Fanfic: O Republicano e a Democrata | Tema: Rebelde - AyA

Alfonso fez uma careta enquanto pensava na melhor resposta, mas o olhar irônico de Anahí disse que mentir não iria lhe ajudar em nada. Ele suspirou. 

- Você me fez um favor no domingo e eu precisava retribuir. Então investiguei você, achei seu endereço e vim lhe ajudar, para ficarmos quites. 

Anahí ergueu as sombrancelhas. 

- E então você resolveu violar minha privacidade e me stalkear. Muito bom republicano, muito bom. Acho que no fim das contas você vai acabar preso. 

- Por favor garota, menos! - ele retrucou bastante irritado. - Não vim aqui para lhe perseguir, lhe atormentar ou lhe incomodar, apenas vim lhe ajudar. Quanto a lhe investigar, isso é perfeitamente legal nos Estados Unidos. 

- Eu não quero sua ajuda. Nunca pedi por ela. E estou amaldiçoando o dia em que eu resolvi ter senso humanitário e pedi para minha amiga te tirar da cadeia. 

- Você pode não ter pedido minha ajuda, mas isso não quer dizer que não precisa. Pelo que eu vi aqui, as agressões que você sofria estavam se tornando cada vez piores. Pessoas podem ser idiotas e num coletivo, a idiotice pode ser ainda maior. Você não tem medo que esses seus vizinhos um dia invadam a sua casa? Machuquem você? Façam mal a você? 

O brilho de raiva havia sumido um pouco no olhar de Anahí. Por um breve momento, ele viu apenas medo nos olhos dela. Anahí parecia ser uma pessoa forte, mas Alfonso tinha certeza que ela passara várias noites sem dormir com medo que alguém invadisse sua casa ou ateasse fogo no local. Outras noites, ele tinha certeza que ela checara as portas e trancas para ter certeza que tudo havia sido trancado e que ninguém poderia lhe fazer mal. E, no calar da noite, acordara com medo e olhara novamente todas as portas, com medo. 

- Eu tenho este medo todos os dias. 

Por um momento ela o encarou, como se esquecesse quem ele era e visse apenas uma pessoa, com quem desabafar. 

- Escuta - Alfonso soou gentil - se a situação nesta vizinhança é tão ruim, por que você simplesmente não vai embora? 

Anahí riu. 

- E vou para onde? Esse bairro é o único lugar em que posso alugar um local, pagar os impostos e manter as licenças do meu bar. Sem contar republicano, que ódio e intolerância existem em todos os lugares. Não sou eu que tenho que me mudar torcendo para achar um lugar em que as pessoas me aceitem. É o mundo que tem de me respeitar. 

- Mas existem hoje comunidades mais receptivas ao seu... "estilo de vida". -  ele tentou procurar as palavras. 

- Podem existir, mas nem eu nem os que frequentam meu bar querem se esconder. Mas bem, republicano, não quero falar sobre isso. Vamos discutir e vamos discordar. Você dirá que os homossexuais devem evitar certas coisas em público e eu vou dizer que isso é idiota. Nem eu nem os meus pares queremos autorização para existirmos. 

Alfonso sorriu. Para ele, Anahí deveria estar no ramo político. Ela tinha garra, força e muita coragem, coisa que faltava em muito dos seus iguais republicanos. Pensou, por um momento, em como uma mulher como ela seria na cama. Quente, certamente. Extremamente quente e audaciosa. Ficou imaginando se ela aceitaria uma noite de sexo com ele, sem compromisso. 

Apesar de ser religioso e cristão, Alfonso não acreditava no sexo apenas após o casamento. Para homens, é claro. Esperava que sua esposa tivesse o menor passado sexual possível (virgindade era uma pretensão que ele não sonhava em almejar) mas também achava que um homem tinha o direito de aproveitar a vida antes de se comprometer e ser fiel para com a sua esposa. Quando confrontado com a necessidade de ser casto, Alfonso apenas descartou a ideia e nunca falou disso com o seu pastor. Se Deus esperava que homens fossem castos, ele não teria dado uma libido poderosa e forte para eles, os teria feito mais frígidos como mulheres. 

Era nisso que ele acreditava. 

Anahí, pelo seu estilo de vida, certamente deveria ter um passado sexual intenso. Ele sequer tinha certeza que ela fosse hétero, a impressão que ela lhe passava era de ser mais uma homossexual. Mas nada impedia que ela fosse curiosa. Ou que permitisse que uma atração por ele os levassem para a cama. Era apenas sexo mesmo. Ficou atraído e bastante interessado com a ideia. 

Anahí havia voltado a falar e ele forçou sua mente a parar de imaginá-la nua, apenas com sapatos de salto e as pernas abertas no balcão de seu bar e se concentrou novamente no diálogo que travava com ela. 

- Bem, acho que você deveria ir, republicano. Você já me ajudou e não há nada mais para... - o rosto de Anahí franziu por alguns segundos e ela começou a rir. 

Alfonso se perguntou por alguns momentos qual era a razão do riso quando um comichão na sua virilha o deixou ciente do motivo. Ao que parece, as fantasias de possuir Anahí no balcão do bar haviam sido vívidas demais. Uma ereção havia se formado e, por conta da sua roupa social estava perfeitamente visível e nem um pouco discreta. 

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Meninas, beijo para todas. 

Aline, bem vinda de volta. 

Espero que esse capítulo empolgue todas vocês.