará ele?
Alexandra vai para trás da mesa onde está o corpo de Jeanine Matthews. Edward entra mancando no saguão, atrás dela. Evelyn saca uma arma, aponta para o retrato caído de Jeanine e dispara.
O saguão fica em silêncio. Alexandra coloca a arma sobre a mesa, ao lado da cabeça de Jeanine.
– Obrigada – diz ela. – Sei que todos vocês estão se perguntando o que acontecerá agora e eu estou aqui para falar sobre isso.
Maite ajeita o corpo em sua cadeira e inclina-se em direção a Alexandra, como se
pretendesse dizer alguma coisa. Mas Alexandra não presta atenção.
– O sistema dos sem-facção, que há tempos vem se apoiando nas costas de seres humanos descartados, será desmontado imediatamente – diz Alexandra. – Nós sabemos que essa transição será difícil para vocês, mas...
– Nós? – interrompe-a Maite, com um olhar chocado. – Como assim, desmontado?
– O que quero dizer – diz Alexandra, finalmente olhando para Maite – é que a sua facção, que há apenas algumas semanas defendia, junto com a Erudição, a restrição de alimentos e bens para os sem-facção, em uma campanha que resultou na destruição da Abnegação, deixará de existir.
Alexandra abre um pequeno sorriso.
– E, se vocês decidirem usar suas armas contra nós, terão um pouco de dificuldade em encontrá-las.
Assisto, então, a cada soldado sem-facção levantar uma arma. Há pessoas sem-facção distribuídas de maneira igual por todos os cantos do saguão e para dentro de um dos vãos da escada. Estamos cercados.
Tudo isso é tão elegante e astuto que quase caio na gargalhada.
– Ordenei que minha metade do exército retirasse as armas da sua metade do exército assim que completássemos a missão – diz Alexandra. – Vejo agora que eles fizeram isso com sucesso. Lamento as mentiras, mas sabíamos que vocês haviam sido condicionados a se agarrar ao sistema de facções como a uma mãe e que teríamos que ajudá-los a fazer a transição para essa nova era.
– Ajudar-nos a fazer a transição? – pergunta Maite, irada. Ela se levanta e manca em direção a Alexandra, que calmamente pega sua arma e a aponta para ela.
– Não passei fome por mais de uma década para me entregar a uma mulher da Audácia com a perna ferida – diz Alexandra. – Portanto, a não ser que você queira que eu atire em você, é melhor sentar-se com os outros ex-membros de facções.
Percebo que todos os músculos do braço de Alexandra saltam. Seus olhos não são frios, ou pelo menos não como os de Jeanine, mas estão calculando, avaliando, planejando. Não consigo entender como essa mulher jamais se dobrou diante da vontade de Víctor. Naquele tempo, ela provavelmente não era a mesma mulher feita de aço e testada por fogo.
Maite fica parada diante de Alexandra por alguns segundos. Depois, manca para trás, afastando-se da arma, até o canto do saguão.
– Aqueles que nos ajudaram na tarefa de derrubar a Erudição serão recompensados – diz Alexandra. – Aqueles que resistiram a nós serão julgados e punidos de acordo com os seus crimes.
Ela ergue a voz ao falar a última frase, e a maneira como ela se projeta pelo ambiente é surpreendente.
Atrás dela, a porta da escada se abre, e Christopher aparece, seguido por Víctor e Caleb, mas quase ninguém nota. Eu noto porque me condicionei a perceber sua presença. Observo seus tênis à medida que ele se aproxima. São tênis pretos, com ilhoses cromados para os cadarços. Eles param ao meu lado, e ele se agacha perto do meu ombro.
Olho para ele, esperando encarar olhos frios e inflexíveis.
Mas não é isso que vejo.
Alexandra ainda está falando, mas não ouço mais o que ela está dizendo.
– Você estava certa – diz Christopher, baixinho, equilibrando-se sobre as pontas dos pés. Ele abre um pequeno sorriso. – Sei quem você é. Só precisava que me lembrassem disso.
Abro a boca, mas não sei o que dizer.
De repente, todos os monitores do saguão da Erudição que não foram destruídos no ataque acendem, incluindo um projetor posicionado acima da parede, onde o retrato de Jeanine costumava ficar.
Alexandra para de falar no meio de uma frase. Christopher segura minha mão e me ajuda a levantar.
– O que é isso? – pergunta Alexandra.
– Isto – responde ele, apenas para mim – é a informação que vai mudar tudo.
Estou tão aliviada, mas apreensiva, que minhas pernas tremem.
– Você conseguiu?
– Você conseguiu. Só precisei obrigar Caleb a cooperar.
Jogo um braço ao redor do pescoço dele e encosto meus lábios nos seus. Ele segura meu rosto com as duas mãos e me beija de volta. Diminuo a distância entre nós, até que ela deixa de existir, destruindo os segredos que guardamos e as suspeitas que alimentamos. Para sempre, eu espero.
De repente, ouço uma voz.
Nós nos afastamos e olhamos para a parede, onde a imagem de uma mulher com cabelo curto está sendo projetada. Ela está sentada em uma cadeira de metal, com as mãos uma sobre a outra, em um lugar que não reconheço. Não dá para ver direito o que há atrás dela.
– Olá. Meu nome é Amanda Ritter. Neste arquivo, revelarei apenas o que vocês precisam saber. Sou a líder de uma organização que luta por justiça e paz. Durante as últimas décadas, esta luta tem se tornado cada vez mais importante, e, consequentemente, quase impossível. A razão disso é esta.
Imagens piscam na tela, tão rápido que mal consigo vê-las. Um homem ajoelhado, com uma arma apontada para sua cabeça. Uma mulher aponta a arma com um olhar inexpressivo.
A distância, uma pessoa está pendurada pelo pescoço em um poste de telefone.
Um buraco no chão, do tamanho de uma casa, cheio de corpos.
Há outras imagens também, mas elas passam mais rápido, e vejo apenas relances de sangue, ossos, morte e crueldade, de rostos vazios e olhos desalmados ou cheios de terror.
Quando acho que cheguei ao meu limite e soltarei um grito se vir mais alguma imagem daquelas, a mulher reaparece na tela, atrás de sua mesa.
– Vocês não se lembram de nada disso. Mas, se pensam que estes são atos de um grupo terrorista ou um regime tirânico, estão apenas parcialmente corretos.
Metade das pessoas nestas fotos, cometendo estes atos terríveis, eram seus vizinhos. Seus parentes. Seus colegas de trabalho. A batalha que estamos travando não é contra um grupo em particular. Ela é contra a própria natureza humana, ou pelo menos o que ela se tornou.
É por isso que Jeanine estava disposta a escravizar mentes e matar pessoas. É isso que ela queria impedir que soubéssemos. Para que continuássemos ignorantes e seguros, dentro da cerca.
Há uma parte de mim que compreende.
– É por isso que vocês são tão importantes – diz Amanda. – Nossa batalha contra a violência e a crueldade está apenas tratando dos sintomas de uma doença, e não a curando. Vocês são a cura.
— Para mantê-los seguros, desenvolvemos uma maneira de separá-los de nós.
Da nossa fonte de água. Da nossa tecnologia. Da nossa estrutura societária.
Construímos a sociedade de vocês de uma maneira particular, com a esperança de que vocês descobrissem o sentido moral que a maioria de nós perdeu. Com o passar do tempo, esperamos que vocês comecem a mudar, de uma maneira que a maioria de nós é incapaz de fazer.
– Estou deixando este arquivo para que vocês saibam quando chegar a hora de nos ajudar. Vocês saberão que a hora chegou quando houver muitos entre vocês cujas mentes parecem ser mais flexíveis do que as das outras pessoas. Vocês devem chamar essas pessoas de Divergentes. Quando elas se tornarem abundantes, seus líderes deverão ordenar que a Amizade destranque o portão para sempre, a fim de que vocês saiam do seu isolamento.
É isso o que meus pais queriam fazer: usar o que aprendemos para ajudar os outros. Eles foram fiéis aos princípios da Abnegação até o fim.
– As informações neste vídeo devem ficar restritas apenas aos representantes do governo – diz Amanda. – Vocês devem representar um novo começo. Mas não se esqueçam de nós.
Ela abre um pequeno sorriso.
– Estou prestes a me juntar a vocês. Como todos vocês, eu voluntariamente esquecerei meu nome, minha família e meu lar. Assumirei uma nova identidade, com memórias falsas e uma história falsa. Mas, para que vocês saibam que as informações que estou revelando são verdadeiras, revelarei o nome que estou prestes a assumir.
Ela abre um sorriso mais largo, e, por um instante, acho que a reconheço.
– Meu nome será Edith Saviñón. E há muitas coisas que ficarei feliz em esquecer. Saviñón.
O vídeo termina. A luz do projetor na parede fica azul. Agarro a mão de Christopher, e há um momento de silêncio, como uma respiração presa.


Depois, os gritos começam.



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Autor(a): Fer Linhares

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 13



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  • manoellaaguiar_ Postado em 09/10/2016 - 14:43:04

    Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 06/10/2016 - 22:22:23

    Continua ❤️

  • manoellaaguiar_ Postado em 04/10/2016 - 18:30:16

    Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 03/10/2016 - 21:14:21

    Brigadaaa! Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 03/10/2016 - 15:53:35

    Continuaaa! Faz maratonaaa!

  • manoellaaguiar_ Postado em 02/10/2016 - 14:43:08

    Eu nunca li o livro convergente pq eu N TO preparada pra aquele negocio que acontece hahahah! Já comprei a quase um ano e ainda tá guardado lá, um dia eu pego ele!

  • manoellaaguiar_ Postado em 01/10/2016 - 19:20:24

    Tá maravilhosaaa! Já vi esse filme e adorei! E tô amando a adaptação agora

  • manoellaaguiar_ Postado em 28/09/2016 - 22:35:16

    Cnttt

  • manoellaaguiar_ Postado em 27/09/2016 - 20:38:10

    Continuaaa

  • Postado em 25/09/2016 - 21:24:21

    Aaai deusss! Continuaaa


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