Fanfic: O estranho - Adaptada - Finalizada | Tema: Vondy/Hot/Romance
Minha casa era uma antiga casa de fazenda que algum dia tinha sido cercada de campos, mas agora ficava num bairro ao lado de outras casas muito mais novas. Isso significava dizer construídas nos últimos cinquenta anos na periferia de Denver.
Depois que você entra pelo corredor estreito com aqueles vitrais bacanérrimos, chega a uma sala de estar que tem a largura de toda a frente da casa. À direita, atrás de portas de vidro de correr, há um espaço para sala de jantar ou jardim de inverno, mas que agora não é nada. Espaço vazio apenas. À esquerda, uma porta de vaivém dá para uma cozinha grande. No andar de cima, há três quartos, um deles, um tanto pequeno, virou meu escritório, e um banheiro de mamute, enorme. Meu pai não me deixou mudar para lá até que ele e seu ajudante, Eddy, tivessem reformado todo o banheiro. Ele disse que aquilo tinha que ser feito porque a banheira estava na iminência de despencar no andar de baixo. Pensei que ele estivesse sendo dramático porque odiava a minha casa, e ainda odeia. Mesmo assim, não sei ao certo por que pensei isso, pois meu pai não é uma pessoa dramática. Por isso não deveria ter ficado surpresa quando eles iniciaram a reforma e o chão começou a rachar bem embaixo da banheira. Então papai aproveitou e reformou meu banheiro, depois, é claro, de refazer o piso. Agora está tudo superlindo, com uma banheira com pés que parecem patas, uma pia com pedestal, porta-toalhas aquecidos e essa coisa toda. Ele também restaurou as tábuas de madeira do assoalho do meu quarto e do escritório e raspou as paredes dos dois cômodos.
Meredith e eu pintamos meu quarto, e ela fez para mim umas persianas romanas bacanas para as janelas. Minha amiga Annie e eu pintamos o escritório. Prossegui com a fase divertida da reforma, a decoração, enquanto papai começava o trabalho na cozinha, para o qual contou com a ajuda de Pablo. Eles levaram mais uns cinco meses para terminar tudo porque ficavam se distraindo com outras coisas, como, por exemplo, falando da própria vida, ou da torneira do lavabo no andar de baixo, que não fechava direito, do vazamento no telhado, do interruptor do meu quarto que não funcionava e da caldeira de calefação que deixava escapar calor. Coisas desse tipo. Agora a cozinha está fantástica, com armários cor de creme, uma mesa grande bem no meio, retangular, já meio gasta, com seis cadeiras, uma bancada de madeira e eletrodomésticos fabulosos, que papai conseguiu por um bom preço por conta da sua rede de contatos na construção civil e porque eles tinham pequenos defeitos em lugares que ninguém consegue ver. Decorei a cozinha criando um certo charme country, o que foi uma decisão inusitada. Eu não era uma pessoa "do campo", nem querendo muito, mas aquela era uma antiga cozinha de fazenda, que exigia um estilo campestre, e eu podia ser bem extravagante às vezes.
Então depois que o Estranho foi embora, fui até a cozinha, preparei massa de cookies com pedaços de chocolate, peguei a tigela, uma colher, uma xícara de café e levei tudo para a mesa. Peguei o telefone também. Sentei com um pé no chão e o outro no assento da cadeira e fiquei olhando para o telefone. Eu devia ligar para Maite. Mai falava tudo o que pensava na lata, não tinha papas na língua. Ela era inteligente, experiente e sempre usava a cabeça. Mai morava com Chris, que era policial, e eles estavam juntos há cinco anos. Era um bom relacionamento, apaixonado, mas difícil porque tanto ela quanto ele tinham personalidades fortes. Se um dia eles terminassem, seria como Goldie Hawn e Kurt Russell terminando: uma prova de que o mundo não ia demorar nada para acabar. Mai, no entanto, sabia tudo sobre o Estranho, e achava que eu estava em parte doente e em parte maluca de deixar que ele entrasse na minha casa no meio da noite sem saber nem o nome dele. Ela me dizia que da próxima vez que ele viesse, eu deveria, primeiro, dar um chute no saco dele e, segundo, chamar a polícia.
Eu poderia também ligar para Annie. Annie era romântica e não falava tudo o que pensava, essa tinha papas na língua. Preferia ser torturada a dizer algo que pudesse fazer você se sentir mal ou que ferisse os seus sentimentos. Teve três namorados e todos eles uns babacas, mas ela ficava com os caras porque não queria terminar o relacionamento, mesmo que eles fossem babacas. Antes de se cansar e partir para outra, o que ela fazia com frequência, Annie aguentava um monte de mer/da no trabalho porque esta minha querida amiga não tinha força de caráter. Annie também adorava a ideia de um homem misterioso. Ela estava convencida de que ele um dia iria esticar o braço, acender as luzes, segurar meu rosto com as mãos e me dizer que para ele o sol só nascia e se punha porque eu existia. E então se casaria comigo numa cerimônia de conto de fadas e depois disso me trataria como uma princesa até o fim dos meus dias. Mesmo depois de todo esse tempo, ela estava certa de que isso aconteceria, e nunca deixou de acreditar nessa possibilidade. Essa visita mais recente do Estranho provavelmente a faria dar pulos de alegria. Ela nunca tinha visto como ele realmente era: idiota, invasivo e extremamente irritante.
Eu não poderia ligar para Pablo porque depois do que o Estranho disse, fiquei meio cismada com ele. Pablo tinha sido sempre apenas Pablo. Ele sempre esteve por perto, antes de Mai e Annie. Sempre esteve por perto, antes de eu conhecer João Mirelles, quando conheci Juan Meirelles, quando me casei com Juan Meirelles e quando Juan Meirelles partiu meu coração. Pablo era um amigo, e pensar que queria mesmo era me comer, como o Estranho dissera, me deixava mais aturdida do que qualquer outra coisa que tivesse acontecido naquele dia.
Fiquei olhando para o telefone e peguei uma colherada da massa de cookies. E então enfiei a massa na boca, larguei a colher, peguei o telefone e tomei a primeira decisão inteligente desde que a mão do Estranho segurou minha cintura com força na noite passada. Apertei as teclas, engoli a massa e coloquei o telefone no ouvido.
-E aí, mulher? -atendeu Mai.
-O Estranho veio aqui ontem à noite.
Silêncio. E estou querendo dizer, silêncio total. Em seguida:
-Olha…
Depois nada.
-E ele voltou hoje outra vez. Ele estava aqui em casa quando voltei da rua e foi embora há uns vinte minutos.
Silêncio de novo, e muito mais total dessa vez, como se todo o barulho do mundo tivesse sido sugado pelo vácuo.
-Mai? -chamei no vazio.
-Ele saiu daí há vinte minutos? -perguntou ela.
-É. -respondi.
-Ele esteve aí em plena luz do dia? -perguntou ela.
-É. -respondi.
-E ele não pegou fogo por causa da luz do sol ou coisa parecida? -perguntou ela.
-Não. -respondi, rindo.
-O que foi que houve?
E foi então que contei a coisa toda para ela desde quando ele esteve aqui na noite passada até Lana, Will e Ian, até a visita surpresa do Grande HE (homem estranho), a nossa conversa carinhosa e a amável explicação dos limites do nosso relacionamento. Quando terminei, ela murmurou:
-Mer/da.
-Mer/da o quê?
-Mulher, eu conheço Ian Somerhalder, o chefão de um clube de motoqueiros chamado Chaos MC. E sei que você não deve ir lá. Dizem que, nos últimos tempos, ele tentou limpar a gangue, e com algum sucesso, mas limpar para esses caras não tem a mesma definição que tem para o resto do mundo. Eles se autodenominam "Chaos" por algum motivo, concorda?, não são como os outros caras. Não têm nenhum dos filtros de civilização que as outras pessoas têm. Eles vivem num mundo sem lei e sem ordem. Mas, é mais do que isso: eles vivem num mundo de lutas e guerras onde só o instinto conta. Eles são animais, Dul. Sem brincadeira.
Ai, meu Deus!
-Bem, mas eu não marquei de sair com ele. -lembrei a ela.
-E nunca faça isso. Nunca. Se você entrar nesse mundo, não tem volta. Entendeu? Nossa!
-Ele era assustador, Mai. Não vou voltar mais lá.
-Ótimo. Espero que não. -disse ela, de um jeito que significava que não estava acreditando muito em mim. Eu a conheci quando estava no meio da confusão do divórcio, então ela sabia tudo sobre Juan, que era gostoso, mas também um babaca completo. E ela também sabia tudo sobre o Estranho, que era gostoso, bem mais gostoso do que Juan, mas que estava provando que era da mesma estirpe de Juan, a saber, um idiota.
-Vou falar com Chris, ver o que ele consegue saber sobre sua irmã. -continuou Mai. -A única coisa que posso lhe dizer sobre o Estranho é que ele lhe deu um bom conselho. Você precisa ficar fora disso. Angel é Angel, e ela está indo por um caminho em que só vai arrumar mais problemas. Parece que já arrumou.
Ouvi Mai respirar fundo, e eu sabia o que aquele respirar fundo significava. Ela tinha alguma coisa a dizer e sabia que eu não iria gostar. Maite não tinha papas na língua, mas isso não significava que fosse uma pessoa má. Não era. Era uma boa pessoa. Por isso tentou ir com calma, quando voltou a falar.
-Sei que ela é sua irmã, Dul, mas Angel não liga para quem ela vai arrastar para o buraco com ela e vai usar qualquer um como escudo para proteger aquela bun/da magricela e branca. Ela está metida em confusão e já sabe que pode usar você. E se puder usar você, vai usar. Sem pestanejar.
Isso era definitivamente verdade.
-A partir de agora, estou oficialmente rompendo relações com ela -declarei.
-Já não era sem tempo. -murmurou Mai.
-Me liga depois que falar com Chris. -pedi a ela.
-Dul?
-Fala, amiga.
-Também vou ter que contar a Chris sobre o Estranho.
Ah, não. Que diabos, não! Papai e Meredith não sabiam sobre o Estranho. Pablo não sabia sobre o Estranho e Christian Chavez tampouco sabia. As únicas pessoas que sabiam eram Mai e Annie, e as fiz jurar que não contariam nada a ninguém.
Isso dizia muito sobre mim e sobre como eu me sentia a respeito daquele homem misterioso, isto é, eu tinha vergonha do que estava fazendo e da razão de estar fazendo. Isso mais do que indicava que eu estava um tanto ou quanto desesperada e era meio pira/nha, duas coisas que uma mulher não deve nunca estar nem ser. Nunca.
Eu amava papai, Meredith, Pablo e Chris. Não queria que eles pensassem que eu era uma pira/nha desesperada.
-Dul… -começou Mai.
-Não, Mai, não. Não conte ao Chris sobre o Estranho. -eu disse com firmeza.
-Tá bom, mulher, me escute. -disse ela, com firmeza também. - Esse cara pode atravessar portas. Essa cara consegue investigar você e ficar de olho em você o tempo todo. Fiquei sabendo disso agora, então agora sei que esse cara tem contatos, e se ele tem contatos, Chris pode dar uma checada nele.
-Talvez, mas não quero que Chris dê uma checada nele.
-Por quê? -perguntou ela, começando a perder a paciência.
-Ele investigou você. Pode ser, mas a partir de hoje eu oficialmente rompi relações com minha irmã e oficialmente terminei meu não relacionamento capenga com o Estranho. Acabou. De verdade.
Silêncio, de novo. E depois:
-Sério?
-Sério, Mai. -gemi.
-Contei como ele falou comigo, não contei? Contei o que ele disse sobre o nosso relacionamento. Ele me investigou. Ele sabe tudo sobre mim. Ele disse que era ele que dizia quando as coisas acabavam, mas não me disse o nome dele. Essa situação toda já era tão absurda antes que não pensei que pudesse ficar ainda mais absurda, mas ficou. Acordei pra vida. Acabou.
Silêncio, de novo, e depois:
-Tomara, mulher. Eu já disse isso antes e vou dizer outra vez. Tem um monte de caras gostosos por aí que não são uns babacas filhos da pu/ta. Eles não usam você apenas pra go/zar. Têm homens por aí que sabem como tratar uma mulher direito e você vai achar um deles amiga, mas a única maneira de conseguir isso é mandando esse aí, que não trata você direito, às favas.
Aquela era Maite Perroni, sem papas na língua. Maite Perroni, uma mulher inteligente, que tinha a cabeça no lugar.
-Bem, hoje tive uma epifania. Angel e o Estranho são coisa do passado. -declarei solenemente.
-Aleluia. -respondeu Mai.
Dez minutos depois, nós desligamos. Fiquei sentada à mesa da cozinha, enfiando a colher na massa de cookies e depois na boca, enquanto olhava para o telefone. Eu tinha esperanças de manter minha palavra.
Peguei o telefone e liguei para Annie.
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Oi, oi gente!! Olha aí a Dul confusa de novo kkk.
Respondendo comentario do face:
Geovana Aparecida: Ele ta muito bravo, ñ suporta sequer saber que outro homem conheceu a mulher dele.Continuando bj
Respondendo comentarios:
Millavondy36: Ele sera romantico, mas no momento ele tava muito bravo, ñ gostou nd de saber q ela tava na Ride, Ian quer a Dul inteira e o Ucker sabe disso, vai te cada confusão. É só o começo das confusões, Dul vivera um filme de ação e romance daqui pra frente, e ela sendo maulca desse jeito vai quase pira kkk.C-O-N-T-I-N-U-A-N-D-O bj
Anja Candy: Laiiiiiiiisssssssss, vollllllteeeeeei <3 Postado, bj
Di_rebelde: Oiee, seja muito bem vinda fique a vontade e volte sempre <33 Postadooo, bj
Dulcemaria_candy_: Isso mesmo é apelido, Ucker ñ vai com a cara do Ian, e logo mais ele tera q tomar cuidado com outro (olha o spoiler). Bem q o Ucker podia mandar o Ian aqui pra casa assim ele ficava longe da Dul e perto de mim, sim um enorme desperdicio, ohhh homem gostoso <3 Enorme encrenca, proximo capitulo ela vera o quanto q sera perigoso tudo isso. Continuando, bj
MariVondy: Dul vai ser muito palhaça, o jeito q ela vai narra as coisas sera hilario . Lana é igual a Angel, proximo capitulo Dul correra um pequenho risco e logo depois ela aperecera vestida num lindo traje, essa mulher nunca deixa a moda de lado kkk. Ian é mega gostoso, ahhh vc só pode ta lendo a minha mente pq o proximo personagem q aparece eu coloquei como o Paul, teremos Ian e Paul aqui na web <3 Oxiiii q mãe malvada, querendo acaba com as barbies da filha kkkkk. Ian em algum momento tentara dar um creu na Dul kk. Meredith é um amor de pessoa ela e a Ale juntas serão uma comedia.O estranho sabe muito sobre ela, tudo praticamente, e ele chegou mega pu/to ñ gosta muito do Ian. Sim é o dilicia do Levy, vc viu teremos Ian, Paul e Will só gostosos!! Olha q as vezes esse parafuso me faz uma falta kkk. Esse livro me encantou acho q pq lembra Aluga-se um noivo, ahhh q sdd!! Continuando bj
Tchau lindonas bj
Autor(a): AnazinhaCandyS2
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 416
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anne_mx Postado em 21/08/2020 - 23:25:56
Eu só sei assumir o quão apaixonada fiquei por essa fanfic, muito amor mesmo, uma pena Angel não ter conseguido ficar livre no final com a família, mas foi tudo pra mim a felicidade do casal vondy <3
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dulcemaria_candy_ Postado em 03/02/2017 - 15:50:39
Final lindo ' Que bom que conseguiram uma menina kk
AnazinhaCandyS2 Postado em 03/02/2017 - 23:43:58
Bonitinho o final né *-* Uma menina tudo oq queriam <3 Bjuuu
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millavondy36 Postado em 01/02/2017 - 23:35:58
Ahh que pena que chegou ao fim!!Foi uma fanfic maravilhosa!!
AnazinhaCandyS2 Postado em 02/02/2017 - 22:07:48
Uma pena mesmo tô com MUITA sdd já. Bjuuuuuuuu
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AnazinhaCandyS2 Postado em 01/02/2017 - 21:31:25
Respondendo comentário do face: Geovana Aparecida - Me deu uma sdd hj ñ tinha onde postar :'( MUITO bom ouvir/ler vc dizendo isso pq é a mesma coisa pra mim <3 E logo mais teremos mais adaptações, ontem terminei de ler o primeiro livro e hj começo a ler o segundo, dai só espera a capa e dai voltarei kkk. Bjuuuuu
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jucinairaespozani Postado em 01/02/2017 - 13:16:25
Eu amei, uma das melhores fics que já li
AnazinhaCandyS2 Postado em 01/02/2017 - 21:26:26
Muitooo bom saber disso <33 Bjuuuuu
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Girl Postado em 31/01/2017 - 18:45:09
Anaa não precisava disso !!! digo e repito vc é inagualáe hahaha eu to bem triste pq a web chegou ao fim e quero logo que vc comece outra (ouça meu pedido beijo)
AnazinhaCandyS2 Postado em 31/01/2017 - 19:39:01
Ahh q é isso eu só ajudei uma amiga a divulga o ótima trabalho que vc esta fazendo em 'Perdida por Você'. Eu tbm tô triste com o fim da fanfic sempre fico assim quando finalizo uma web :'( Já tenho dois livros pra adaptar, mas primeiro eu vou ler eles, eu sempre começava as fanfics sem termina de ler o livro dai sempre dava confusão com o personagens, MAS logo logo eu volto com mais adaptações!! Bj
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millavondy36 Postado em 31/01/2017 - 11:21:05
P
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millavondy36 Postado em 31/01/2017 - 11:20:53
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millavondy36 Postado em 31/01/2017 - 11:20:40
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millavondy36 Postado em 31/01/2017 - 11:20:23
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