Fanfic: O Republicano e a Democrata | Tema: Rebelde - AyA

- Você esqueceu o que eu lhe disse, Herrera? Não transo com babacas. 

Ela se afastou dele e se pôs a servir outra dose de tequila para outro cliente. 

- Eu não sou um babaca. Quero dizer, não foi o que você acabou de dizer? Que eu até sou aceitável para um republicano? 

- O que não muda muita coisa. Veja bem, até eu, uma vadia feminista aos seus olhos, gosto de conversar com os caras com quem eu pego. O que teríamos para conversar? Para você, eu seria apenas uma vagabunda e, para mim, qualquer coisa entre nós seria um erro. Não, muito obrigada. 

- Ou podíamos, não sei, apenas transar e depois nunca mais nos vermos. Sério, por que vocês mulheres precisam transformar tudo em um pseudo romance? Mesmo uma mulher da sua laia precisa dar um segundo significado ao sexo. 

Ele se arrependeu assim que terminou de falar. Anahí estreitou os olhos para ele. 

- Uma mulher da minha laia,hã? 

- Eu não quis dizer isso. - ele tentou se desculpar. 

- Quis sim. Não minta, republicano. Não vale a pena. E por favor, vá embora. Acabou por hora seu estoque de bebidas. 

Antes que ele pudesse falar novamente, Anahí se afastou, falou com Dulce e deixou o bar. Seguindo-a com o seu olhar, Alfonso viu que ela havia ido para um pequeno depósito, fazer uma checagem de bebidas. Torcendo para não ser visto nem impedido pelos demais, Alonso deixou sua cadeira e foi atrás de Anahí. 

Ela estava de pé, no depósito, contabilizando tequilas, vodkas e uísques e refrigerantes, as bebidas que tinham sido mais vendidas durante a noite. Apesar da sala ser relativamente grande, o espaço sem garrafas era ínfimo. Alfonso, por um momento, ficou desnorteado. Achou, por um breve momento, que ela estaria chorando por conta das suas palavras. Mas ela não parecia nem abalada.  

- Anahí...

- Vá embora - ela nem olhou para trás. - Gente da minha laia pode corromper sua alma, então vá embora daqui. 

- Eu não quis te magoar. 

- Ah, poupe-me. - ela só voltou para ele irritada. - Como se você tivesse sido o primeiro. Sabe do que fui chamada pelo meu próprio pai quando saí de casa, Alfonso? Vadia de Satanás. Porque ousei viver minha vida em meus termos, com meu dinheiro. Não nos falamos há anos, porque ele se recusa a ter uma filha perdida e ele diz para todos que morri junto com a minha mãe. Sabe do que fui chamada quando me assumi bissexual? Puta indecisa. Sabe o que ouço todos os dias de homens do seu partido? Vagabunda, vadia, destruidora de lares, prostituta, abortista, corrompedora de almas. Então não se preocupe querido, você não tem o poder de magoar. Essa capacidade eu perdi há muito tempo. 

Anahí respirou fundo e se recompôs. Detestava ter perdido as estribeiras e contado ainda que brevemente seu passado, mas a condescendência de Alfonso a irritara. 

- E agora, por favor, vá embora. 

- Eu... não sei o que dizer. Por favor, me desculpe. É que... você me desnorteia. É difícil para mim lidar com uma pessoa como você. Lido com pessoas arrogantes, corruptas, que pensam apenas em si mesma. E você, as pessoas que te rodeiam é... tão diferente. As vezes me esqueço da onde e como conheci você.