Fanfics Brasil - Capítulo 4 (3ª Temporada) Divergente, Insurgente, Convergente (Vondy adp.)

Fanfic: Divergente, Insurgente, Convergente (Vondy adp.) | Tema: Série Divergente


Capítulo: Capítulo 4 (3ª Temporada)

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Christopher


Minha mãe sempre se senta na beirada de cadeiras, saliências ou mesas, como se suspeitasse que terá que fugir a qualquer momento. Desta vez, é na beirada da antiga mesa de Jeanine na sede da Erudição que ela está sentada, com os dedos dos pés equilibrados no chão, enquanto a luz esfumaçada da cidade brilha atrás dela. Ela é uma mulher de fibra.
– Acho que precisamos conversar sobre a sua lealdade – diz ela, embora seu tom não seja acusatório. Ela apenas soa cansada. Por um instante, parece estar tão acabada que sinto que quase consigo enxergar através dela, mas depois ela endireita o corpo, e a sensação desaparece. – Afinal — continua —, foi você
quem ajudou Dul a divulgar aquele vídeo. Ninguém mais sabe disso, mas eu sei.
– Veja bem. – Inclino o tronco para a frente e apoio os ombros nos joelhos. – Eu não sabia o que havia naquele arquivo. Confiei mais no juízo de Dul do que no meu. Foi só isso que aconteceu.
Pensei que dizer a Alexandra que eu havia terminado o relacionamento com Dul a ajudaria a confiar mais em mim, e eu estava certo. Desde que contei essa mentira, minha mãe está mais acessível e aberta do que nunca.
– E agora que você já viu o material do vídeo? – pergunta ela. – Qual sua opinião? Acha que devemos deixar a cidade?
Sei o que ela quer que eu diga. Que não vejo motivos para nos juntarmos ao mundo exterior. Mas não sou um bom mentiroso, então decido selecionar uma parte da verdade.
– Eu tenho medo disso – respondo. – Não sei se é uma boa ideia deixarmos a cidade sabendo dos perigos que podem existir lá fora.
Ela me analisa por um instante, mordendo a parte de dentro da bochecha.
Herdei esse hábito dela. Eu costumava ferir a minha boca de tanto mordê-la enquanto esperava meu pai chegar em casa, sem saber qual versão dele eu encontraria, a que a Abnegação confiava e respeitava ou a que me surrava.
Passo a língua pelas cicatrizes de mordidas e engulo a lembrança como se fosse bile.
Ela se levanta da mesa e caminha até a janela.
– Tenho ouvido histórias perturbadoras a respeito de uma organização rebelde infiltrada entre nós. – Ela me encara, levantando a sobrancelha. – As pessoas sempre se organizam em grupos. É um fato da nossa existência. Só não esperava que isso ocorresse tão rápido.
– Que tipo de organização?
– O tipo que quer deixar a cidade. Eles divulgaram uma espécie de manifesto hoje de manhã. Se autointitulam Leais. – Ao perceber minha confusão, ela explica: – Porque eles têm um propósito convergente de manter as ideias originais da nossa cidade, são leais a elas... entende?
– As ideias originais? Quer dizer, as que estavam no vídeo de Edith Saviñón? Que deveríamos sair quando a cidade tivesse uma grande população de Divergentes?
– Sim, isso. Mas também a ideia de viver em facções. Os Leais afirmam que devemos viver em facções, porque é o que temos feito desde o princípio. – Ela balança a cabeça. – Certas pessoas sempre temerão as mudanças. Mas não podemos ceder a elas.
Com o desmantelamento das facções, uma parte de mim tem se sentido um homem libertado depois de passar muito tempo preso. Não preciso mais me preocupar em avaliar se cada pensamento ou escolha que faço se encaixa em uma ideologia estreita. Não quero as facções de volta.
Mas Alexandra não nos libertou como acredita ter feito. Apenas transformou todos nós em pessoas sem-facção. Ela tem medo do que poderíamos escolher se nos fosse dada uma liberdade genuína. E isso significa que, independentemente da minha opinião a respeito das facções, estou feliz que alguém, em algum lugar, esteja se opondo a ela.
Assumo uma expressão vazia, mas meu coração está batendo mais rápido do que antes. Preciso ser cuidadoso para conseguir manter a simpatia de Alexandra. Para mim, é fácil mentir para qualquer outra pessoa, mas não para ela, a única que sabia todos os segredos da nossa casa na Abnegação, toda a violência contida entre aquelas paredes.
– O que você vai fazer a respeito? – pergunto.
– Vou controlá-los, é claro.
A palavra “controlá-los” me faz endireitar o corpo e ficar tão rígido quanto a cadeira na qual estou sentado. Nesta cidade, “controlar” significa seringas e soros e pessoas vendo sem enxergar; significa simulações como a que quase me levou a matar Dul, ou a que transformou a Audácia em um exército.
– Com simulações? – pergunto devagar.
Ela faz uma expressão irritada.
– É claro que não! Não sou Jeanine Matthews!
A onda de raiva que toma conta dela me faz responder no mesmo tom:
– Não esqueça que eu mal conheço você, Alexandra.
Ela estremece ao ouvir o meu lembrete.
– Então, quero que fique bem claro que jamais apelarei para simulações a fim de conseguir o que quero. Preferiria a morte.
É possível que ela use mesmo a morte. Matar pessoas é certamente uma boa maneira de mantê-las quietas, e de esmagar a revolução antes mesmo que ela comece. Quem quer que sejam os Leais, eles precisam ser alertados, e rápido.
– Posso descobrir quem eles são – sugiro.
– Não tenho a menor dúvida disso. Por que acha que contei sobre eles?
Há muitas razões para ela ter me contado. Para me testar. Para me pegar.
Para me dar informações falsas. Sei o que minha mãe é. Ela é uma pessoa para quem os fins justificam os meios, assim como o meu pai, e assim como eu às vezes.
– Então é o que farei. Vou encontrá-los.
Levanto-me, e os dedos dela, frágeis como gravetos, seguram o meu braço.
– Obrigada.
Eu me forço a olhar para ela. Seus olhos são próximos sobre o nariz, que tem a ponta curvada como o meu. Sua pele tem uma coloração morena, mais escura que a minha. Por um instante, consigo imaginá-la vestindo o cinza da Abnegação, o cabelo volumoso preso para trás por uma dezena de grampos, sentada diante de mim à mesa de jantar. Vejo-a agachada na minha frente, costurando os botões descombinados da minha camisa antes de eu ir para a escola, ou parada diante da janela, observando a rua uniforme à espera do carro do meu pai, com as mãos fechadas... não, com os punhos cerrados e com as juntas das mãos, que geralmente eram morenas, brancas de tanta tensão. Naquela época, o medo nos unia, mas, agora que ela não tem mais medo, parte de mim gostaria de saber como seria se fôssemos unidos pela força.
Sinto uma dor, como se a tivesse traído, a mulher que costumava ser a minha única aliada, e me viro antes de acabar retirando tudo o que disse e me desculpando.
Deixo a sede da Erudição em meio à multidão, com os olhos confusos,
 rocurando automaticamente as cores das facções, embora não haja mais nenhuma. Estou vestindo uma camisa cinza, calças jeans azuis e sapatos pretos. Roupas novas. Mas, sob tudo isso, estão minhas tatuagens da Audácia. É impossível apagar as minhas escolhas. Principalmente estas.



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Autor(a): Fer Linhares

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Dul Programo meu despertador para as dez e caio no sono imediatamente, sem nem me ajeitar em uma posição confortável. Algumas horas depois, o toque do despertador não me acorda, mas o grito frustrado de alguém do outro lado do quarto, sim. Desligo o despertador, corro os dedos pelo cabelo e sigo em passos rápidos ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 13



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  • manoellaaguiar_ Postado em 09/10/2016 - 14:43:04

    Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 06/10/2016 - 22:22:23

    Continua ❤️

  • manoellaaguiar_ Postado em 04/10/2016 - 18:30:16

    Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 03/10/2016 - 21:14:21

    Brigadaaa! Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 03/10/2016 - 15:53:35

    Continuaaa! Faz maratonaaa!

  • manoellaaguiar_ Postado em 02/10/2016 - 14:43:08

    Eu nunca li o livro convergente pq eu N TO preparada pra aquele negocio que acontece hahahah! Já comprei a quase um ano e ainda tá guardado lá, um dia eu pego ele!

  • manoellaaguiar_ Postado em 01/10/2016 - 19:20:24

    Tá maravilhosaaa! Já vi esse filme e adorei! E tô amando a adaptação agora

  • manoellaaguiar_ Postado em 28/09/2016 - 22:35:16

    Cnttt

  • manoellaaguiar_ Postado em 27/09/2016 - 20:38:10

    Continuaaa

  • Postado em 25/09/2016 - 21:24:21

    Aaai deusss! Continuaaa


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