Fanfic: love & other drugs | Tema: rebelde, ponny, anahi, poncho, anahi e poncho

Cinco dias depois.

Alfonso arrumava sua pasta para finalmente ir embora pra casa. Esses dias tinham sido puxados, especialmente o de hoje, diversas reuniões uma atrás da outra e incontáveis audiências. Como de costume ele era o ultimo a sair do escritório.

Ele finalmente tinha assinado os papeis do divorcio depois de passar dias enrolando, não tinha mais jeito e pra ser sincero nem tinha vontade de salvar esse casamento. Sophia tentou entrar em contato no dia anterior para que pudessem conversar, então marcaram um almoço para sexta.

Mesmo com toda essa loucura, Alfonso estaria mentindo se dissesse que não tinha pensado em Anahi durante esse tempo e usado todos seus neurônios pra pensar em uma maneira de voltar a vê-la sem parecer muito desesperado. Apenas depois que saiu da casa dela que lembrou que deveria ter pegado seu número.

Alfonso tentou dar partida no carro, mas o mesmo não ligou, olhou em volta, mas estava sozinho no estacionamento do prédio.

- Só me faltava essa – Ele esmurrou o volante, descansando a cabeça no mesmo em seguida. Depois de alguns minutos tentou novamente ligar o carro, porém  de novo sem sucesso, ele saiu bufando do veículo. Amanhã a concessionária iria ouvir.

Alfonso não estava acostumado a andar de metrô, mas sabia que existia uma estação ali perto, então foi assim que fez. Guardou a chave e alguns dos seus pertences dentro da sua maleta preta onde guardava seus papeis de trabalho e se encaminhou até a estação.

Alfonso comprou o ticket, pedindo algumas breves informações sobre onde deveria parar e em alguns minutos o metrô chegou. Estava cheio como de costume a essa hora, alguns voltando para a casa depois de um dia cheio no trabalho, outros indo trabalhar naquele momento. Nova Iorque nunca parava.

Ele nunca fora acostumado a estar cercado de gente, não tem uma família grande, esta consiste em seus pais, ele e sua irmã, Maite. Teve uma infância cheia de mimos e cuidados, uma infância privilegiada, pode-se dizer. Só quando estava na faculdade que começou a abrir as asas para voar e ser independente dos pais, hoje quase não tinha traços do filhinho de papai que costumava a ser naquele tempo.

Tirando o fato de ele ter usado o transporte publico algumas vezes para ir à faculdade onde leciona duas vezes na semana, seu conhecimento sobre eles parava por ai, já que ele usa seu carro para se locomover para todos os lugares.

E foi justamente por esse motivo que aconteceu o que aconteceu a seguir. Alfonso desceu na parada anterior a que ele de fato deveria parar. O famoso destino rindo mais uma vez da sua cara.

- Merda! - No exato momento que a porta do metro se fechou ele percebeu que tinha descido no lugar equivocado.

Alfonso se pôs a procurar um local onde poderia obter informações como resolver essa confusão, quando chegava perto de um segurança ele escutou o som de um violão, seguida por uma voz que mesmo tendo escutado poucas vezes poderia reconhecer em qualquer um lugar.

Ele se virou para tentar achá-la, o segurança ficando esquecido no segundo que ele a avistou.  Estava linda, assim como a recordava. Usava um vestidinho solto florido, os cabelos ao vento, matinha os olhos fechados e pra não perder o costume estava descalça com seu desbotado violão na mão, no seu próprio mundo, como Alfonso já tinha percebido que ela gostava de estar. 

Uma visão tão linda para um lugar tão sujo como todas as estações de metro da cidade.

Alfonso se aproximou em silencio, torcendo pra que Anahi se lembrasse dele. Ele esperou até que ela abrisse os olhos e acabasse a musica que estava cantando para então falar.

- Oi – Ele falou tímido. Não parecendo ter trinta e dois anos na cara, ao contrario, parecia uma garoto nervoso ao falar com uma garota que lhe agradava.

- Ei, estranho – Anahi sorriu de lado, de forma contida – Espero que tenha conseguido chegar a tempo na reunião daquele dia – Ela puxou assunto enquanto tirava a alça do violão em volta dela e em seguida guardava o instrumento.

- Não cheguei – Alfonso riu.

- Não perdeu nada muito importante, eu espero? – Ela tateou curiosa, não sabia no que ele trabalhava.

- Não, meu sócio lidou bem com a minha ausência. E você, o que faz por aqui? – Ele mudou de assunto.

- Eu venho tocar aqui – Anahi disse simples.

- Porque aqui? Não é tão perto de onde você mora – Alfonso cruzou os braços.

- Na verdade, é a estação mais próxima de lá – Ela riu divertida – Cadê seu senso de direção? – Anahi brincou.

- Ah... – Alfonso falou sem graça, tinha sido pego – Pra falar a verdade – Ele se aproximou mais dela, como se fosse contar um segredo importante – Estou perdido – Anahi gargalhou com força – Ei, não ria – Alfonso fingiu ficar com raiva.

- Me desculpe, não quis ofendê-lo – Anahi disse, mas continuou rindo. 

- Perdoo – Ele se fez – Mas só com uma condição - Alfonso fez o numero um com o dedo.

- Ah, é? Qual? – Anahi entrou no jogo.

- Que você vá jantar comigo agora – Ele jogou de uma vez, querendo muito que ela dissesse sim.

- Acho melhor não, Alfonso – Ela ficou séria, o clima de brincadeira esquecido.

- Vamos, é rapidinho.

- Nem to com fome – Anahi fugiu do olhar dele, colocando seu sobretudo para ir embora.

- Tudo bem, você pode apenas me acompanhar enquanto eu como, ai se você ficar com vontade depois – Alfonso sugeriu, segurando-a de leve pelo braço quando ela começou a andar.

Anahi se deteve e olhou pra ele, a verdade era que não tinha fome mesmo, e nem dinheiro o suficiente pra jantar em um lugar a altura dele, mas talvez não tivesse nada de mal passar mais alguns minutos em sua companhia.

- Tudo bem, eu vou com você – Ela disse finalmente decidida.