Fanfic: _ Fixação _ (DyC ¨ TERMINADA ¨

-Não quero falar com você. -Dulce ergueu o queixo, encarando-o sem medo. -Sai daqui, Christopher, não quero receber ninguém hoje.

Ele tinha olheiras, indicando que tinha virado a noite sem dormir. Os cabelos estavam um pouco bagunçados de forma sensual, não estava perfeitamente penteado para trás como na festa. Ele tinha se livrado da capa de vampiro, e usava somente a calça escura e a blusa, com as mangas puxadas até os cotovelos. As veias dos braços fortes saltavam.

-Agora vai se recusar a me receber? -Ele zombou, com um sorriso sem humor, enquanto batia a porta e fechava com chave.

Dulce sentiu-se um pouco temerosa, mas não demonstrou.

-Até a semana passada você me ligava implorando para que eu viesse, meu amor. -Christopher continuou. Dulce apertou os olhos.

-Você continua bêbado, ou a ressaca está te afetando? Enfim, não quero saber, só quero que saia. -O nó na toalha de Dulce estava afrouxando, e ela teve que segurar firmemente contra o corpo. O movimento captou a atenção de Christopher, e ele pareceu só agora se dar conta que ela estava de toalha.

-Passou a noite com aquele mauricinho, acordou e foi tomar um banho para tirar o cheiro dele? -Perguntou com zombaria. Se aproximou de repente, e Dulce deu dois passos para trás, mas ele foi mais rápido e agarrou o corpo dela com facilidade, levando o nariz até o pescoço feminino e aspirando. -Funcionou pelo menos.

-Se eu passei a noite com ele, não te importa! Não foi você mesmo que me aconselhou a sair com outros homens?

-Mas eu descobri que não quero isso! -Ele gritou, e Dulce se assustou. -Não quero mais ninguém encostando em você.

-Você vai ter que aprender a lidar com isso. -Ela disse.

-Quero saber se dormiu com aquele rapaz ontem. -Christopher exigiu, sério.

-Já disse que não é da sua conta! -Dulce se irritou, saindo dos braços dele e caminhando até o banheiro para pegar a toalha para os cabelos.

-Ele está aqui? -Christopher espiou em seu quarto. -Não, se não já teria aparecido. Responde, Dulce! Deu pra ele?

Dulce estava terminando de amarrar a toalha na cabeça, quando virou-se, corada de fúria.

-Pára de grosseria.

-Eu falo como eu bem entender. -Ele se aproximou, entrando no minúsculo banheiro e esquentando todo o lugar. -Então? -Gritou, encarando-a.

-E quanto a você? -Dulce gritou. -Dormiu com aquela vadia da festa! Está me cobrando o quê? Você tem suas mantidas; faça bom proveito. Mas eu cansei de ser tão estúpida. Você não vale a pena. Eu vou conhecer outras pessoas, que ganho mais do que se continuar nessa relação maluca com você.

-Eu não dormi com ninguém ontem, María. -Ele disse, irritado. -Se eu tivesse dormido, não estaria aqui à uma hora dessas.

-Que pena que você não teve uma noite agradável. -Dulce sorriu falsamente. -Agora vai embora.

-Você não me respondeu ainda, e eu estou começando a me irritar.

-E se eu disser que dormi!? -Dulce disse, encarando-o com raiva. -E se eu disser que ele veio me deixar em casa ontem, e fizemos amor no sofá? O que você pode fazer, Christopher?

Ele ficou pálido, e a expressão congestionou. Quando ele deu um passo ameaçador para frente, Dulce engoliu em seco por ter falado demais. Teve medo que Christopher fizesse alguma besteira, e se apressou a correr dele.

Mal chegou no corredor, e ele a parou, puxando a toalha que estava em seus cabelos com força e fazendo os cabelos úmidos dela se soltarem, longos, até o busto.
Sentiu os braços fortes a erguendo, sem se importar com o fato de estar machucando-a perto das costelas.Christopher arrastou-a de volta para o banheiro, prendendo o corpo pequeno na porta, e colocou os braços ao redor, sem dar chance dela fugir de novo.

-Eu não sou generoso, Dulce. Sou bem egoísta. -Ele afirmou, ainda pálido, passando a mão nos lábios trêmulos dela com força. Dulce encarou-o, com o coração aos saltos, por medo do que ele iria fazer. -Não gosto de dividir minhas coisas com ninguém.

-Eu não sou sua, porque você não é meu, Christopher. -Disse ela, fria, não demonstrando que tremia por dentro. -Você fica com dúzias de mulheres, e só me procura quando está sozinho. Eu não sou uma coisa que você usa quando quer! Agora vou dormir com quantos homens tiver vontade, e quero você fora da minha vida.

-Se você fizer isso, vai se arrepender. -Ele subiu a mão e lhe apertou o pescoço. Parecia descontrolado, e Dulce sabia que não deveria estar provocando-o. Só iria piorar as coisas, mas ela tampouco ficaria calada.

-Você demonstrando ciúmes, Christopher? -Ela deu um sorrisinho. -A situação deve estar séria.

-Não brinque comigo. Você está me tirando do sério desde ontem. Se eu por acaso souber que você está transando com outros, eu...

-Você não vai poder fazer nada! -Dulce disse com raiva, tentando se livrar dele. Christopher a agarrou violentamente, fazendo-a bater as costas na porta. -Não é meu marido pra se sentir incomodado com isso.

-Não preciso ser casado com você para... -Com um olhar ainda furioso, ele pegou no nó da toalha de Dulce e o puxou sem delicadeza, jogando a toalha longe.

Dulce se arrepiou de frio e ao mesmo tempo de medo, mas não se moveu. Nem tinha como se mexer com ele prendendo-a daquele jeito louco.

Sem nenhum aviso, Christopher baixou a mão, deu um beliscão na parte interior da coxa de Dulce para que ela abrisse as pernas, e tocou sua intimidade de forma brusca. Olhando-a nos olhos.
Dulce o olhava com raiva. Ele também.

-Não quero. -Dulce disse, deixando claro sobre o que falava.

Ainda olhando-a, com a mandíbula apertada e rosto másculo, Christopher lhe abriu com os dedos, procurando o ponto sensível daquela carne. Quando o encontrou, apertou-o de maneira excitante, e Dulce arquejou sem querer, arrependendo-se em seguida.

Dulce desceu a mão pelo braço dele, até onde a mão masculina se encontrava, e tentou tirá-la. Christopher rapidamente segurou sua mão com o outro braço, impedindo que ela atrapalhasse o que ele fazia.

-Não vai conseguir segurar por muito tempo, sabe disso. -Ele avisou, vendo que ela mordia o lábio com força para ignorar a mão dele.

-Não pode me forçar. -Dulce fechou a perna de uma vez e tentou sair do banheiro. Novamente, Christopher a puxou de volta e daquela vez o baque nas costas doeu de verdade. -Me larga, seu animal. -Dulce o olhou com fúria, debatendo-se.

Christopher prensou-a na porta, colou o corpo grande e forte no dela, esmagando-a com seu peso para fazê-la ficar quieta. Dulce não cedeu, continuou debatendo-se e tentando arranhá-lo.
Ele parecia um tigre tentando morder um alce. Um tigre nunca deixa a presa escapar depois que a pega. Mas aquele alce parecia querer lutar até a morte.