Fanfic: Se Você Fosse Minha *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

Ela tinha que chegar a mão de Alfonso. Mesmo se tivesse sido a mais de duas décadas desde a morte de seu pai, ela podia ver que ainda o machucava. Profundamente.

- Sinto muito. - disse ela novamente.

Toda vez que tinham estados juntos, ele tentou tocá-la. Mas agora que ela era a única que o tinha, puxou longe a mão e pegou sua cerveja, engolindo-a antes de colocar o copo vazio de volta sobre a mesa.

- Merdas acontecem. - disse ele. - Mas o que você pode fazer?

Não era difícil adivinhar que a irreverência veio de tentar cobrir o quão ruim ele se sentia. E realmente, quem era ela para questionar os mecanismos de sobrevivência das pessoas?

Afinal, quando ela descobriu que seu amado pai era um bastardo de duas caras, ela se transformou numa pessoa que se cortava aos 17 anos de idade.

Ainda assim, ela sentiu que havia mais do que Alfonso não estava dizendo, e estava absolutamente certa de que a morte de seu pai tinha afetado ele em um nível mais profundo do que ele estaria compartilhando com ela nesse jantar indiano.

E não importasse o quanto ela tentava lembrar a si mesma que era perigoso deixá-lo chegar muito perto, sua vulnerabilidade inesperada atingiu bem fundo no coração dela.

Após o garçom entregar as travessas fumegantes de Pão naan, Tandoori, Frango e Curry, ele olhou para ela e disse:

- Seus pais ainda estão juntos. O que mais devo saber sobre você?

A maioria dos homens mal ouvia quando uma mulher falava sobre si mesma.

A confiança de Alfonso se lembrava de cada palavra dita, não importava como casualmente fora que tinha sido durante um treinamento de improviso na sessão no parque.

Ela quebrou um pedaço do pão plano e deu uma mordida nele, mesmo que de repente tivesse gosto de serragem. Tomando um gole de cerveja, ela disse:

- Não há muito mais o que dizer.

Mas ele não estava tão facilmente intimidado.

- Onde você cresceu?

- Washington DC. - ela olhou para baixo em um prato cheio de comida que ela já não tinha vontade de comer.

- Você está distante de casa. - comentou ele.

Sim, ela estava. De propósito. Ela queria ficar o mais longe de seus pais quanto possível.

- Eu gosto da Costa Oeste.

Ele levantou uma sobrancelha para o jogo de respostas curtas e ela percebeu que ela não estava satisfeito o suficiente quando ele perguntou:

- Algum irmão?

- Não.

Atlas olhou para o tom de sua voz, e mudou-se para colocar a cabeça em seu colo, como se para confortá-la.

- O que eles fizeram com você, Anahí?

Ela suspirou, sabendo que, se Alfonso fosse persistente sobre a obtenção dela para jantar com ele, não havia nenhuma maneira que ele ia deixar isto para lá, sem fazê-la, eventualmente, dizer a ele o que ele queria saber.

E talvez pudesse ajudá-lo a compreender a sua relutância agora se ele soubesse mais.

- Todo mundo adora o meu pai. - disse a ele. - É o que sempre fez como um bom vendedor, as pessoas não podem deixar de ficar encantadas por ele.

- Vendedor de quê?

- Matéria prima para produtos químicos. Agora é torres de telefone celular em todo o país.

- Quanto tempo ele gastou na estrada quando você viveu em casa?

- Cerca de metade do ano.

- Isso tem que ser duro para uma criança.

Ela gostava de como ele fez soar quando eles estavam falando.

- Minha mãe trabalhava horas extras para nos manter ocupadas quando ele ia embora, de modo que não tínhamos tempo para pensar em solidão ou sentir falta dele. E era sempre uma grande festa quando ele voltava. Ele me trazia grandes presentes da estrada para compensar ter ido.

Presentes que ela queria quebrar em um zilhão de peças pequenas quando ela descobriu a verdade.

- Será que isso funcionava?

Ela encontrou o olhar de Alfonso.

- Não.

Ela se abaixou para acariciar a cabeça de Atlas, como se pudesse amenizar o aço se para o que estava por vir.

- Mas foi pior quando eu descobri que ele traía a minha mãe por anos. Durante todo o seu casamento, na verdade.

Alfonso amaldiçoou.

- Isso é péssimo.

- Você quer saber o que era ainda pior do que isso?

Ela não poderia esperar por ele para responder, não quando as palavras estavam de repente tropeçando e saindo da sua boca.

- Ela sabia sobre isso. - Anahí empurrou o prato para longe. - Todos esses anos, mesmo agora, ela sabe que ele a está traindo, mas ela fica com ele de qualquer maneira.

Ela nunca disse a um homem isso antes, não tinha sequer chegado perto de falar sobre esse segredo de família.

Se alguém lhe dissesse há uma semana que ela estaria derramando suas entranhas para alguém que ela havia conhecido há uma semana, ou homem arrogante que era dono da loja de auto, ela nunca acreditaria.

- Por que você acha que ela fica?

Era a pergunta que ela se fez mil vezes ao longo dos anos.

- Ele sempre faz questão de dizer o quanto ele a ama. Mesmo todos nós sabemos que é uma grande mentira.

Alfonso Herrera estava irritado. Além de irritado. Se o pai dela não estivesse a 2.500 milhas de distância, ele o estaria caçando e bateria nele em uma parede.

Não era uma maravilha não ter uma chance de Anahí estar com ele, mesmo no curto prazo, se tudo o que ela conhecia eram "encantadores homens" que mentiam para ela e sua mãe.

Ele matou o pensamento dela como uma menina presa no meio de tudo isso.