Fanfic: Se Você Fosse Minha *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

Ele deu o outro lado do brinquedo para Atlas.

- Ele não é o meu cão.

Anahí fez uma careta.

- Eu sei que a sua sobrinha provavelmente vai se decepcionar, mas ela só tinha ele um par de dias. Foi incrível a forma como o vocês dois se ligaram. - ela o fixou com um olhar sério. - Afagos é o seu cão, Alfonso.

Ele lavou as mãos na pia da cozinha, refletiu sobre o fato de que há duas semanas ele tinha sido um solteirão com nada mais para se preocupar do que onde ele estava indo para beber sua próxima cerveja.

- Duas semanas. Eu ia vê-lo, mantê-lo alimentado, caminhadar e, em seguida, entregá-lo de volta. - ele imaginou que devia ter soado mal-humorado sobre isso, e fez-se dizer: - Era como deveria funcionar.

- As coisas nem sempre funcionam do jeito que supomos.

Ele sabia disso em primeira mão.

Seu pai morrer tão jovem não devia estar escrito para sua família. Mas isso tinha acontecido de qualquer maneira.

Anahí o olhou muito séria. Da mesma maneira que ela olhou no chuveiro, quando pensou que ela estava lamentando amá-lo.

- Há algo que eu preciso lhe dizer. - disse ela suavemente.

Seu intestino torceu.

Ela não ia embora, ela ia? Ela não tinha decidido que era um grande erro, afinal?

Mas quando ela estendeu a mão para ele tomar, ele deu um silencioso obrigado. Se ela estava planejando lhe dizer que tinha mudado de idéia sobre os dois, ela teria mantido a distância.

Ele a puxou para mais perto antes de enfiar as mãos em seu cabelo e inclinar a testa contra a dela.

- Você pode me dizer qualquer coisa.

- Eu menti para você. - ela sussurrou antes de levantar os olhos para olhar os seus. - Eu não consegui as cicatrizes em meus braços em um acidente. Eu as fiz, eu mesma. Com lâminas de barbear.

Apenas o pensamento de qualquer coisa machucando Anahí rasgou as entranhas de Alfonso. Mas saber que ela tinha feito isso a si mesma?

- Por que você feriu a si mesma assim?

- Depois que eu descobri sobre o meu pai, eles ainda estavam se mantendo juntos, eu estava na escola, fingindo com a minha mãe, mas a cada vez que ele chegava em casa de uma viagem eu me encontrava trancada no meu quarto, quase como se eu estivesse tentando sangrar a dor, tentando controlar algo. E para encontrar uma maneira de me distrair de toda raiva.

Alfonso teve que pegar as mãos, tinha que pressionar beijos para a pele macia de seu pulso, ao longo dos tendões e músculos em seus antebraços.

Ele tinha ouvido falar de cortes em si próprio, mas ele nunca conheceu ninguém que fez isso. Pelo menos, ele pensou que ele não o tinha.

- Você não tem nenhuma cicatriz nova, não é?

- Não. - ela balançou a cabeça, quase sorrindo para ele quando ela disse: - Eu tenho certeza que você a teria encontrado até agora se eu tivesse. Houve um orientador na escola, que poderia dizer que algo estava errado. Todos tivemos que fazer um daqueles testes de vocação e ele sugeriu que eu deveria tentar trabalhar com animais. Assim em vez de ir para casa para me cortar no dia em que meu pai estivesse chegando em casa de uma viagem, ia para o abrigo de animais local.

- É por isso que você faz muito por eles. - disse ele numa voz baixa quando, agora, percebia o que ela tinha passado.

E como admirável ela conseguiu sair tão forte. Mais valente do que ele já tinha sido.

- Aqueles cães e gatos naquele abrigo ajudaram você do jeito que você sempre ajudou, não é?

Finalmente, uma lágrima caiu.

A primeira vez que a tinha visto chorar.

- Eu nunca confiei em ninguém para dizer a verdade sobre minhas cicatrizes antes. Eu nunca pensei que eu pudesse. - sua boca tremeu nos cantos, quando ela tentou sorrir. E falhou. - Até que você... - ela balançou a cabeça, meio rindo quando ela disse: - Eu ainda não consigo acreditar que acabou por ser você.

- Obrigado por me dizer. Por confiar em mim.

- Eu não sei por que eu ainda estou chorando. - disse ela enquanto as lágrimas caíram uma seguida da outra. - Especialmente quando lhe dizer me faz sentir muito melhor, muito mais leve do que eu já fui em um longo, longo tempo.

Ele desejou que ele pudesse vir limpo sobre seus próprios demônios, desejava ter a metade da coragem de Anahí. Mas, depois de 23 anos explorando seu interior profundo e escurecido, ele simplesmente não via como compartilhar seus medos, não faria qualquer coisa além de incomodar.

Ele também sabia que não havia nada que ele pudesse dizer para tirar suas cicatrizes, ou para mudar o homem que seu pai era.

Felizmente, ele tinha um par de reforços que vieram naturalmente equipados para o conforto da mulher que ele amava.

- Afagos, Atlas, vem!

Três quilos de peles e ossos e dentes voaram em seus braços. Ele entregou o cachorro para Anahí enquanto Atlas inclinou a cabeça grande em suas coxas. Alfonso colocou os braços em volta dela dos dois cães para deixar as lágrimas dela caírem sobre todos eles.

E como a família que iriam se tornar tão rapidamente, os quatro se amavam, com lágrimas, e com o tipo de beijos que babavam apenas um par de cães e um homem que tinha se comparado ao pai muitas, e muitas vezes.