Fanfics Brasil - Capítulo 3 (3ª Temporada) Divergente, Insurgente, Convergente (Vondy adp.)

Fanfic: Divergente, Insurgente, Convergente (Vondy adp.) | Tema: Série Divergente


Capítulo: Capítulo 3 (3ª Temporada)

22 visualizações Denunciar


Dul


– acho que vocês são todos idiotas. – Minhas mãos estão fechadas sobre o colo, como as de uma criança dormindo. Meu corpo está pesado por causa do soro da verdade. O suor se acumula nas minhas pálpebras. – Vocês deveriam estar me agradecendo, não me questionando.
– Quer dizer que nós deveríamos lhe agradecer por desobedecer as instruções dos líderes da sua facção? Agradecer por tentar impedir que um dos líderes da sua facção matasse Jeanine Matthews? Você agiu como uma traidora. – Alexandra Johnson cospe a última palavra como uma víbora. Estamos na sala de conferências na sede da Erudição, onde os julgamentos têm ocorrido. Estou presa há pelo menos uma semana.
Vejo Christopher, em parte escondido nas sombras atrás da mãe. Ele está evitando olhar para mim desde que me sentei na cadeira e cortaram as tiras de plástico usadas para algemar minhas mãos. Por apenas um instante, seus olhos encontram os meus, e eu sei que está na hora de começar a mentir.
Agora que já sei que consigo, fica mais fácil. Tão fácil quanto afastar o peso do soro da verdade da minha mente.
– Não sou uma traidora – digo. – Na época, acreditava que Víctor estava trabalhando sob ordens da Audácia e dos sem-facção. Como eu não podia me juntar à batalha como soldado, queria ajudar de outra maneira.
– Por que você não podia ser soldado? – Uma luz florescente irradia por detrás do cabelo de Alexandra. Não consigo ver seu rosto e não posso me concentrar emnada por mais de um segundo sem que o soro da verdade ameace me puxar para baixo novamente.
– Porque... – Mordo meu lábio, como se estivesse tentando evitar que as palavras escapassem da minha boca como uma torrente. Não sei quando me tornei uma atriz tão boa, mas acho que não é muito diferente de mentir, algo para o qual sempre tive certo talento. – Porque eu não conseguia segurar uma arma, está bem? Não depois de atirar... nele. No meu amigo Afonso. Eu não conseguia segurar uma arma sem entrar em pânico.
Alexandra estreita ainda mais os olhos. Suspeito que mesmo seu lado mais gentil não sinta a menor compaixão por mim.
– Então Víctor falou para você que estava trabalhando sob minhas ordens – diz ela –, e, apesar de tudo o que sabia a respeito da relação tensa dele com a Audácia e com os sem-facção, você acreditou?
– Acreditei.
– Dá para entender por que você não escolheu a Erudição. – Ela solta uma risada.
Minhas bochechas formigam. Eu adoraria estapeá-la, e tenho certeza de que muitas pessoas nesta sala gostariam de fazer o mesmo, embora não tenham coragem de admitir. Alexandra prendeu a todos nós na cidade, controlada por guardas sem-facção armados que patrulham as ruas. Ela sabe que o dono das armas domina o poder. E, depois da morte de Jeanine Matthews, não restou ninguém para desafiá-la por esse poder.
De uma tirana para outra. Este é o nosso mundo agora.
– Por que você não contou a ninguém sobre isso? – pergunta ela.
– Eu não queria admitir nenhum tipo de fraqueza – respondo. – E não queria que Quatro soubesse que eu estava trabalhando com o pai dele. Sabia que ele não iria gostar. – Sinto as palavras brotando na minha garganta, impulsionadas pelo
soro da verdade. – Eu trouxe a vocês a verdade sobre a nossa cidade e a razão pela qual estamos aqui. Se não querem me agradecer, deveriam pelo menos tomar uma atitude, em vez de ficarem aqui sentados sobre a bagunça que fizeram, fingindo que ela é um trono!
O sorriso debochado de Alexandra se modifica, como se ela tivesse acabado de provar algo com gosto ruim. Ela se inclina para a frente, aproximando-se do meu rosto, e, pela primeira vez, noto sua idade; vejo as rugas ao redor dos olhos e da boca e a sua palidez doentia, causada por anos comendo menos que o necessário.
Mesmo assim, ela é bela, como o filho. Quase ter morrido de fome não tirou isso dela.
– Estou tomando uma atitude. Estou construindo um novo mundo – diz ela, e sua voz fica ainda mais baixa, a ponto de eu quase não conseguir ouvi-la. – Eu era da Abnegação. Conheço a verdade há muito mais tempo do que você, Dulce Saviñón. Não sei como você está conseguindo se safar, mas posso prometer que você não terá um lugar no meu novo mundo, principalmente não ao lado do meu filho.
Abro um pequeno sorriso. Não deveria fazer isso, mas o peso em minhas veias torna mais difícil reprimir gestos e expressões do que palavras. Alexandra acha que agora Christopher pertence a ela. Ela não sabe a verdade, que ele pertence apenas a si mesmo.
Alexandra endireita o corpo e cruza os braços.
– O soro da verdade revelou que, apesar de tola, você não é uma traidora. O interrogatório terminou. Você pode ir embora.
– E quanto às minhas amigas? – pergunto de maneira apática. – Anahí, Cara. Elas também não fizeram nada de errado.
– Cuidaremos delas em breve – responde Alexandra.
Levanto-me, apesar de o soro me deixar fraca e tonta. A sala está abarrotada de pessoas, próximas demais umas das outras, e demoro vários segundos para encontrar a saída até que alguém agarra o meu braço, um garoto com a pele
morena e um sorriso largo: Uriah. Ele me conduz até a porta. Todos começam a conversar.


 


 


                                                          + + +


 


 


 


Uriah me guia pelo corredor até o saguão dos elevadores. As portas dos elevadores se abrem quando ele aperta o botão, e eu o sigo, ainda um pouco vacilante. Quando as portas se fecham, pergunto:
– Acha que exagerei na parte sobre a bagunça e o trono?
– Não. Ela espera que você seja esquentada. Se tivesse agido de outra maneira, talvez ela suspeitasse.
Sinto que tudo ao meu redor está vibrando com energia, em antecipação do que está por vir. Estou livre. Vamos encontrar uma forma de sair da cidade.
Chega de esperar, de andar de um lado para outro dentro da cela, de exigir respostas ao guarda e não ser atendida.
Mas os guardas acabaram me falando algumas coisas sobre a nova ordem dos sem-facção esta manhã. Eles estão exigindo que antigos membros das facções se mudem mais para perto da sede da Erudição e se misturem entre si, para que não haja mais do que quatro membros de uma mesma facção em cada casa.
Também é obrigatório misturar as roupas. Recebi uma camisa amarela da Amizade e calças pretas da Franqueza mais cedo, por causa da regra.
– Tudo bem, vamos por aqui... – Uriah sai do elevador. Este andar da sede da Erudição é todo feito de vidro, até as paredes. A luz do sol refrata no vidro e lança feixes de arco-íris sobre o chão. Protejo os olhos da claridade com uma das mãos e sigo Uriah até uma sala comprida e estreita, com camas dos dois lados. Junto de cada cama, há uma cômoda de vidro onde as pessoas guardam roupas e livros, além de uma pequena mesa.
– Este costumava ser o dormitório dos iniciandos da Erudição – diz Uriah. – Já
reservei camas para Anahí e Cara.
Três garotas de camisa vermelha, que imagino serem membros da Amizade, estão sentadas em uma cama perto da porta, e, no lado esquerdo do cômodo, uma mulher mais velha que talvez pertença à Erudição está deitada em uma das camas, os óculos pendurados de uma das orelhas. Sei que deveria parar de tentar encaixar as pessoas em facções, mas é um velho hábito, difícil de abandonar.
Uriah desaba em uma das camas no canto mais distante do quarto. Sento-me na cama ao lado, feliz por estar enfim livre e em paz.
– Zeke disse que às vezes demora um tempo para os sem-facção processarem exonerações, então eles devem libertá-las mais tarde – diz Uriah.
Por um instante, sinto-me aliviada em saber que todas as pessoas de que gosto serão libertadas hoje. Mas depois lembro que Caleb continua preso, porque era um notório lacaio de Jeanine Matthews, e que os sem-facção nunca vão exonerá-lo. Mas não sei até onde irão para destruir a marca que Jeanine Matthews deixou na cidade.
Não me importo, penso. Mas sei que é mentira. Ele continua sendo o meu irmão.
– Ótimo – digo. – Obrigada, Uriah.
Ele concorda com a cabeça, depois a apoia na parede, para mantê-la levantada.
– Como você está? – pergunto. – Digo... Lynn...
Uriah sempre foi amigo de Lynn e Marlene, e agora as duas estão mortas.
Acho que consigo compreender o que ele deve estar sentindo. Afinal, também já perdi dois amigos. Al, em decorrência das pressões da iniciação, e Afonso, por causa da simulação de ataque e das minhas próprias ações precipitadas. Mas não quero fingir que sofremos da mesma maneira. Até porque Uriah conhecia suas
amigas melhor.
– Não quero falar sobre isso. – Uriah balança a cabeça. – Nem pensar sobre isso. Só quero seguir em frente.
– Tudo bem, entendo. É só que... Me avise se você precisar...
– Tudo bem. – Ele sorri para mim e se levanta. – Você está bem aqui, não está? Prometi à minha mãe que ia visitá-la hoje à noite, então preciso ir em breve. Ah, quase me esqueci de avisar: Quatro disse que quer ver você mais tarde.
Eu endireito o corpo, alerta.
– Sério? Quando? Onde?
– Um pouco depois das dez, no Millenium Park. No gramado. – Ele solta uma risadinha debochada. – Não fique tão empolgada, ou sua cabeça vai acabar explodindo.




Comentem!!!!!


 



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): Fer Linhares

Este autor(a) escreve mais 10 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

Christopher Minha mãe sempre se senta na beirada de cadeiras, saliências ou mesas, como se suspeitasse que terá que fugir a qualquer momento. Desta vez, é na beirada da antiga mesa de Jeanine na sede da Erudição que ela está sentada, com os dedos dos pés equilibrados no chão, enquanto a luz esfuma& ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 13



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • manoellaaguiar_ Postado em 09/10/2016 - 14:43:04

    Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 06/10/2016 - 22:22:23

    Continua ❤️

  • manoellaaguiar_ Postado em 04/10/2016 - 18:30:16

    Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 03/10/2016 - 21:14:21

    Brigadaaa! Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 03/10/2016 - 15:53:35

    Continuaaa! Faz maratonaaa!

  • manoellaaguiar_ Postado em 02/10/2016 - 14:43:08

    Eu nunca li o livro convergente pq eu N TO preparada pra aquele negocio que acontece hahahah! Já comprei a quase um ano e ainda tá guardado lá, um dia eu pego ele!

  • manoellaaguiar_ Postado em 01/10/2016 - 19:20:24

    Tá maravilhosaaa! Já vi esse filme e adorei! E tô amando a adaptação agora

  • manoellaaguiar_ Postado em 28/09/2016 - 22:35:16

    Cnttt

  • manoellaaguiar_ Postado em 27/09/2016 - 20:38:10

    Continuaaa

  • Postado em 25/09/2016 - 21:24:21

    Aaai deusss! Continuaaa


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais