Fanfic: O Estranho - O Perigo Mora ao Lado (AyA Fanfic) | Tema: Rebelde, Anahí, Poncho, RBD, Traumadas

- Ô Any eu sinto tanto sua falta.... Roma não é a mesma sem você.

– Eu sei Vick, nenhum lugar é bom sem minha ilustre companhia. – ri e ela me acompanhou – Ahm... Bom, e Rodrigo?

Victoria pausou um longo momento no telefone, encarei a parede da biblioteca apreensiva. Primeiro dia de aula e eu já estava enfiada naquele cubículo. Que ótimo.

– Bom Any… Rodrigo é o Rodrigo. Você pode imaginar como ele está.

– Com Kate, aposto. – suspirei e Ang riu baixinho - Aquela vagabunda não perde tempo... Ai, não aguento mais essa biblioteca! Estou a ponto de surtar!

A senhora Jersy me fez sinal de silêncio, acenei timidamente para ela e Vick riu no telefone. Revirei meus olhos.

- Tentando bancar a boa aluna, Puente?

- Não seja engraçadinha, Castro. – ri e ela me acompanhou – Estou enfiada no jornal da cidade a horas atrás de emprego. Mas não há nada! Absolutamente nada. Inferno de cidade pequena...

– Paciência Any… – ela murmurou e eu gemi – Ano que vem estaremos todos juntos novamente.

– Não canso de contar os minutos.

– Passara rápido, eu prometo. Ei Any, tenho que ir, tenho aula. Se cuide amiga, por favor.

– Sim senhora! – brinquei e ela riu desligando logo depois.

Bati minha cabeça contra a mesa, totalmente frustrada. Se já não me bastasse todos os problemas que eu tinha, papai me pediu para arrumar um emprego. Não que fosse um problema trabalhar, pelo contrário. O problema é que naquela cidade não tinha absolutamente nada para ser feito. Nada mesmo.

– Hey, Any! – senti um cutucão em minhas costas e me deparei com Christian e Mai.

- Ah... Oi. – sussurrei ajeitando meu cabelo enquanto eles sentavam em minha frente.

– Na biblioteca? No primeiro tempo? - ele riu – Não vá me dizer que é uma nerd…

– Não, pelo contrário. Péssima aluna. – revirei meus olhos mostrando o jornal – Estou é procurando emprego.

– Emprego? Mas você mal chegou... – Mai pareceu curiosa, dei-lhe um risinho fraco me levantando.

– Mamãe gastou demais na nova decoração, meu pai não vai aguentar segurar as pontas sozinho. – dei de ombros – Olha, me desculpem, mas eu tenho que ir buscar meu livro da aula de Biologia. Vejo vocês depois?

– No intervalo, com certeza! E temos uma festa hoje a noite na casa do Ian, nem pense em furar! – a morena sorriu para mim – Te busco mais cedo para nos arrumarmos juntas, pode ser?

– Se eu disser não, você irá me buscar mesmo assim? - perguntei e ela me lançou um sorriso malicioso.

– Você tem dúvidas?

– Te vejo as sete.

Comecei a caminhar em direção as fileiras com livros ainda ouvindo os dois rirem. Uma lembrança me fez travar, mordi os labios pensando se era adequado ou não perguntar… Resolvi que seria pior se não perguntasse.

- Ei Mai!  - chamei e ela se virou - Bom… Como seu irmão…

- Ele está bem. - me interrompeu - Só envergonhado. Vai querer se desculpar essa noite.

Assenti enquanto ela dava de ombros saindo com Christian para a sala. Não achava que Ucker me devia uma explicação. Ele estava nervoso, eu disse algo que ele não gostou. Eu e minha maldita boca grande. Não cabia, justo a mim, julgar.

Continuei o meu caminho almejando não me atrasar. Estava sendo um dia... Complicado. Eu era o assunto mais comentado da escola, como se já era de se esperar já que era... Minúscula. Todos me olhavam como se eu fosse algum tipo de aberração e aquilo me incomodava muito.

Não que eu não gostasse de ter atenção, veja bem... Eu sempre estive rodeada de atenção, exatamente por Rodrigo. Ser a escolhida do herdeiro da maior rede de boates do país chamava sim atenção.
Mas era o tipo de atenção que você consegue lidar, o que não é o caso de quando te observam para julgar.

E ainda tinha o acontecimento da outra noite.

Não me pergunte como, mas acordei em minha cama na manhã seguinte. Papai disse que me encontrou deitada no sofá no meio da madrugada, e me levou para o quarto. Mas, mesmo assim...

A figura assustadora ainda me assombrou todos os dias, inteiros. Pensei que tinha só sonhado, que fora algo totalmente inventado pela minha mente confusa e doente. Mas os arranhões em minhas pernas causados pelos arbustos e o roxo em meu braço demonstravam que a noite passada tinha sido real.

Até demais.

Evitei sair de casa nos dias que seguiram usando a desculpa de arrumar minhas coisas para qualquer convite dos meus novos amigos. Mas a realidade é que eu tinha ficado assustada. Muito mesmo.

Achei o livro que precisaria para a próxima aula e, não evitei em passar na sessão infantil. Me sentia estupidamente boba enquanto atravessava o salão a caminho do balcão, com um exemplar de A Bela e a Fera embaixo do braço direito. Suspirei aliviada ao ver que só uma menina estava em minha frente na fila. Não queria chegar atrasada, mas parecia que não era meu dia de sorte.

A Sra. Jersy e ela estavam em uma conversa animada que não parecia que iria acabar tão cedo, a velha com os óculos apoiados quase no fim do longo e fino nariz. Quis olhar no rosto da menina e mandar-lhe um olhar mortal. Mas só conseguia ver suas costas miúdas e seu cabelo totalmente desarrumado. Bufei.

– Ô Dulce querida. Não sabe como fico feliz em te ver. Já faz tanto tempo!

Quase engasguei com minha própria saliva. Estava próxima ao balcão, tão próxima que conseguia ouvir a conversa com clareza, mesmo se não quisesse.

Mas naquele caso, eu queria. Encarei as costas miúdas da menina a minha frente e o cabelo vermelho preso em um coque descuidado, lembrando-me da primeira vez que vi Dulce Maria.

Mas seria a mesma pessoa?

– Não voltei definitivamente, não por enquanto. - a voz soou triste - Vim pegar minha licença e alguns livros para ele…

– E como ele está? Pensei em visitá-los mas ele sempre teve um temperamento tão forte…

A menina suspirou apoiando as mãos no balcão. Parecia exausta. Ouvi o sinal tocar mas não me preocupei em me mexer. Sempre fui fraca demais em minha luta contra minha curiosidade.

– Está da mesma forma, enlouquecendo-me. Não me importo em cuidar dele, a senhora sabe bem. Mas aquela casa é absurdamente enorme, não tenho nem forças para limpar um terço dela.

– E ele não te ajuda menina?

Ela riu ironicamente, tive que me conter para não chegar mais perto.

– Ele não ajuda nem a si mesmo. Titio Juan quis nos levar para sua casa, mas ele não aceitou de jeito algum. Agora passa as tardes quebrando vasos e berrando para todos os vizinhos ouvirem... Não sei mais o que fazer, precisaria de uma ajuda e…

– Senhorita Puente?

A voz da Sra. Jersy me fez saltar. Não percebi que havia chego perto demais, quase me apoiando em Dulce.

Merda. Ouvir conversa alheia é crime? Me rendo, sou culpada!

A ruiva virou-se assustada e, quando viu meu rosto passou a murmurar coisas. Tive a impressão de ouvir um "ela". Mas confesso que não confie muito nisso, estava nervosa como uma criança pega roubando doces antes da hora do parabéns. Se Dulce dançasse frevo na minha frente, naquele momento, eu não confiaria no que meus olhos viam.
Um par de olhos castanhos, intensos, me fitavam sem desviar. Seu olhar era… Confuso. De perto Dulce era ainda mais bonita do que eu pensava. A pele, como de porcelana, fazia um contraste perfeito com os cabelos fogo. Por um instante pude entender tamanha devoção que Ucker tinha a ela. Dulce Maria era um anjo em terra.

Por fim, me olhou de uma forma estranha e abriu um sorriso enorme. Correspondi incerta.

– Senhorita Puente?

A velha me chamou mais uma vez me fazendo sair de meu transe. A encarei já esperando uma bronca estilo Marichelo: “somente as desocupadas ficam ouvindo conversa dos outros e blá blá”.

– Si-Sim?

– Está procurando emprego, não?

Assenti confusa enquanto as duas trocavam um olhar cúmplice.

– Aceita qualquer tipo de trabalho? - Dulce me perguntou em uma voz baixa. Seus olhos me passavam um misto de esperança e insegurança.

– Bom... Sim, mas…

– Então conseguiu um, Puente.

-------

     Meninas! Eu TENHO QUE me desculpar por ter sumido. Novo emprego, novas responsabilidades. Ficou uma loucura! Posto mais ainda esse final de semana. Prometo! Não deixem de dizer o que estão achando!

Um beijo!