Fanfic: Libertina - Adaptada. Vondy [+18] | Tema: Hot - suspense - drama
Seu carro importado, prateado, com vidros escuros e à prova de balas, circulou tranquilamente pelas ruas do Rio, até um chiquérrimo restaurante na Barra. Durante a viagem não falamos nada. Mas mesmo assim me sentia feliz. Era a primeira vez que íamos juntos a um lugar público. Até então, tinham sido encontros especificamente para transar. Em um dia eu conhecera seu local de trabalho e agora almoçaríamos na companhia um do outro.
Indaguei-me por que Christopher não estava tão agressivo como das outras vezes. Estaria com pena de mim, com aquele caso de assassinato nas costas, sem família nem ninguém? Se fosse isso, se
importava mais comigo do que queria admitir. E aquilo me confortava muito, me dava novas esperanças.
O restaurante estava cheio, mas o maitre o conhecia e levou-nos a uma mesa perto de um janelão com vista para o mar. Nos acomodamos e Christopher pediu uma garrafa de vinho. Depois pegou o cardápio, calado.
Eu o observei, todos meus sentido voltados para ele. Mesmo em meio a toda aquela gente, eu só via Christopher. Uma atração avassaladora me consumia, dominava todos os meus sentidos. Seu gosto, seu cheiro, sua carne sob meus dedos, tudo me bombardeava ainda recente, já me fazendo querer mais. Parecia um vício, como se tivesse se infiltrado dentro de mim e me consumido por inteira.
Sentia que estava cada vez mais dependente dele. Aquele era um homem difícil, que podia me desejar e estar ali comigo, mas que tinha mudado minha vida e feito meus planos irem por água abaixo; que me fizera perceber que nunca amei Juliano de verdade e que era prostituta por opção, não por desculpas esfarrapadas. E que também escolhi pular fora daquela vida por que não queria outro homem além dele. Era como se outra Dul tivesse renascido ao conhecê-lo, nem a santa que todos pensavam até então que eu era em Minas, nem a puta sem vergonha do Rio. Mas uma mistura
das duas, quem eu era de verdade, sem medo de me assumir, apesar dos meus erros.
- Por que está me olhando tanto? – Indagou Christopher, pondo o cardápio na mesa e me encarando sério.
O garçom se aproximou e nos serviu o vinho. Depois que se afastou, fitei seus olhos cinza escuros e falei:
- Estava imaginando por que me trouxe para almoçar. É a primeira vez que saímos juntos em um lugar público.
Christopher recostou-se. Quem o visse ali, elegante naquele terno, não imaginaria como me comeu cruamente no seu escritório, o quão pornográfico que era. Um cavalheiro na mesa e um animal na cama. Senti um baque na boca do estômago, lembrando da maneira que me pegava e penetrava, como se fosse toda dele. E eu era.
- Eu estava com fome e suponho que você também. – Apesar da calma aparente, seu olhar parecia queimar. E emendou, para me ofender: - De alguma forma, estou pagando pelos serviços prestados.
A mágoa me envolveu na hora. Tentei não demonstrar.
- Você não precisa pagar nada. Não sou mais prostituta.
- Para mim sempre será, Dulce. Foi assim que te conheci.
- Pois não sou mais. Nem vou voltar a ser.
- Tem certeza? – Tomou um gole do seu vinho, atento a mim.
- Tenho. – Suspirei, erguendo um pouco o queixo. – Posso fazer uma pergunta?
- Claro.
- Você acha que todas as mulheres do mundo são putas ou só eu, por que de fato fui?
- Por que eu acharia que todas são assim? – Ergueu uma sobrancelha.
- Ah, então só eu que recebo esse tratamento especial? – Fui irônica, para disfarçar que me sentia magoada.
- Trato como você merece. – Disse friamente.
- Mas Gigi foi prostituta e o vi cheio de amizade com ela.
- Gigi não traía pessoas que dizia amar e ainda tinha a consciência tranquila.
- Não é verdade. Nunca quis magoar minha família e Juliano ...
- Você os enganou. Já imaginou como estão agora?
Eu baixei meus olhos, com vontade de chorar, mas me controlando.
- Sim. – Disse baixo.
- Não é da minha conta, Dulce. Mas é difícil acreditar que mudou tão de repente. Espero que eles consigam.
Fiquei quieta, arrasada. Christopher não disse mais nada. Peguei o cardápio e fingi ler, mas tudo se embaralhava na minha frente. Percebi que aquele era o ponto. Christopher nunca acreditaria em mim. Para ele, eu seria sempre a puta que traía meu noivo com a maior cara de pau do mundo. E ele, que já tinha sido traído, sentido a dor na pele, não esqueceria esse fato.
O garçom se aproximou para anotar os pedidos. Sentia que precisava me recuperar ou acabaria chorando ali, na frente dele.
- Faça o pedido pra mim, por favor. Preciso ir ao toalete.
Christopher acenou com a cabeça e me afastei. Entrei no banheiro luxuoso e me olhei no espelho, fitando meus olhos de um azul intenso. Juliano dizia que eram da cor de lavanda. Pensar nele só aumentou minha culpa.
Uma mulher entrou, mas nem reparei direito, concentrada demais em respirar fundo, reorganizar meus sentimentos. No entanto, ela parou ao meu lado e ficou me olhando fixamente pelo espelho. Encontrei seu olhar, sabendo que nunca a tinha visto antes.
Deus olhos eram castanhos e expressivos, bem maquiados. Cabelos longos e de um loiro bem claro caíam por seus ombros. Tinha traços finos e um nariz tão empinado que parecia petulante. Mas
não o seu olhar. Era de uma pessoa dolorida, sofrida, de guarda baixa. Fixei nesses olhos expressivos, levemente úmidos. Era da minha altura, tipo físico parecido com o meu. Linda mesmo, escultural e esguia. Devia ter por volta dos vinte e sete a trinta anos.
Estranhei estar perto de mim e com aquele olhar insistente, dentro do banheiro vazio. Indaguei:
- Deseja alguma coisa?
- O que eu desejo, é seu agora.
Pensei que fosse louca.
- Como?
- É a primeira vez que o vejo olhar para uma mulher como olhava para mim. – A mulher tinha voz rouca e seus olhos eram muito intensos, como se pudessem me perfurar. Senti um leve cheiro de álcool em seu bafo. Estaria bêbada? Me confundindo com alguém?
- Desculpe, preciso ir.
- Não, espere! – Disse nervosa. – Não diga a Christopher que me encontrou, por favor.
Então fui tomada pelo choque e entendi. Era Luciana, a ex-mulher de Christopher. Ela continuou falando:
- Às vezes venho aqui, sei que ele frequenta o restaurante. Mas fico sempre em locais de canto, para que não me veja. Sei que me odeia.
- Luciana?
Ela sorriu de leve.
- Ah, então Christopher falou de mim.
- Bem, na verdade foi Laura.
- Laura, claro. Uma velha amiga. Como ela está? Na certa furiosa. Está esperando na fila há muito tempo e agora aparece uma outra, para roubar o seu lugar. – Disse com sarcasmo.
- Não é bem isso. Eu e Christopher ... É só sexo.
- Não foi o que pareceu quando os vi juntos. – Seu olhar fixou-se no meu. – Você o ama.
Não respondi. Ela balançou a cabeça.
- E ele ama você.
- Não. Christopher me odeia.
- Menina, escute, eu o conheço. Aquele olhar não é de ódio. Christopher pode estar furioso por gostar de você. Acho que depois do que fiz a ele, ficou traumatizado. Nunca mais se envolveu sério com mulher nenhuma. Eu o observo de longe. Mas que está caído por você, é fato. Qual o seu nome?
- Dul.
- Pois bem, Dul. Tive minha chance. Você não sabe como fui adorada. Mas joguei tudo fora, estraguei a minha vida e a dele. Tentei de tudo para ter Christopher de volta, mas enfim admiti que o
perdi. Ele não perdoa.
- Mas você ... Ainda está com o irmão dele?
Na mesma hora as feições dela se distorceram por algum sofrimento.
- Danilo? Eu não tenho mais Danilo.
- Sinto muito. Pensei que vocês ...
- Você não sabe? Danilo está morto.
- Morto? – Arregalei os olhos.
- Sim, há cinco anos. Minha vida é uma desgraça, Dul. – Luciana enxugou os olhos rasos de água. – A única coisa que fiz certo até hoje foi me casar com Christopher. Mas até isso eu joguei fora. Estraguei a minha vida, a de Christopher e a de Danilo.
- Christopher era bruto e frio com você? Por isso preferiu Danilo?
- Não! – Ela acabou rindo, sem vontade. – Ele é assim agora, não é? Mas era o melhor homem do mundo para mim. Tão carinhoso e apaixonado! Quando nos casamos, tínhamos apenas vinte e quatro anos. Mas Christopher nunca vacilou. Ele me amava de verdade.
Naquele momento entraram três mulheres no banheiro conversando. Luciana calou-se e olhou para o relógio de ouro em seu pulso.
- Melhor você ir. Christopher deve estar impaciente a sua espera.
- Mas eu queria saber mais. Por favor, preciso entender o Christopher ...
- Eu invejo você. – fitou-me. – Queria estar em seu lugar.
- Meu lugar não é dos melhores, Luciana, acredite.
Ela fitou as mulheres que iam ao espelho passar batom.
- Muita coisa aconteceu, Dul. Não dá pra falar assim. Talvez possamos conversar em outra hora.
- Quando?
- Sou dona da Boutique Maison. Se quiser conversar, apareça. Mas acho que não há muito mais a ser dito.
- Vou aparecer. – Eu a olhei, sem saber o que dizer. Forcei as palavras a saírem: - Talvez ainda haja um futuro para vocês.
- Não, eu sei que não. Já me conformei com isso. Mas talvez haja para vocês. – Luciana voltou-se para o espelho. – Até qualquer dia desses, Dul. E por favor, não o deixe desconfiar que estou aqui.
Autor(a): bia_vondy
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Acenei para ela e saí, voltando à nossa mesa. Christopher me fitou, impaciente: - Por que demorou tanto? - Dor de barriga. – Disse a primeira coisa que veio à minha mente. Christopher acabou sorrindo. - Não precisava ser tão direta. Eu acabei sorrindo também, encantada. Acho que era a primeir ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 85
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BruGomes Postado em 19/04/2018 - 21:59:13
Poxa tão boa essa fic , que pena que esta abandonada :/
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beatris Postado em 06/11/2017 - 01:00:10
continua por favor gostei mto dessa fic e li td de uma vez agora estou aciando por mais
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janaynafarias Postado em 01/09/2017 - 03:37:18
Ahhhhhh please!!! Continua flor!!!!! Comecei ler a fic ontem e já estou n vício rsrsrs meninaaaaa para td! Essa fic promete me deixa louka cm esses altos e baixos. Tem momentos q me deu uma dó d Dul. E tbém compaixão e raiva d ogro d ucker! :/ as vezes ele é demais cm ela... cmo a questão é esculacha a pobi. Essa cafetina e essa amiga entre "" Adriane são duas cobras disfarçadas. Sei q vai ser difícil ele reconhece q ama a Dul. :'( e q ela vai sofrer um bocado pra ele acreditar nela. E se ela resolver se mudar?e se for morar em outro luga,será q ele ia atrás dela? E o pior q agora temo.... se o assassino pegar ela! Ñ,qro pensar nisso agora. Se td caso vier acontecer. Q o ucker cuide dela se algo ruim acontecer! E esse ex-noivo dela,pra me ele tbém é flor q se cheire ñ. Acho ele extranho. Acho q foi sisma minha qm sabe. Bom,sou leitora nv. Mto boa a fic ;) e vamos por mas! ♡_♡ conttttttttttt bibis xerin sua linda! ;*
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BruGomes Postado em 14/07/2017 - 00:13:36
Aiiii Continuaaaa !! Ñ vejo a hora dele perceber que Ama ela ,e tratar ela com mais carinho .
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AnazinhaCandyS2 Postado em 13/07/2017 - 16:19:06
Christopher é muito grosso! Espero que ele ñ expulse a Dul por ter dito q ele poderia estar ligado ao assassinato. Continua!!
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lili.alves Postado em 13/07/2017 - 12:17:57
Olá, leitora nova, comecei a ler agora e já tô adorando.
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AnazinhaCandyS2 Postado em 11/07/2017 - 19:26:45
Dulce abraçou o Christopher e ele ñ ficou brabo?? Que milagre! Uau que hot, hot, hot, hot amei!! Continua!!
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BruGomes Postado em 11/07/2017 - 01:24:24
Uau que capítulo *O*, bem safadinhos !!! Kkk Adorooo esses dois !! Continuaa !!*-*
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AnazinhaCandyS2 Postado em 05/07/2017 - 18:13:33
Não vejo a hora do Christopher tratar a Dul com mais carinho! Continua!!
bibis Postado em 10/07/2017 - 23:42:54
hahah Ja ta chegando essa hora
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BruGomes Postado em 04/07/2017 - 23:22:11
Christopher está realmente apaixonado pela Dulce !!!! Continuaaaaa !!!
bibis Postado em 10/07/2017 - 23:42:30
Esta sim, só falta ele se render a isso :) Continuando!!