Fanfics Brasil - Capítulo 8 - Estúpido O Estranho - O Perigo Mora ao Lado (AyA Fanfic)

Fanfic: O Estranho - O Perigo Mora ao Lado (AyA Fanfic) | Tema: Rebelde, Anahí, Poncho, RBD, Traumadas


Capítulo: Capítulo 8 - Estúpido

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POV Anahí


- Não vire. - sibilou - Anahí, não vire.


Eu estava provando a sensação mais estranha de toda a minha vida. Meu corpo estava anestesiado, inerte, apesar daquela voz me causar um formigamento estranho no ventre.


A cozinha ficou em um silêncio incômodo enquanto eu lutava para me manter em pé, minhas pernas estavam tão fracas. Fechei os olhos respirando com força, precisava me controlar... Estar ali, naquele emprego, implicaria em estar com ele. E por mais que meu corpo implorava pra que eu virasse, eu sabia que deveria respeitar aquela ordem.


Ao contrário do que eu pensei, ele não fugiu, não saiu correndo como nas outras vezes. Eu teria escutado os passos ou a porta batendo. Alfonso continuava ali, tão silencioso quanto eu, seu olhar queimava minhas costas e eu estava a ponto de enlouquecer.


Amargamente constatei que o silêncio incomodava mais que as suas fugas.


- O senhor deseja alguma coisa? - consegui perguntar agarrando mais forte ainda a pia.


- Dulce. - respondeu simplesmente, a voz monótona.


- Ela saiu a pouco, não deve demorar senhor.


Silêncio. Um doentio e profundo silêncio. Encarei o jardim pela janela me perguntando onde diabos estaria a ruiva. Que situação aquela! Joguei meu peso de uma perna pra outra, tentando me acalmar em vão. 


- Já são sete. - constatou - Você já deveria ter ido.


- Só estou lavando a louça. - respondi - Para Dulce.


- Não deveria estar aqui. - ele repetiu, a voz agora um tanto quanto agressiva. Ótimo. E lá estava o Alfonso durão.


- Minha presença te incomoda, senhor Herrera? - ataquei já me cansando.


Quando um encontro com Alfonso seria comum? Eram todos tão confusos, tão afobados. Uma hora ele era o idiota aos berros, outra era o anjo que me salvava... E agora novamente o idiota. Ele poderia ter um pouco de senso e parar de ser bipolar? A resposta era clara... Não.


- Muito.


Touché. Aquilo me incomodou um pouco mais do que eu esperava, a dor da rejeição batendo do fundo do peito... Balancei a cabeça me recusando a ficar mal por aquilo, bati o punho contra a superfície da pia.


- Bom, se te incomoda tanto deveria pedir para sua irmã me demitir. - murmurei usando toda a ironia que eu podia - Ou o senhor deveria estar escondido nas sombras, já percebi que isso é a sua especialidade. - revirei os olhos - Ou quem sabe voltar pro seu quarto agora, para que eu possa sair da sua casa. Já que insiste tanto que eu não olhe para a sua cara. O que pensa disso, Herrera?


Ele não respondeu, mas ainda conseguia sentir seu olhar duro me queimando. Saiu de lá bufando, consegui ouvir a porta do andar de cima se fechando. Levei a mão contra a testa respirando com dificuldade, tamanha era a raiva e a mágoa. Como um homem poderia ser tão rude? Eu não havia feito absolutamente nada para o incomodar. Será que ele tinha arrependido de me salvar?
Juntando a pouca dignidade que me faltava, decidi não esperar Dulce... Ela que se arranjasse com ele. Com passos largos alcancei minha bolsa e sai marchando, batendo a porta de entrada nas minhas costas.


Olhei para os lados quando alcancei o jardim, tentando ver os cabelos ruivos... Nada. Não queria sair daquele modo, ainda mais no meu primeiro dia, mas céus... Alfonso realmente tinha conseguido me tirar do sério.


- Prepotente.


Resmunguei enquanto abria o portão que dava acesso a rua. Sentia claramente um olhar sobre a minha cabeça, vindo do terceiro andar da casa. Não virei para ver. Praticamente correndo eu subi a rua, pensando que aquela realmente tinha sido uma péssima ideia.


Claramente eu tinha me enganado também na minha concepção sobre Alfonso. Ri amarga constando o óbvio... Avaliar homens nunca foi meu ponto forte.



~


Quando eu entrei em casa aquela noite, papai estava na sala assistindo um jogo. Pelo canto de olho eu vi ele se virar, pronto para me questionar sobre como tinha sido... Mas algo em minha expressão o fez mudar de idéia. Talvez o fato de eu estar soltando fogo pelo nariz. Murmurei que não jantaria e ele nada disse. Fui imensamente grata por aquilo, precisava de alguns momentos a sós.


O grande problema era que nem a sós eu conseguia raciocinar. Estranho entender como uma única pessoa pode se portar de uma forma tão diferente em pouquíssimo espaço de tempo. Para mim era clara a linha tênue que dividia o "Alfonso gente" e "Alfonso monstro". Apesar do primeiro ter me salvado naquela noite de James, o segundo parecia ser mais constante.


Arrogante, prepotente e assustador.


Será que era aquela a razão de toda a cidade o julgar como monstro? Um extremo mau humor?


Não que eu quisesse defende-lo, longe disso... Naquele momento eu queria mesmo era matá-lo. Mas se as pessoas realmente o consideravam monstro por sua forma de agir, deveriam conhecer a tia Sally... Aos seus 50 e tantos anos a mulher não conseguia terminar uma frase sem lhe jogar um palavrão. Pelo menos... Bom! Pelos menos Alfonso não tinha xingado.


Somente gritado horrores com você, estúpida. Minha mente me recordou da primeira noite no galpão, gruni com aquilo.


Toda aquela história, todo aquele mistério, estava me cansando. Precisava logo saber exatamente no que eu me metia, entender todo aquele quebra cabeça. O que Alfonso tinha feito para causar tanta raiva? Onde Dulce se envolvia naquilo? Céus... Quão profundo era o oceano que eu estava disposta a me afogar?


E a pergunta de ouro: Eu realmente estava disposta a aquilo?


Meu celular bipou assim que eu deixei o banho, ainda de toalha sentei na cama e o busquei no criado-mudo. O nome de Dulce brilhava na tela, havíamos trocado telefones mais cedo.


"De: Dulce Maria.
Espero que meu irmão não tenha causado uma má impressão muito grande. Conto com você amanhã?"


Gemi, revirando os olhos. Minha vontade era de responder que não, que não voltaria. Que o irmão dela fosse a merda com a sua arrogância. Mas o fato é que... Eu não podia.


Dulce, em pouco tempo, tinha ganhado meu carinho e admiração por lidar com tanto, ainda sendo tão nova. Não tinha como a deixar na mão, ainda mais quando eu já tinha dado minha palavra. Os olhos de Christopher também brilharam na minha cabeça... Toda a dor, o sofrimento ao falar dela. Eu sabia que o problema era grande, mas eu simplesmente não podia dar as costas a ele.


"Se o acha mau humorado... Ainda não me viu de tpm! Estarei ai na hora do almoço"


Girei o celular o fechando, me permitindo desabar na cama. Alfonso teria que me engolir. Se minha presença o incomodava tanto... Que se acostumasse ainda mais com as sombras do seu quarto.


Me troquei, me preparando para descer para dormir. O vento entrava frio pela janela do meu quarto, fazendo com que eu me arrepiasse. Girei os pés, indo para a janela que dava de cara para o bosque da nossa propriedade. A noite aquele lugar era ainda mais sombrio, constatei. Era rotineiro eu ter uma impressão de que alguém ali de dentro me observava, como em filmes de terror.


Jogando a cabeça para o lado de fora, encarei a escuridão, forçando os olhos, para ver alguma coisa ali... Nada. Com um arrepio na espinha, fechei os vidros e as cortinas. Talvez eu estivesse ficando paranóica demais.


O celular bipou mais uma vez, acusando o nome de Christian. A mensagem me fez suspirar, já imaginando os problemas que teria a frente.


''De: Chris
Te senti estranha hoje. Algo que queira compartilhar com o gostoso aqui?"


O que Christian tinha de bobo, tinha de astuto. Eu sabia que não poderia fugir das suas indagações por muito tempo, dos seus olhares de águia. Mas enquanto eu pudesse fugir... Eu fugiria.


"Apenas como você é lindo! Conversamos amanhã, pode ser?"


Digitei enquanto mordia os labios. Não sabia como seria a reação dele e dos outros quando soubessem... Eu só desejava que não me afastassem.


"De: Chris
Aguardando essa conversa ansioso".


Gemi. Que Deus me proteja!


~


A noite tinha sido terrível. Rolei na cama, um bom tempo, buscando o sono que não via. Revivia os momentos que tinha compartilhado com Alfonso, tentando achar uma lógica para as suas reações... Nada.


A cada momento eu ficava mais irritada. Irritada com ele, por agir como um idiota. E irritada comigo, porque eu sentia que estava deixando passar algo muito importante que me ajudaria a entender tudo aquilo.


Quando o sono finalmente veio, foi carregado de sonhos perturbadores. Me via em uma floresta escuta, sozinha e descalça. Eu corria, com a maior velocidade que meu corpo permitia, meus pés machucados por irem contra os galhos e os matos secos.


Eu não via do que, ou de quem, eu fugia. Mas o desespero era tão grande que chegava a me sufocar. A floresta não parecia ter fim, não havia nenhum raio de luz sequer. Somente escuridão e desespero.


Fui grata quando o despertador tocou, me livrando daquelas cenas. Enrolei o máximo que eu podia no andar de cima, evitando meus pais. Meu humor não estava nada bom e tudo o que eu não precisava era de perguntas que eu não queria responder.


Quando a casa ficou em um silêncio total, desci as escadas jogando minha mochila nas costas. Alcancei uma maçã, puxando o quadro de avisos da geladeira para avisar mamãe que almoçaria na casa dos Herrera aquela tarde. O que, obviamente, ela não iria reclamar. Mamãe está péssima na cozinha, e dar a ela a oportunidade de ficar sozinha em casa sem a obrigação de comandar um fogão só significava uma coisa... Uma tremenda farra nas comidas congeladas.


Sai de casa evitando olhar para a parte de trás da propriedade. A impressão de ser observada tomou meu corpo, logo no momento que meus pés pisaram na calçada. Era uma coisa extremamente desagradável perceber o quanto o estresse de tudo aquilo estava mexendo comigo.


Dizendo para mim mesma que eu deveria relaxar, me coloquei no caminho do colégio sentindo um vento gostoso bater contra o meu rosto.


Que seja um dia bom, por favor, por favor.


~


Ouvi um assobio, seguido do meu nome, enquanto passava pelo estacionamento. Dean veio correndo na minha direção, senti meu rosto queimar ao o ver... Dean era lindo e extremamente simpático. Era costumeiro você ver as meninas suspirarem por ele pelos corredores, seus sorrisos amigáveis ajudavam nas paixonites. Mas era algo natural dele, não tratava ninguém mal. Tão diferente de outras pessoas.


- Ei Dean. - cumprimentei com um beijo no rosto - Como estão as coisas?


Notei que ele tinha ficado com o rosto um pouco vermelho, parecia desconcertado. Meu beijo tinha causado aquilo? Que bobagem... Ele riu sozinho logo depois, encarando o chão, antes de colocar as duas mãos nos bolsos.


- O mesmo de sempre. - deu de ombros - Queria saber se Sábado está de pé...


- O jogo? - perguntei, franzindo a testa - Claro que está! Suas fãs atacam de líderes de torcida? - brinquei.


- Seria mentira minha dizer que ninguém aparece para torcer. - ele revirou os olhos - Mas ninguém ainda se habilitou para fazer uma equipe. - me encarou com uma expressão maldosa - Porque você não assume esse papel?


- Ah claro! - ri irônica - Até porque está no meu sangue a coordenação para isso!


Imitei alguns gestos típicos de equipes de torcida, fazendo careta e nós dois gargalhamos. Dean me acompanhou até minha sala, ambos entretidos na conversa. Era bom estar com ele, me fazia rir e me sentir leve. Eu quase esquecia meus problemas na sua companhia... Quase.


Passamos por Nina, que me lançou um olhar malicioso nos vendo juntos. Ela não parou para falar conosco, então ele me deixou na porta, já seguindo para a sua. Sentei na minha cadeira já pronta para encarar a aula de biologia com o Sr. Kolb, que tinha o péssimo hábito de falar cuspindo, quando meu celular vibrou acusando uma mensagem de grupo.


"Nina: Acho que alguém tem explicações para dar... Acabei de ver Anny e Dean juntinhos no corredor."


Não esperei a resposta de Maite, que já estava digitando. Pelo visto o intervalo aquele dia seria longo... E eu não pude evitar de rir.


~


- Vocês se beijaram?


Maite grudou no meu braço assim que eu pisei para fora da sala. Não tive tempo nem de olhar, já que Nina me pegou pelo outro braço.


- Vocês estão juntos?


As encarei por alguns segundos, confusa. As duas tinham expressões quase... Maníacas, de tanto entusiasmo. Mai roía a unha da mão livre, enquanto Nina mordia os labios em espectativa. Suspirei.


- Vocês podem, por gentileza, me soltar? - pedi e elas largaram no mesmo instante, não evitei um sorriso - Alguém já disse a vocês que precisam de ajuda? Sério!


- Não enrola Anny. - Nina revirou os olhos - Eu vi o jeito que ele te olhava hoje.


- Você está viajando. - cantarolei enquanto seguia meu caminho para o refeitório. - Ele só quis ser legal.


As duas vieram logo atrás de mim, ainda falando sem parar sobre o assunto. Eu só sabia rir, me recusando a responder qualquer pergunta para não alimentar mais a loucura das duas.


Ian, Christian e Dean já nos esperavam na mesa de sempre quando chegamos. Fui grata pela presença do último, já que evitava que as duas continuassem com o assunto tão constrangedor. Mas elas continuaram ali... Avaliando cada movimento de nós dois, como duas águias.


Levantei os olhos para encontrar os de Christian me avaliando também. Mas, diferente das outras duas, ele parecia mais minucioso no que via. Ergueu a sobrancelha para mim, sem pronunciar uma palavra e eu sabia que a sua desconfiança não era sobre meu relacionamento com Dean. Christian via mais... O que me causava um incômodo chato no estômago.


- Sabe Anny... Acho que vou passar na sua casa essa noite, tem problema? - ele perguntou enquanto eu mordia o meu sanduíche, quase engasguei.


- Cla-claro que não. Você precisa de algo?


- O livro de História. - respondeu - Preciso para um trabalho.


- Mas você não tinha dito que pegaria na biblioteca? - Mai franziu a testa.


- Todos reservados. E já que a Anny tem... - deu de ombros, seus olhos focaram nos meus - Sem problemas pra você?


- Claro que não. Eu chego às seis.


- Ótimo. Mal posso esperar. - ele sorriu e eu gelei.


Quando o sinal tocou avisando o final do intervalo, fui grata pela minha próxima aula não ser com nenhum daqueles três... Ao contrário, era com um distraído Ian que me ofereceu o braço para irmos para a sala. Aceitei de prontidão me preparando para colocar meu plano em prática... Daquela conversa teria que sair alguma coisa.


 


---------


Capítulo curtinho por causa do próximo que eu JURO que posto hoje hahaha


O que será que o Ian vai dizer ein? Pior... Essa desconfiança todinha do Christian! Já disse que o amo? Hahahah


Não deixem de comentar. Um beijinho!


 



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Autor(a): JanaTwint

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Coisas importantes para saber sobre o Ian: ele era distraído, festeiro e um péssimo aluno. Difícil era encontrar um só professor que fosse com a sua cara, era uma negação. Com a formatura naquele ano ele era um dos únicos que ainda não tinha decidido o que cursar, se bem que a carreira dos pais parecia lhe cair como uma ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 28



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  • hittenyy Postado em 25/10/2017 - 23:20:43

    Finalmente te achei hahaha vc não vai postar mais no Wattpad ?

  • mari_froes Postado em 04/11/2016 - 14:08:55

    Cadê??? Amo essa fic!

  • fersantos08 Postado em 24/10/2016 - 13:07:40

    Leitora nova :) adorei a sinopse..vou começar a ler!

  • nanda_silva Postado em 23/10/2016 - 23:53:07

    Continua sou leitora nova

  • beatris_ponny Postado em 18/10/2016 - 19:45:38

    Posta mais

  • beatris_ponny Postado em 18/10/2016 - 19:45:14

    Amando <3

  • Belle_ Postado em 17/10/2016 - 15:00:18

    socorro essa história é tão perfeita, vc escreve maravilhosamente bem jdjdjdjfjfjf cntt

  • mari_froes Postado em 17/10/2016 - 08:51:15

    Amando! Cada dia mais e mais!

  • mari_froes Postado em 15/10/2016 - 09:28:32

    Geeente... que babado! Posta maais!!!

  • day Postado em 15/10/2016 - 08:17:59

    Oi é a primeira vez que estou comentando Continua estou amando a história, me dói o coração ver o Alfonso sofrer assim .....


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