Fanfic: O Republicano e a Democrata | Tema: Rebelde - AyA

Alfonso bebeu um gole do uísque e sorriu. Observou Anahí atender clientes, passar cervejas e servir tequilas. Também observou o ambiente do bar. Era um bar normal, com casais encostados nas parede, outros dançando animadamente, alguns dançando e se beijando ao som da música. Sempre imaginou um bar gay como um antro, onde as pessoas praticavam sexo ao vivo. Ele viu Anahí conversar com Dulce, ela parecendo exasperada e sua amiga animada. Quando terminou a bebida, antes que pudesse acenar para obter um novo copo, Anahí lhe serviu outro, e, novamente, recusou a comanda. 

- Você vai me deixar mal acostumado, garota - ele riu. - Você por acaso colocou veneno nesta bebida? 

- Só um laxante. - Anahí respondeu, piscando um olho. - Mas, como eu lhe disse, você está tendo dias difíceis e merece uma bebida grátis. 

Ele não ousou contestar e apenas bebeu um gole do uísque. 

- Preciso escolher entre sacrificar minha carreira ou perder meu emprego. Realmente não é uma decisão fácil. 

- Não vejo porque seria tão difícil - ela se serviu de uma dose de tequila e virou o shot, como se fosse água. - Escolher entre um emprego que te obriga a ser um cuzão ou quem sabe mudar de carreira. Diga-me Sr. Assessor, ser membro deste partido é tão importante assim? 

Alfonso pensou por um momento. Era? 

- Como você se sentiria se eu lhe pedisse para deixar o partido democrata? 

- Me seria indiferente. - Anahí serviu outro shot de tequila e passou para um cliente ao lado. - Eu sou democrata, mas não membro do partido.  Me alinho com ideais democratas porque eles simbolizam o que eu acredito. E você, republicano, acredita realmente no que defende? 

- Claro que acredito! - Alfonso respondeu. - O partido republicano é a salvação para a perversão que a América está se tornando. 

- E ainda assim, cá está você, bebendo num bar LGBTT e pensando em me levar para a cama. Justamente você, um homem que se apresenta como religioso, moral e casto, está cometendo uns quatro pecados simultaneamente. Mas não vou abordar a sua hipocrisia, Sr. Herrera. Vamos falar das suas qualidades: você não parece horrorizado de estar aqui. Sequer parece curioso. Na realidade, eu diria que está revendo conceitos enquanto tenta encaixar essa realidade com as mentiras que lhe foram apresentadas como fato durante toda a sua vida. 

Alfonso silenciou e tomou mais um gole de sua bebida. 

-  Não me parece que os seus ideias sejam tão republicanos assim, Sr. Herrera.

- Ideais é coisa de democratas, Anahí. Nós somos pragmáticos. Apenas isso.

- E este mesmo pragmatismo fez o seu partido abandoná-lo. Ok, entendo que queira se manter alinhado a sua ideologia política. Mas por que aqui? Por que este grupo? 

- Sinceramente, não quero falar sobre minha carreira com você.  Mudemos de assunto. 

- Ou não mudemos. Curta sua bebida, Alfonso. Eu vou trabalhar. 

Ela se preparou para sair, mas ele segurou seu pulso por um momento. Anahí franziu o cenho, mas ele não a soltou. 

- Esse é o momento que você me faz algum convite sexual? - ela provocou. 

- Como sabe que penso em qualquer coisa sexual a seu respeito? Aquele foi um episódio isolado. 

- Poupe-nos, por favor - ela respondeu divertida. - Eu causo esse efeito. Não menti quando disse que você não foi o primeiro. Na realidade, tem uma fila. 

Ele sorriu para ela. 

- Então... o que acha de eu ser mais um na sua fila?