Fanfic: "Meu Passado me Condena" (RBD) | Tema: Rebelde (RBD) / Entre Outras Participações

Para as irmãs: Anahí, Maite e Dulce é um alívio – pelo menos uma pequena parte – o fato de hoje ser o último dia do ensino médio. Pois assim, seria perfeito para fugirem.

A partir de amanhã será férias. Férias não só da escola, como também férias da família. Ninel Conde para elas era um anjo que caiu do céu. Depois de várias tentativas frustradas para conseguirem mandar uma carta contando tudo o que sofria e pedindo ajuda, ela finalmente chegou. Direto do Canadá, a tia estava indo busca-las e hoje à noite, elas iriam embora. Três trocas de carta, tudo acertado!

Enquanto uma se revezava para tomar banho, trocar de roupa e vigiar a porta para que aquele “babaca do irmão” não entrasse e fizesse mais uma atrocidade com elas. No fim de meia hora, todas estavam arrumadas.

Saíram meia hora mais cedo que o normal, sem tomar café e sem acordar os pais. Estavam tomando todo o cuidado para não serem vistas. Claro que hoje elas faltariam à escola. Não iriam de jeito algum.  

“Para quê? Para terem o gostinho de nos zoar pela última vez? Jamais!”

Não poderiam estragar o “plano perfeito”. Estava cada uma com uma mochila bastante cheia para o último dia de aula. Se desconfiassem, estavam ferradas e seriam espancadas. Estavam com medo, mas a esperança de um dia se vingarem desses “seres desprezíveis” as alimentavam.

– Vamos nos vingar – Dizia Dulce todos os dias – De um jeito ou de outro. – Anahí e Maite balançavam a cabeça em plena concordância.

Correndo, foram até o ponto de encontro, onde o motorista de Ninel as buscaria. Ninguém conhecia aquele lugar. Elas só tinham que ficar ali por doze horas e tudo estaria certo, o plano correria sem maiores incidentes e amanhã mesmo estariam no Canadá.

Mas nem tudo ocorre como o planejado.

– Onde vocês pensam que vão? – As garotas param bruscamente no meio da ladeira. Ainda estava um pouco escuro e ninguém estava acordado há essas horas. Só Marcos ou “Marquin” o irmão delas – Ainda são muito cedo, irmãzinhas... Posso acompanha-las?

O bairro era um bairro comum. Com seus perigos do cotidiano, mas Dulce estava quase se transformando no incrível Huck. Então teve uma ideia.

– Claro maninho. – Ela diz segurando sua mão e se virando para as irmãs, com um sorriso perverso no rosto, pisca para as irmãs. – Venha.

Elas o levam até o esconderijo secreto delas. E lá, de surpresa, enquanto Dulce o distraia, Anahí e Maite com todas as suas forças, pegaram um pedaço de madeira e deram uma vez na cabeça de Marcos, outra na coluna e mais uma na canela. Ele urrou de dor, mas acabou desmaiando e com isso, saiu apenas um gritinho feminino demais para um garoto de dezenove anos.

– Será que ele morreu? – Anahí arregala os olhos, e depois ri – Tanto faz. Gostei de fazer isso. Senti-me mais leve.

Maite gargalha – Merece mais do que isso até. Esse desgraçado! – Ela ajeita sua blusa amarela e dá-lhe um chute bem nas costelas do “irmão amado”. Ele não se movimenta.

Dulce observa tudo com gosto. Em casa não podiam fazer isso. Mas aqui, sem testemunhas e indefeso, ela mesma poderia mata-lo.

– Não meninas. Vamos com calma. Temos que vigia-lo e vigiar esse barraco que fica no subsolo. Vai que temos surpresas. Odiaria ter que matar alguém inocente. – Ela diz dando de ombros.

E o motorista veio às seis horas da noite, em ponto. Marcos infelizmente foi enterrado. Mas quem teria provas? Não foi culpa delas, ele ter tido um mal súbito e ter partido desta para uma pior não é? O motorista, um senhor bem simpático, não desconfiou de nada. E assim, depois de muito tempo, elas vão embora. Para bem longe dali.