Fanfic: O Republicano e a Democrata | Tema: Rebelde - AyA

Era manhã de segunda feira. Anahí, mesmo após aquele final de semana cheio de emoção e energia, estava de pé para organizar as contas e o estoque do bar. O bar abria apenas de quinta a domingo, então aqueles três dias de folga serviam para Anahí descansar, organizar o estoque e contabilizar as despesas. 

Dulce havia levado as notas fiscais e folhas de pagamento para fazer em sua casa, deixando Anahí mais com questão de compras e o bar em si. Ela estava sentada conferindo garrafas de bebidas e anotando o que precisava ser adquirido com fornecedores. Enquanto ela analisava a quantidade de garrafas de cervejas no estoque, um ruído no vidro chamou sua atenção. Saindo do depósito, ela respirou fundo. Os vizinhos haviam voltado a atacar coisas em seu bar, dessa vez papel higiênico molhado e tomates podres. 

Anahí abriu a porta e se deparou com as pessoas que estavam a poucos metros de seu estabelecimento. Alguns vizinhos, a maioria acima dos 40 anos e alguns jovens estavam lá. 

- Sério, vocês não tem o que fazer? Trabalhar, trepar, regar um jardim? Parem de sujar meu estabelecimento. 

- Apenas queremos mostar que você e seus homossexuais não são bem vindos aqui - uma senhora falou. - E enquanto você não sair deste lugar, seguiremos aqui, agindo como bons cristãos para manter nossa vizinhança livre de coisas como você. 

- Jesus discordaria dessa noção de "bons cristãos". - Anahí falou com raiva. - Ele dizia para ajudar pobres, perdoar prostitutas e não se meter na vida dos outros. 

- Não ouse mencionar o nome de Cristo, sua perdida. - um homem falou. - E apenas se dê por vencida e saia do nosso bairro. Você não tem escolha. Afinal, já chamou a polícia quantas vezes mesmo? 

Anahí suspirou. Eles tinham razão. A polícia nunca fazia nada. Para fazer algo, eles diziam, precisavam pegar as pessoas em flagrante ou a propriedade tinha de sofrer danos. Tomates e papel higiênico molhado não configurava motivos para investigações e prisões. 

- Eu não vou sair daqui. Sujem meu bar o quanto quiserem. Tomate, ovos, papel higiênico, tudo isso sai com água. O ódio de vocês, sua hipocrisia e sua maldade, é permanente. 

Ela deu as costas para voltar para dentro do bar, mas de repente ouviu ruídos. Os vizinhos pareciam alvoroçados, admirados e felizes por um momento. 

Um carro luxuoso preto havia sido estacionado e um rapaz de óculos escuros, terno e gravata saíra pela porta traseira. Ele parecia admirado com a comoção. 

- Então... o que está acontecendo aqui? 

Anahí havia reconhecido a voz. Era o republicano que dividira com ela a delegacia no dia anterior. 

Era Alfonso Herrera.