Fanfic: Só com o olhar (Terminada)

capitulo dedicado as todas que comentaram.

gracias as todos los "a"

Não podia aguentar mais. Embora só estivesse afas­tada do escritório
apenas há vinte e quatro horas, a velha Anahí Portilla - que conseguia
concentrar-se em livros de contabilidade e documentos ao mes­mo tempo - agora
sofria de um sério caso de deses­pero: Poncho.

Vira que Christian
acabara de sair. Chamou os in­vestigadores substitutos para segui-lo e alertou Christopher.

Com um suspiro
de derrota, Anahí subiu os de­graus correndo. Os instintos diziam que Poncho
Law-rence era um bom sujeito. Se pudesse descobrir algu­ma outra coisa íntima a seu respeito, talvez superasse a relutância que a atacou quando
ele vasculhou a coleção de vídeos fascinado. Clicou nos monitores ex­tras, e
depois, revirou de sala a sala, vasculhando pela presa. Checou o sótão - nenhum
sinal. Enfim, averi­guou a garagem. Após um certo momento, um lam­pejo de luz
assustou-a. Anahí viu a indefectível raiva dele.

Movia-se com o
fervor de um animal enjaulado. Viu-o esticar a cabeça pela janela, na direção da casa dela, como se captasse algo.

Retornou,
sacudindo a cabeça. Poncho gargalhava. De repente, ele disparou
para a casa dela.

- Você corre?

- Como disse?

Anahí
inclinou-se contra a porta da frente.

- Estou saindo para correr - disse ele. - Pensei se
poderia me acompanhar.

- Já passou de uma hora da tarde! Ninguém na
Flórida corre a essa hora; há riscos de insolação.

- Esse bairro é sombreado. Não é tão ruim.

Poncho não tinha outra escolha. Precisava sair.

Na infância, Poncho precisava fazer qualquer coisa para não se tornar
irascível, destrutivo.

Atacar o tédio antes que virasse um problema transformou-se na sua melhor
estratégia. Assim agarrou-se à atração por Anahí Portilla.

Poncho nunca teve um quadro tão sério de frustração por conta de uma mulher que
nem sequer beijara ain­da - uma situação que iria reverter, com certeza.

- Desculpe, Poncho. Não corro.

Varreu o corpo
dela com um olhar elogioso.

- Sério? Então ó que você faz para manter a forma?

- Gostaria de saber?

- Para falar a verdade, sim. Muito mesmo.

Os olhos de Anahí
aguçaram-se. Poncho adorou isso.

- Então vá correr, fique suado e, se não desmaiar
ou necessitar de hospitalização, eu lhe mostrarei.

Anahí nadou na
piscina várias vezes. Os músculos protestaram, mas forçou. A
presença da piscina na casa compensou o ar-condicionado problemático.

De repente,
ouviu um mergulho; duas vigorosas mãos masculinas
cingiram sua cintura. Anahí perce­beu que as mãos eram de Poncho.

Depois, ele
continuou a nadar pela extensão da piscina, deixando Anahí
sem fôlego, à medida que o admirava nadar com graciosidade. Poncho sacudiu a
cabeça. A pele, corada de sol, gotejava e brilhava como se ele fosse um deus
mediterrâneo do mar.

- É o melhor jeito de terminar uma corrida!

- Não prefere nadar a correr? - perguntou ela.

- Não sei. Nadar parece tão recreativo. Correndo,
você pode sentir os músculos trabalhando. Mas ficar na água, com você, me faz
sentir com energia de novo.

- Está assim agora?

Anahí ouviu um
barulho de motor de carro. Bom. Christopher e sua equipe acabaram e partiram.
Ela agora es­tava pronta para levar o seu desígnio oficial
adiante.

Mas por
enquanto tinha Poncho seminu na sua pisci­na.

- Quem era? - indagou Poncho.

- Quem?

- O caminhão lá fora. AAA-Técnicos em Eletrônica.
Nunca ouvi falar deles.

- Sério? Foram altamente recomendados. Vie­ram
consertar a fiação.

- Não demoraram.

- Odiaria se o trabalho deles atrapalhasse a mi­nha
natação. Prometi mostrar a você como me exerci­to. Fiz um pouco de limonada.
Quer um pouco?

- Não nesse exato minuto. Você estava nadando. Eu
não deveria ter interrompido.

- Estava me olhando antes de mergulhar?

- Você é muito graciosa.

- Adoro nadar. É meu único exercício.

- O único?

- Você tem uma mente perversa - ralhou ela.

- As mulheres dizem que tenho a mente suja.

- Não acho que sexo seja sujo. E você?

- Não se for bem-feito.