Fanfic: Só com o olhar (Terminada)

- Vou ter um caso com ele.

Anahí fez o
pronunciamento. Esperou que a amiga demonstrasse surpresa, mas Dulce apenas
sorriu.

- Imagino que não esteja falando de Christian.

- Blergh!

Ambas
dissolveram-se em gargalhadas femininas.

Descobrira Poncho
no chuveiro. A câmera do quarto estava apontada para o espelho,
providenciando um ângulo decente do boxe. O vapor saía pela porta. Pre­feria o
banho quente. Tudo desse homem era quente.

Anahí tentou
esconder seu voyeurismo desenter­rando o segredo da identidade de Poncho.
Pela Internet e arquivos dos correios. Sem sorte.

Quando o som de
água corrente nas caixas de som da tela principal
cessou, pensou em desconectar o monitor de vídeo inteiramente para dar-lhe
alguma privacidade, mas desconsiderou no minuto em que ele saiu do boxe. O
espelho do quarto estava embaçado pelo vapor, mas a imagem dele, tão viril,
implora­va toda a sua atenção. Uma nuvem de ar úmido ondu­lava ao redor de Poncho.

Viu Poncho
enxugar-se. Esfregou o pano felpudo primeiro nos braços, depois no pescoço, peito e cos­tas. Os gestos eram vigorosos. Ele
tinha também per­nas incríveis. Pareciam de nadador.

Virou de costas
para o espelho, como se percebes­se uma invasão, enquanto
enxugava logo abaixo da cintura, mas não antes que Anahí visse o suficiente.

Mesmo flácido, era impressionante. Em seguida à visão da gloriosa nudez das
nádegas, Anahí não pôde deter a excitação incrível que fluiu através dela. Os
mamilos enrijecidos atritavam contra a camiseta. Agarrou o refrigerante morno,
bebeu até abrandar a secura na boca, enquanto o via pendurar a toalha no alto
do boxe e meter-se em uma samba-canção azul-marinho, que pouco fez para
obstruir a vista.

Quando Poncho
jogou-se na cama com o mesmo ro­mance de espionagem dela, Anahí ficou perplexa.
Esse homem tinha mais intriga e sexo escritos nele do que qualquer obra de ficção. Esse homem era um mistério que precisava investigar. Era a prova
que poderia desvelar o enigma da sua vida pessoal vazia - a qual gostaria que
ele preenchesse.

- Então... qual é o nome dele? - indagou Dulce.

- Poncho.

- Hum. É diferente. Poncho do quê?

-  Não sei
ainda.

-  Está
interessado em você?

- Não sei ainda, também. Me dê um tempo, Dulce. Só tomei a decisão essa manhã.

Assim que
acordou ao amanhecer, debruçada no teclado, esgotada,
percebeu que não seria capaz de concentrar-se no trabalho enquanto ele permanecesse
um mistério.

Ligou para Christopher
e instruiu para que grampeasse a casa certa, sem desconectar os dispositivos da
casa errada. Arriscado demais, insistiu ela.

- Por quanto tempo você o observou até perceber que
era a casa errada? - perguntou Dulce.

- Não é da sua conta.

- Como planeja seduzi-lo?

- Preciso de um plano?

- Anahí Portilla sem um plano?

- Sim. É melhor assim. Nenhum plano significa
nenhuma falha. Apenas vou seguir o fluxo. A única consequência planejada é a
satisfação sexual. Estou certa de que há meios interessantes de chegar lá.

- A maneira interessante número um está de pé no
degrau de entrada - informou.

Anahí quase
engasgou quando viu o vizinho sexy em pessoa, dando uma espiadela através das cortinas rendadas na vidraça da porta. O coração dela parou por
um instante, antes do chute de Dulce por baixo da mesa restaurar-lhe a respiração
e fazê-la levantar e abrir a porta.

- Olá, sou Poncho Herrera, seu vizinho.

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