Fanfics Brasil - Capítulo 5 - Monstro O Estranho - O Perigo Mora ao Lado (AyA Fanfic)

Fanfic: O Estranho - O Perigo Mora ao Lado (AyA Fanfic) | Tema: Rebelde, Anahí, Poncho, RBD, Traumadas


Capítulo: Capítulo 5 - Monstro

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Papai e mamãe ficaram absurdamente felizes quando eu avisei que sairia aquela noite. Felizes por eu, aparentemente, ter feito amigos e estar me acostumando a nova rotina. No meu intimo eu sabia o motivo: estavam aliviados porque achavam que em qualquer momento eu fugiria e voltaria para Rodrigo. Não podia deixar de me sentir mal por eles terem aquela visão de mim. Não era irresponsável, muito menos ingrata. E ir atrás de Rodrigo agora... Seria como uma cadelinha indo atrás de seu dono. Eu não queria, não mais. 


Também se mostraram felizes quando eu contei do meu emprego. Parecia que as fofocas ainda não tinham chegado aos seus ouvidos, e eu fiquei grata com isso. Expliquei que fora Dulce quem havia me contratado, evitando entrar muito no assunto, também contei que na casa também morava o seu irmão. Quando minha mãe perguntou pelos pais deles, dei de ombros falando que provavelmente não ficavam muito em casa, já que Dulce não os mencionou. O que não era mentira. Falei por cima que achava que Alfonso tinha algum tipo de doença, pois não saia muito de casa... O que também não era nenhuma mentira. Os Herrera eram muito reservados. Papai não gostou muito desse última informação, mas foi logo passado para trás por uma Marichelo entusiasmada falando sobre o quanto a mansão que eu iria trabalhar era enorme. Por fim, só me pediu para que tivesse cuidado. Concordei.


Fiz uma careta quando tive que separar algumas roupas para ir até a casa de Maite. Não sabia o que tinha que vestir, não mesmo. Optei por colocar na mochila um vestido preto, simples, mas também coloquei uma blusa de manga com um shorts. Não sabia que tipo de festa, exatamente, Ian ia fazer. Só sabia que seus pais tinham saído da cidade para um congresso na capital, já que eram médicos. 


As sete em ponto a buzina tocou na frente de casa. Não entendi muito bem a razão de vir me buscar de carro, ou melhor... De vir me buscar. Morávamos a duas quadras de distância. Desci as escadas me deparando com Enrique espiando a rua pela janela.


- Uau. - assobiou - É um belo carro essa da sua amiga.


- Acho que é da mãe dela. - dei de ombros.


- Sinto muito por não poder te dar um carro agora, querida. - disse sentido, os olhos indo ao chão - As coisas ficaram mais difíceis do que pensei...


- Eu não me importo - fui sincera, me inclinando para beijar seu rosto - Já vou papai.


- Se divirta, ok? - sorri pra ele - Não volte muito tarde, tem que estar na casa dos Herrera amanhã. Sabe... Foi realmente muita sorte esse emprego.


Assenti abrindo a porta de casa. Não tinha muita certeza sobre essa última parte, sinceramente não sabia se aquele emprego foi sorte demais... Ou azar demais. Mas não era algo que eu compartilharia com meu pai.


Maite estava mais elétrica do que de costume. Me deu dois beijos no rosto, já disparando a falar no meu ouvido. Me forcei a acompanhar a conversa, já que ela parecia realmente a vontade comigo. Fui grata por isso, a presença de Maite preenchia os silêncios e me forçava a não pensar muito. 


Logo estávamos em seu quarto, que tinha o mesmo tamanho que o meu. Muitas fotos preenchiam uma parede inteira, me peguei as observando enquanto ela se metia no banheiro para alisar os cabelos. Em sua maioria, eram fotos dela e de Christhian. Ele sempre muito sorridente, cheio de caras e bocas. Até em uma foto dos dois crianças, eu os reconheci com facilidade, ela com o olhar orgulhoso em sua direção e ele de pé com o sorriso gigante que eu já conhecia. A pinta logo embaixo da boca e os olhos brilhantes. 


Haviam também algumas fotos com Nina, ela por sua vez sempre muito bonita. A pose impecável, o cabelo sempre alinhado. Por um segundo senti inveja, Nina era o tipo de mulher que eu sempre desejei ser... Linda, confiante. E que em algumas outras fotos, em grupo, tinha um Ian bobo ao seu lado. Tive que confessar, era um casal absurdamente lindo. 


Christopher também estava presente em algumas, na sua maioria fotos em grupo. Sempre no canto, os olhos cansados e um sorriso fraco no rosto. Maite sempre ao seu lado, a mão firme em seu ombro... Como se naquele toque passasse toda a sua força para o irmão. E eu não duvidei que realmente fosse assim. 


Meus olhos passaram também por uma foto onde Mai parecia ter o olhar bobo para um rapaz muito bonito. Parecia um bar, já que ele apoiava as costas em um balcão. Pude ver Chris também na fotografia, o sorriso malicioso nos lábios encarando os dois. O rapaz não parecia notar a presença de Maite, olhava para a câmera pomposo. Já ela parecia só enxergar ele. Naquele momento eu soube que aquele era o cara. O tal Mane. Sorri para a foto, desejando que um dia ele notasse aquele olhar dela. Eu sabia que ela merecia.


- Ei Any! - ela gritou de dentro do banheiro - Pode me dar uma mão aqui? Acho que me queimei...


- Já vou! - respondi rindo.


Estava prestes a levantar quando me prendi a uma foto, no cantinho da parede, quase que escondida. Me aproximei, sem saber direito o porque da minha curiosidade. Estavam na praia, a primeira que eu vi foi Maite. Os cabelos, hoje cortados em camadas, eram bem lisos como uma cortina no seu rosto. Seu braço apoiado no ombro de Chris, que tinha o cabelo em um tom loiro. Apesar de mais jovem, o mesmo rosto engraçado. Ian e Nina estavam sentados na areia, na frente dos dois. Nina deitada no colo do namorado, rindo para a câmera. Ele a olhando bobo, despreocupado com a foto. Mas o que realmente me prendeu foi o outro casal eternizado na imagem... Christopher tinha o cabelo maior, os cachos rebeldes. O sorriso que eu vi ali, era sincero, o que eu nunca pensei que veria nele... Parecia relaxado, absurdamente feliz. Nos seus braços uma mocinha pequena, o sorriso travesso nos lábios. Tinha o cabelo um pouco abaixo dos ombros, negros com algumas mechas loiras e vermelhas. Eu não a reconheceria se não fosse pelos olhos, tão expressivos. Dulce não tinha mais do que 15 ali, mas parecia estar no melhor momento da sua vida. 


Havia um rasgo na fotografia, onde antes deveria estar outra pessoa... Ou talvez mais. A foto foi rasgada com força já que parecia bem danificada. Senti meu estômago borbulhar de curiosidade. O que fez Maite ter tanta raiva para rasgar a foto assim? Quem a fez ter tanta raiva assim?


- Any? - a voz me fez saltar, Mai tinha o rosto pra fora do banheiro me olhando - Tá tudo bem ai?


- Tá sim. - sorri sem graça - Só me distraí... Chris não mudou nada desde criança.


Apontei o dedo em direção a parede, torcendo para que ela seguisse a conversa acreditando que era realmente uma foto de Christian que eu estava olhando. Ela sorriu, me chamando pelo dedo e já entregando a chapinha nas minhas mãos. Logo ela estava contando uma história de como Christian uma vez fez Ucker surtar sumindo com todos os seus carrinhos. 


Suspirei aliviada por não ter sido pega. Me envolvi na conversa enquanto arrumava o cabelo dela e logo depois deixei que arrumasse o meu. Novamente me senti grata por ela ser tão falante, não me preocupei em pensar em mais nada.


Pelo menos por enquanto.


 


                                             


                                                                                        ~


Estava me sentindo extremamente desconfortável. Por mais que o vestido fosse meu, me senti despida demais. Mas Maite não me deu opções. Meu cabelo caía como uma cascata, muito bonito, até minhas costas. Tive que a agradecer por isso, o amava assim... Mas não tinha muita paciência para aquilo. Uma maquiagem suave, que realçava meus olhos. Só não me obrigou a colocar saltos, porque eu ameacei que iria embora. Sorri satisfeita com as minhas sapatilhas. Melhor assim, menor o risco de cair na frente de todo mundo.


Mai, por sua vez, estava magnífica. O vestido salmão, curto, caiu como uma luva no seu corpo bem definido. Iria usar salto, mas como me recusei, não quis ser a única a usar. 


Me senti envergonhada quando paramos na frente da casa de Ian. Risadas altas vinham de lá de dentro, junto com a música. Algumas pessoas estavam sentadas no jardim, pessoas essas que já me encaravam com curiosidade demais. 


- Posso ir embora? - pedi em um sussurro.


- Nem morta. - ela revirou os olhos, tocando a campainha. A porta se abriu em um rompante e um Ian extremamente sorridente, pra não dizer bêbado, apareceu. 


- Finalmente! - abraçou Mai com um braço e com o outro me puxou pra um abraço de urso - Achei que iam abandonar o Ianzinho aqui...


- Desde quando Maite perde uma festa? - Nina riu aparecendo logo atrás. A olhei envergonhada quando Ian me soltou, não queria nenhum clima estranho entre nós. - Relaxe Any... Ian é assim mesmo, já nem ligo mais. Não quando é com amiga minha. - revirou os olhos, batendo na cabeça do namorado - Você tá uma gata!


- Créditos a mim, por favor! - Mai riu, se achando e eu a acompanhei - Onde está aquele desmiolado do Christian?


- Deve estar... - Ian começou olhando para trás, mas não foi preciso que dissesse. Christian vinha com um sorriso enorme no rosto, agarrado a uma garrafa de tequila.


- U-A-U! - gritou parando na minha frente - Any, querida, tudo isso é pra tentar me fazer virar hétero? Se for... Devo dizer, boa tentativa! Mas esse corpinho aqui, não vai ter não!


- Só se for nos seus sonhos! - brinquei gargalhando. Adorava Nina e Ian, mas era com Chris e Mai que eu me sentia mais a vontade. O laranjinha tinha já ganhado o meu coração. Ele me abraçou de lado, depois de encher Mai de beijos no rosto.


- Nos meus não, querida... Mas tenho certeza que Dean vai ficar torto quando te ver.


- Any se deu bem! - Nina disse animada, recebendo um cutucão de Ian - Ai! O que foi? 


- Sem brigas por favor! - Maite ria - Mas que Any se deu bem, ah se deu! Ele já chegou?


- Está lá fora. - Chris disse, virando o seu olhar malicioso agora para a morena - Com Mane.


E lá estava novamente a Maite tímida e calada, tão difícil de se ver. Ela foi de vermelha para roxa e eu sabia que se ela pudesse cavar um buraco pra se esconder, ela faria. 


- Ele está aqui? - sussurou.


- Sim! - Nina disse, revirando os olhos - Hoje, por favor, vê se toma uma atitude, sim?


Ela assentiu, respirando fundo e Ian e Nina pareceram satisfeitos. Meu olhar cruzou com o de Chris e ele tinha a mesma cara do que eu. Ela não tomaria atitude nenhuma e nós dois sabíamos. 


Quando o casal começou a trocar beijos, sem nenhum pudor, fui grata quando Chris nos tirou de lá querendo beber. Depois da terceira dose de tequila eu já estava mais solta, até me arrisquei a fazer algumas piadas para os dois que gargalhavam. Fui apresentada para algumas pessoas, que nas palavras de Christian, estavam ansiosas para conhecer o rosto novo da cidade. Ignorei alguns olhares famintos e outros invejosos, tentando ser o mais simpática possível. 


Quando Mai se afastou, indo ao banheiro, o laranjinha foi na direção do jardim prometendo trazer Dean consigo. Mesmo eu implorando para que não o fizesse, ele foi mesmo assim. Me pediu para tentar entender que era uma oportunidade de aproximar Mane de Mai, depois disso não pude mais reclamar. 


Me encostei contra a porta de vidro que separava a sala do jardim, fechando os olhos. A bebida já fazia efeito, sentia minha cabeça rodar. Talvez foi por isso que não senti que alguém se aproximava. Pulei no susto quando Christopher tocou meu braço, ele riu envergonhado.


- Acho que te assustar está se tornando meu hobbie. 


- Eu não duvido disso. - respondi, ainda com a mão no peito. Ele deu de ombros se encostando no meu lado. Ficamos em silêncio por um instante, Ucker parecia incomodado, tentando buscar as palavras. Suspirou quando decidiu falar.


- Me desculpe pelo outro dia... De verdade. - passou as mãos pelos cabelos - Eu perdi o controle, fui rude.


- Não tem problema não gostar de mim, Christopher. - respondi em um sussurro.


- Por Deus Any... - ele riu - Não tem nada a ver por gostar ou não de você. Eu gosto, Maite não sabe falar de outra coisa a não ser você nessas semanas. - ele revirou os olhos e eu ri - Aquele dia não foi por você... Só me irritei por algo que você não tem nenhum dever de entender.


Quis dizer que entendia, que sabia de Dulce. Minha língua coçou querendo entregar que, logo amanhã, estaria muito mais próxima dela do que todos eles. E que eu queria ajudar, eu ajudaria. Mas ainda não era o momento. Sorri verdadeira para ele, tocando seu ombro.


- Relaxe, eu entendo. Está desculpado. - suspirei, mordendo os lábios logo a seguir - Se quiser conversar algum dia...


- Obrigado, mesmo. - disse sincero e então seus olhos se prenderam em algo atrás de nós, ele gargalhou apontando - E boa sorte. 


Não tive tempo de perguntar nada, me virei pra olhar no mesmo instante que Christopher se afastava. Gelei. Christian voltava acompanhado de dois rapazes, olhava pra mim de uma maneira muito sugestiva. O da direita, mais alto, logo reconheci sendo o Mane. Moreno, com os cabelos espetados, usava uma roupa muito parecida com aquela da foto que vi no quarto da minha amiga mais cedo. Do outro lado de Christian vinha um mais baixo, branco, os cabelos loiros espetados. Nossos olhos se cruzaram e eu percebi que os dele eram de um verde muito bonito.


Não evitei em segurar a respiração. Ele era realmente muito bonito. 


- Finalmente te achei! - Chris soou aliviado, arqueei a sobrancelha pra ele chocada com a mentira, eu estava no mesmo lugar que ele tinha me deixado antes - Deixe eu te apresentar! Any, esse é Mane de la Parra e esse aqui... É Dean Winchester. Meninos, essa é Anahí, minha amiga e nova sensação da cidade.


Corei fortemente com as palavras dele. Os dois rapazes explodiram em uma gargalhada. Mane logo se mostrou o mais caloroso, me beijando no rosto.


- É um prazer. - sorriu, sorri de volta ainda muito tímida.


- Christian não fala de outra coisa... - Dean tomou a frente, pegando uma das minhas mãos e depositando um beijo - É realmente um prazer.


- O-o prazer é meu. - gaguejei e vi o laranjinha prender o riso. Quis chutá-lo por me colocar naquela situação.


 Chris logo começou a conversa, pedindo para que os meninos me explicassem como as festas de Ian eram boas, mas não se comparavam com as que Mane davam... Me peguei rindo com os três, as vezes pegando alguns olhares de Dean para mim. Eu corava fortemente toda vez que isso acontecia e ele parecia gostar muito daquela reação do meu corpo... Sorria toda vez que isso acontecia. 

 


Depois de alguns minutos, comecei a me preocupar com Maite. Já fazia algum tempo que ela tinha sumido, indo atrás de um banheiro e ainda não tinha voltado. Vaguei os meus olhos pela sala a encontrando petrificada a alguns metros. Seu olhar não estava em mim, estava em Mane. Ela parecia não ter nenhuma reação a sua presença. Seus olhos largaram ele e pousaram em mim, a olhei sugestiva mexendo com os lábios um "venha aqui agora". Ela empalideceu, balançando a cabeça negativamente muito rápido, mas mesmo assim não foi capaz de sair do lugar. Bufei com aquilo e acho que aquilo foi que chamou a atenção de Christian para mim. Seus olhos foram como os de uma águia até a morena parada no batente da porta, fui capaz de vê-lo revirar os olhos antes de gritar.


- Mai, meu amor! Olha só quem eu já apresentei pra Any...


Ela arfou, dando um passo para trás. Mas Chris foi mais rápido indo em sua direção, já a puxando pelo braço. Pude ver Dean lançar um olhar sugestivo para Mane, mas esse parecia só ter olhos para Maite naquele momento. Respirou fundo quando ela chegou, a beijando como tinha feito comigo, mas demorando um instante mais. Ela corou fortemente, sua mão buscou a minha a apertando com força.


E foi ali, naquele momento, que eu soube que Maite não era a única apaixonada da roda.


 


                              


                                                                                     ~


 


Dean realmente era um cara muito legal, por mais que eu tenha que constatar isso a força... Já que Christian pareceu ter mil coisas para fazer, assim que Mane levou Mai para buscar outra bebida. E entre essas mil coisas, com certeza uma delas seria não deixar ninguém se aproximar de nós dois. Ian e Nina pareciam ter sumido no meio das pessoas, Mai e Mane não deram as caras... E Christian nem preciso dizer. 


Ucker ainda passou por nós dois uma vez, o amaldiçoei quando vi que prendia o riso. Mas no fundo, não estava incomodada de verdade. Winchester sabia como deixar uma conversa agradável e era um cara muito engraçado. Me deu espaço para contar um pouco de minha antiga cidade, dos meus pais e irmã. Não me forçou a me falar mais do que aquilo. Logo engatou a contar algumas histórias sobre sua paixão: carros. Contou animado de como seu pai lhe ensinou a montar carros do nada. 


Mas fiquei aliviada quando um dos rapazes da equipe de basquete, chegou pedindo para que ele retirasse seu carro da saída da garagem. Ele se desculpou e eu disse que tudo bem. Quando saiu apressado, eu aproveitei o momento sozinha para ir até o jardim. Precisava de ar fresco.


A casa de Ian era exatamente igual a minha. Grandes árvores cercavam a propriedade, eu sabia que o bosque que tinha ali era denso. Fiquei aliviada quando vi que todas as pessoas que estavam no jardim antes, já não estavam mais. Não queria mais olhares, não queria mais perguntas. 


Me encostei em uma das mesas de madeira, relaxando com a brisa suave que batia em meus cabelos. Por estar de olhos fechados, novamente me assustei com alguém se aproximando... Mas dessa vez, não era Christopher. 


- Gostosa. Finalmente sozinha. 


Abri os olhos chocada, me deparando com James Cajalan. Fui apresentada a ele logo cedo. Ele fedia a bebida, os olhos quase fechados muito vermelhos. Ele agarrou meu braço com força me puxando contra si.


- Me solta! - tentei empurrar, mas isso só fez com que ele apertasse mais seu corpo ao meu. Senti com nojo sua ereção contra a minha perna.


- Não finja que não quer, não finja. - murmurou contra minha orelha - Eu vi o jeito que você me olhou, eu vi. Vou te dar o que você quer, gostosa.


Quis gritar, mas ele logo tampou minha boca com a mão, com força. O cara só podia estar muito bêbado. Muito mesmo, eu nem o olhei. Mas James parecia cego, me empurrou na direção da mata, se roçando em mim. Sua mão foram de encontro ao meu seio quando ele me prendeu contra uma árvore enorme. As lágrimas caiam furiosas do meu rosto. Ele beijou meu pescoço, logo depois mordendo com força. Doeu, muito. Sua mão livre já brincava entre as minhas pernas, que ele mantinha abertas com o joelho. E quando seu dedo encontrou a minha intimidade, eu sabia... Sabia que não teria mais volta, eu não tinha pra onde fugir. E ninguém me ouviria no meio daquele bosque. 


Fechei os olhos com força, já esperando o pior que vinha a seguir. Mas pra minha surpresa a mão de James saiu rápida de dentro das minhas pernas, o corpo descolando do meu com força. Fui ao chão no susto. Ergui a cabeça me deparando com um James também ao chão, a barriga para baixo... Desmaiado. Do seu lado, a figura de uma pessoa brincava no escuro. Vi quando a pessoa ainda chutou as costelas do outro ao chão.


Forcei minha vista para aquela pessoa, a pessoa que tinha me salvado. Congelei ao ver o que ela vestia. O manto negro, com capuz, mesmo na escuridão da noite ainda era visível. Alto, de costas largas, a pessoa parecia me encarar também. A respiração acelerada, os ombros subindo e descendo com agressividade.


Era ele, era ele.


- Alfonso? 


A respiração dele pareceu parar. Os ombros travados, pude ver a mão se apertar. Ele não respondeu, mas continuou ali. Eu não conseguia romper aquele olhar e ele também parecia que não. Eu ainda estava no chão. Sem forças para levantar. Alfonso olhou para a direção da casa, em um rompante, virou na outra direção já começando a sair em passos largos.


- Any? Onde você está?


A voz de Dean soou ao fundo, mas eu não estava preocupada. Não mais. A sombra de Alfonso se afastava cada vez mais, logo se perderia entre a mata. Senti meu peito apertar e sem saber ao certo o que fazer, gritei seu nome.


- Alfonso! Alfonso, não! - ele parou, não virou o corpo, apenas a cabeça na minha direção - Obrigada.


Sussurrei, ele se prendeu ali por mais um instante. Mas a voz de Dean voltou a soar, agora mais perto. Olhei na outra direção e quando voltei para Alfonso... Ele não estava mais lá. Sumiu no meio das árvores me deixando sem saber se aquilo foi realmente real ou fruto da minha imaginação. Mas o James gemendo ao meu lado me faz entender que fora real até demais.


- Any?  - Dean gritou mais uma vez e eu suspirei.


- Aqui! - gritei de volta.


Os passos de Dean se tornaram mais altos, segundos depois vi sua figura se materializar na minha frente. Seus olhos passaram de mim para James, os olhos arregalados e confusos. Mas ao ver as calças de James arreadas, a compreensão lhe atingiu em cheio. E mesmo sem saber exatamente o que aconteceu, o vi se abaixar na minha frente, prendendo meu rosto em suas mãos.


- Você está bem? - sussurrou e eu assenti fraca - Mas que porra...


Não me preocupei em explicar. Não ainda. Estava anestesiada demais com a emoção do que tinha acontecido, por isso não me importei quando ele me pegou no colo me levando para dentro de casa. Logo Maite e os outros estavam ao meu redor, preocupados. Alguns amigos de James se meteram no bosque para o tirar de lá, ainda o vi murmurar coisas desconexas quando passou por mim. Chris, Dean, Ucker e Ian queriam socá-lo, fiquei grata quando Nina fez um pequeno show dizendo que já tinham tido problemas demais por uma noite. 


Respondia as perguntas de modo automático, não me preocupando em dar muitas explicações. Eu só queria ir pra casa. Logo a casa foi ficando vazia, Maite estava sentada no chão na minha frente. A mão na minha, os olhos preocupados. Chris passava as mãos nas minhas costas. Era bom. Não estar sozinha era bom.


- Me perdoe pela festa, Ian. - murmurei quando ele voltou a sala.


- Não se preocupe com isso. - ele revirou os olhos - Eu já sabia que James era um idiota, mas não imaginei que fosse tanto...


- Eu deveria... - Ucker começou com raiva, recendo um olhar duro de Maite.


- Você deveria ficar na sua. - sibilou - Sem mais problemas por hoje. Any, querida, você realmente deveria prestar queixa...


- Eu não quero. - suspirei - Acho que ele já teve sua lição. E meu pai não me deixaria sair de casa se soubesse.


Não era mentira. Enrique realmente surtaria se soubesse, não duvidava nada que ele fosse até a casa de James resolver por si. Mas a realidade era que eu não queria me explicar, não queria contar como realmente tinha acontecido. Não queria falar dele. Algo em mim dizia que Alfonso não queria que soubessem de seu ato heroico. E eu respeitaria isso. 


- Nós vamos respeitar isso. - Nina me sorriu cúmplice e eu retribui. 


- Bom... Pelo menos uma coisa descobrimos hoje. - Chris soou divertido - A Any Tyson aqui, tem um belo soco.


Todos gargalharam e eu tive que acompanhar. O laranjinha sabia mesmo como amenizar o clima de um ambiente. Mas no fundo, no fundo eu queria dizer que tinha descoberto outra coisa naquela noite. Alfonso não era um monstro. E nunca seria, não aos meus olhos.


 


 


 




 


AAAAAAAAAAAAH NOSSO ALFONSO <3


 


Espero que gostem meninas! Não deixem de comentar.


Um beijo!


 



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Autor(a): JanaTwint

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 28



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  • hittenyy Postado em 25/10/2017 - 23:20:43

    Finalmente te achei hahaha vc não vai postar mais no Wattpad ?

  • mari_froes Postado em 04/11/2016 - 14:08:55

    Cadê??? Amo essa fic!

  • fersantos08 Postado em 24/10/2016 - 13:07:40

    Leitora nova :) adorei a sinopse..vou começar a ler!

  • nanda_silva Postado em 23/10/2016 - 23:53:07

    Continua sou leitora nova

  • beatris_ponny Postado em 18/10/2016 - 19:45:38

    Posta mais

  • beatris_ponny Postado em 18/10/2016 - 19:45:14

    Amando <3

  • Belle_ Postado em 17/10/2016 - 15:00:18

    socorro essa história é tão perfeita, vc escreve maravilhosamente bem jdjdjdjfjfjf cntt

  • mari_froes Postado em 17/10/2016 - 08:51:15

    Amando! Cada dia mais e mais!

  • mari_froes Postado em 15/10/2016 - 09:28:32

    Geeente... que babado! Posta maais!!!

  • day Postado em 15/10/2016 - 08:17:59

    Oi é a primeira vez que estou comentando Continua estou amando a história, me dói o coração ver o Alfonso sofrer assim .....


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