Fanfic: O Republicano e a Democrata | Tema: Rebelde - AyA

"O partido democrata confirmou que irá apoiar a manifestação promovida por seus militantes e eleitores neste domingo. Ao que tudo indica, o candidato a governador irá na manifestação, que já conta com mais de um milhão de participantes confirmados. O objetivo da manifestação, de acordo com Lauren, porta voz da comissão jovem do partido, visa protestar contra um pacote de leis focados na "moral e nos bons costumes", que o candidato a governador pelo partido republicano pretende impor a votação caso seja eleito. Dentre estas leis está um projeto para proibir o casamento homossexual no estado de NY, proibir demonstrações públicas de afeto que afronte a moral e o pudor dos cidadãos e limitadores nos casos em que a mulheres possam obter acesso ao aborto. O aborto é legalizado nos EUA desde 1973 e o Estado de NY retrocederia 43 anos se o projeto for aprovado..."

Alfonso escutava atento ao noticiário e fazia anotações em sua agenda. O tom da apresentadora não era nada bom. O tom cordial e imparcial havia sido substituído por ultraje e raiva quando ela relatou o projeto sobre aborto. Alfonso suspirou. Talvez fosse necessário tirar essa questão da pauta. 

Ele abaixou o volume quando o noticiário passou a abordar a morte de um sem teto e se focou no que havia resumido. Precisava estabelecer seu plano de ação até a reunião das 15:00 horas. Fazer um contra protesto era essencial, mas faltava limitar o tom. 

"Seria bom fazermos algo... limpo. Do lado dos democratas, arruaceiros e vândalos. Do lado republicano, homens e mulheres vestidos dos pés a cabeça, calmos, com Bílbias nas mãos e a promessa de um mundo certo e ordeiro.". Esse pensamento foi anotado por completo na agenda e Alfonso pensou nos próximos passos. 

"Precisamos de um candidato... posso oferecer o deputado Robert." - Robert era o deputado para o qual Alfonso prestava assessoria. Sabia que ele toparia. Afinal, para os padrões republicanos, Robert era moderno. 

"E por fim", concluiu ele, escrevendo na agenda. "Precisamos de membros das igrejas. Padres, pastores. Todos ficarão horrorizados se os democratas machucarem ou proferirem seus impropérios contra religiosos. E eles vão."

Para Alfonso, era certo que a parte gay da manifestação iria se embrenhar por beijos homossexuais, o que seria uma agressão para os presentes, justificando a Lei. Tinha certeza que as feministas iriam tirar as roupas, contrastando com as boas mulheres de Deus. E levariam crianças, mostrando porque crianças não podem ser adotadas "por aquele tipo de gente". 

Ele concluiu suas anotações, transferiu tudo para um computador, impriu em várias cópias e foi para sua reunião. Estava preparado. Preparadíssimo. 

Pelo menos era o que ele achava.