Fanfic: O Estranho - O Perigo Mora ao Lado (AyA Fanfic) | Tema: Rebelde, Anahí, Poncho, RBD, Traumadas

Estava cansada. Meu corpo pedia tanto um bom cochilo, mas o dia ainda não tinha nem começado... Teria que esperar mais algumas boas horas para finalmente me afundar na cama. O professor de Biologia parecia não estar em um bom dia também, não sabia se escrevia no quadro ou olhava as pernas de Lauren sentada na primeira cadeira. Ergui a sobrancelha para aquilo... A saia chegava a ser indecente e ela não costumava ocupar aquele lugar. Olhando de longe podia ver um sorriso travesso em seus lábios enquanto o homem ficava cada vez mais nervoso com a cena na sua frente. Me perguntei se ninguém mais estava notando aquilo, mas em uma pequena olhada em volta já dava pra perceber que cada um estava em seu próprio mundinho, inclusive Maite afundada ao meu lado.

As coisas não estavam boas para ela. Mane simplesmente tinha resolvido se afastar. Se antes tentava criar pequenas situações para um momento a dois, agora nem isso. Eu não o culpava, muito pelo contrário. Mai entrou em uma espécie de paranoia, onde ela julgava ser extremamente inteligente recusar todos os convites dele para que o interesse ficasse maior. Uma bela caída do cavalo, diga-se de passagem. Mas Chris já parecia ter seus próprios planos para os dois... O dia do plano maluco do quarto se aproximava, na realidade, seria na próxima semana em uma reunião na casa de Nina e ele mal podia conter sua expectativa. Isso já que, além de Maite e Mane, ele planejava dar um pequeno empurrãozinho nele mesmo e Elijah. 

Eu só rezava para tudo dar certo.

Bati os dedos contra a mesa enquanto respirava fundo, as coisas estavam tão estranhas. Já tinha se passado quase um mês desde que Christian havia me mostrado o óbvio, jogado na minha cara na realidade... Ainda era difícil de aceitar, entender, que realmente havia me apaixonado por Alfonso, me encantado totalmente por ele. Como uma pessoa poderia causar tamanha impressão em tão pouco tempo? Me sentia fraca em sua presença, a mercê do que ele faria. E sinceramente... Ele podia fazer o que quisesse, eu já não me importava.

Nesse tempo eu também não o vi mais. Alfonso simplesmente não aparecia, não surgia pelos cantos das casas, não havia tido mais crises... Nada. Dulce desconversava, nunca falando nada concreto sobre ele. Poderia jurar que ele não estava mais na cidade se não fosse a certeza que eu tinha da sua presença, me observando, todos os dias e os pequenos presentes que apareciam na minha porta.

Sorri lembrando do primeiro buquê, as rosas brancas... Minhas preferidas. Meu coração chegou a doer quando murcharam, queria que durassem para sempre. Depois vieram outras, amarelas, vermelhas, de todos os tipos. Mamãe sorria feliz todas as vezes que me via com um buquê diferente... Não dizia nada, mas eu sabia exatamente o que sentia: o fantasma de Rodrigo cada dia desaparecia mais e, com isso, a minha ida para longe ia se tornando uma ideia cada vez mais distante. Eu sabia que ela pensava que quem me mandava todas aquelas coisas lindas era Dean, não estava disposta a explicar a verdade.

Talvez porque nunca havia um cartão em nenhuma delas.

Mas eu não precisava de cartões ou de palavras bonitas. Eu sentia, sentia no fundo do meu ser que Alfonso sentia a mesma coisa. Eu só queria poder lhe dizer que eu estava ali por ele, que ele podia confiar em mim... Mas antes de qualquer coisa, eu tinha um longo caminho para esclarecer, precisava limpar o passado de Alfonso para tê-lo no presente e mexer no passado de Angelica se tornava cada vez mais complicado.

Foi com uma expressão, como se eu fosse louca, que o primo do Christian me recebeu duas semanas atrás na delegacia da cidade. Mark era novo, deveria ter seus trinta e dois anos, mas a expressão cansada denunciava que o trabalho roubava boa parte da sua vida. 

- O caso do incêndio do colégio? - me perguntou, confuso - Senhorita Portilla, por que o interesse com essa história tão triste?

- Como o senhor sabe, sou nova na cidade. Meus amigos comentaram por cima sobre tudo o que aconteceu na época, sempre tive interesse por casos policiais. - dei de ombros - Como trata-se de um caso fechado, sem segredo de justiça, pensei que não haveria problemas em eu dar uma olhadinha nos papéis.

- Interesse em casos policiais? - me perguntou, assenti - Portilla, se quer ter alguma ajuda da minha parte, tem que começar sendo sincera. Não é uma conversinha mal contada como essa que vai me convencer a entregar todo o caso em suas mãos.

- Certo. - suspirei - Digamos que algo não cheira bem nessa história. Não quero o ofender, nem aos seus colegas... Mas eu realmente acho que algo passou batido, sabe? Soube que as digitais do Alfonso Herrera não foram encontradas no local do crime...

- Mas foram encontradas nos barris. - pontuou, me encarando com curiosidade.

- Certo. - revirei os olhos - Mas ele namorava Angélica, não se sabe o que poderia ter acontecido. Ele ter encostado nos barris não significa absolutamente nada. 

- Onde quer chegar senhorita? - suspirou.

- Eu realmente acho que algo passou despercebido, detetive. É cruel a forma como as pessoas tratam aquele homem e sua irmã aqui, sem ao menos saber exatamente o que aconteceu. - o encarei - Em nenhum momento o senhor se perguntou se Alfonso é inocente e até hoje carrega um fardo que não é dele?

Parecia que minhas palavras tinham chegado no fundo do detetive, me confidenciou que tinha sido um dos poucos que não queria ter fechado o caso na época. O que acontece é que, na ocasião, ele ainda era policial e não tinha muita voz ativa na delegacia. Prometeu que ele mesmo revisaria o caso, me explicando que eu não poderia ter acesso aos papéis, e que me contataria em qualquer novidade. Foi com uma imensa surpresa que recebi a notícia que duas peças fundamentais daquele quebra cabeça não tinham sido ouvidas na época: Dulce e Alfonso. O caso estava repleto de depoimentos de pessoas que estavam no dia do baile, inclusive Maite e os outros, mas em nenhum momento se propuseram a escutar o acusado e a pessoa mais próxima dele. Aquilo era estranho, muito mesmo. Era absurdo pensar que ninguém tinha ido atrás dos dois para colher depoimento, já que se tivessem ido... Eles não poderiam se negar. 

Maite me cutucou me fazendo voltar para o presente. A sala já estava quase vazia, a não ser por nós duas, Lauren e o professor. Ela parecia ter uma séria dificuldade para fechar a bolsa, enquanto ele parecia estar perdido no meio de seus papéis. 

- Você percebeu isso? - perguntei a Maite quando já estávamos no corredor.

- O que? - juntou as sobrancelhas. 

- Lauren e o professor. Sério que não notou?

- Notar o que? - soou confusa - Ele é casado com a diretora, não seria louco.

Preferi não dizer mais nada enquanto tomávamos o nosso caminho para o refeitório. Não sabia do envolvimento dele com a diretora, mas não era burra para não entender o que estava rolando com Lauren. Se aquela história estourasse... Céus, aquele colégio ia para o espaço.

Chris já estava sentado na mesa de sempre, acenou para nós duas assim que pisamos no salão. Maite avisou que primeiro buscaria um suco e eu avisei que sentaria de uma vez, caminhei até meu amigo. Chris, nos últimos dias, tinha decidido que era uma ótima ideia deixar o laranja e adotar um pink bem chamativo no cabelo. Tive uma crise de riso terrível quando o vi depois da transformação.

- Ei bonita. - me beijou o rosto quando me sentei ao seu lado - Como está sendo o seu dia? Com a mesma vontade de se matar nesse lugar que nunca acontece nada?

- Um pouco. - sorri - Você já notou alguma coisa rolando entre Lauren e o professor de Biologia?

- O gostosão casado com aquela megera? - ri alto, assentindo - Já peguei alguns olhares sim. Não que me surpreenda, Lauren sempre foi desse tipo.

- Deve ser. - dei de ombros.

- E o nosso homem das cavernas? - perguntou em um riso abafado.

- Não fale dele assim. - revirei os olhos - Ainda nada, parece que não quer me ver.

- Isso não merece um aleluia? - o olhei feio - Certo, desculpe. Mas ele ainda manda rosas, não? Daquele jeito totalmente louco e maníaco, que eu realmente acho que você deveria ter medo... Mas, ainda manda e você gosta... Dê tempo ao tempo.

- Estou tentando. - fui sincera.

- Sei que sim. - concordou, passando a mão nas minhas costas - E quanto Dulce e Christopher?

- Esta mais difícil do que eu pensava entrar nesse assunto. - fiz careta - Toda vez que eu toco no nome dele, ela foge como quem vê um fantasma.

- Isso é ruim.

- Sei que sim. - suspirei - Só queria poder ouvir da boca dela o que sente, entende? Me dói ver Ucker sofrendo de um lado e ela do outro.

- Seria mais fácil se eu estivesse por perto nessa conversa. - fez careta - Sei que ela não deve nem querer me ver pintado de ouro, mas...

- Essa é uma ótima ideia. - mordi os lábios - Mas como faria para vocês se encontrarem? - ele deu de ombros - Vou pensar em alguma coisa.

Maite chegou na mesa com Nina logo atrás. Essa última parecia irritada, aliás, estava assim nos últimos dias. Ela e Ian começavam a passar por uma crise em um pouco estranha... Não entendia bem o motivo. Ele passou a estar mais distante e ela cada dia ficava mais irritada, mas eu sabia que era por estar triste demais. 

 - Tenho medo da resposta mas... - Chris começou - O que aconteceu, Nina?

- Nada. - bufou cruzando os braços.

- Ela viu Ian de papo com a Greta. - Mai deu de ombros.

- A estranha dos óculos enormes? - Chris gemeu - Ah Nina, por favor...

- Não quero falar sobre isso, ok? - gruniu. 

Mai e ele não deram bola, logo iniciando uma conversa paralela sobre a festa na próxima semana. Olhei Nina pelo canto dos olhos, não querendo invadir seu espaço, ela tinha lágrimas nos olhos e encarava o vazio. Senti meu coração ficando pequenininho com a cena. Sem pensar, estiquei minha mão sobre a mesa e alcancei a dela, apertando levemente. Seus olhos grandes encontraram os meus e eu sorri de canto, ela retribuiu limpando uma lágrima solitária que escorria pela bochecha. 

- Apaixonado a caminho. - Mai me cutucou, jogando o rosto para algo atrás de mim.

Franzi a testa para ela, girando meu corpo para trás. Dean vinha com toda sua pose, um sorriso delicioso brincando nos lábios. Meu primeiro instinto foi sorrir de volta, me sentia bem com ele, de uma forma que eu mesma não entendia. Olhei para Chris ao meu lado e recebi um olhar repreendedor e suspirei, sabia que estava levando aquela situação de uma forma errada. O que sentia por Dean era uma atração, ponto. Sem contar o fato de que ele realmente era um cara muito legal, era fácil rir com ele. Mas o problema era que eu sabia bem o que ele queria comigo, o que sentia. 

Era exatamente o que eu sentia por Alfonso.

Tinha prolongado o momento daquela conversa por aquelas semanas, como o diabo foge da cruz. Precisava ser sincera com ele, necessitava.

Mas porque, diabos, eu simplesmente não conseguia?

"Talvez por ele ser o caminho certo", minha mente gritou. Suspirei tentando jogar o pensamento para longe.

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Meninas! Como estão minhas bonecas? Espero que bem!

Decidi começar a dividir os capítulos, para ficar mais fácil a revisão. Esse, de hoje, teremos três partes. Posto tudo ainda hoje!

Anny buscando a polícia e começando a cutucar a história da falecida... O que acham que vai sair dai? hahaha

E Dean e Alfonso! Anny bem confusa com tantos sentimentos... Qual é a aposta de vocês? Me contem! hahaha

Até já já! Um beijo.