Fanfic: Só com o olhar (Terminada)

- Por que Jase ligou para você?

- Estava se reportando. Não crie caso. Estou dando
cobertura enquanto tio Mick janta com o presiden­te da tal companhia que
tentamos impressionar.

- Dar cobertura não lhe dá autoridade sobre mim,
Patrick. Sou a investigadora-chefe. Toda essa opera­ção foi ideia minha. Como
ousa me dar ordens!

No horário, uma batida ressoou na porta.

- Espere um pouco, droga - chispou ela. Largou o
aparelho e foi atender.

- Ei! - disse ela. - Entre.

- Uau. Você está linda.

Anahí girou o
vestido curto mostrando as coxas.

- Obrigada, você também está ótimo. Olha, des­culpa,
mas preciso concluir essa ligação. Trabalho...

- Vá em frente, eu espero.

- Pegue uma bebida, se quiser. Só um minuto. Foi
para o gabinete e fechou a porta.

- Um encontro? Uma droga de encontro? Você devia
estar trabalhando, Annie, não se divertindo!

- Patrick - disse, a voz firme. - Você está pi­sando
em um terreno muito perigoso. Quando esta­mos trabalhando, não sou a irmãzinha
a quem pode intimidar. Eu estou comandando a investigação. Eu dou as cartas.
Mudar meus planos de hoje à noite só compete a mim. E se alguém se reportar
sobre o caso, espero que o submeta a mim. E se não gostar disso, nos
entenderemos com tio Mick amanhã. Porque hoje ànoite, eu... tenho... planos.

- Nossa, irmãzinha. Isso é alguma raiva reprimi­da? Só estou tentando ajudar.

- Patrick, está tentando assumir o controle.

- Acho que
devemos conversar amanhã...

- Passarei aí à tarde, a menos que Christian mude a
rotina e não vá ao Blue Star. Cuide para que Mick es­teja lá, certo? - Patrick
concordou e desligou.

Christian se
punha a caminho de casa. Algo aconte­ceu para irritá-lo. Droga! Patrick estava certo. Essa era uma oportunidade perfeita
para pegar Christian.

Uma batida na
porta do gabinete a fez saltar.

- Anahí, você está bem?

- É, desculpe. Ligação terminada.

- Fico feliz em ouvir isso. Aliás, o que você faz?

Detestava ter de mentir para Poncho mas não podia contar que era detetive.

- Sou pesquisadora autônoma.

- Isso é vago. Para quem trabalha?

- Para uma agência de detetives. Faço checagem de
antecedentes, varreduras na internet, referências de crédito. Coisa chata. No
computador, o que me permite trabalhar em casa.

- Qual agência? - perguntou ele. - Conheço alguns
detetives particulares nas redondezas.

E por que um
olheiro de beisebol conheceria dete­tives particulares?

- Não posso dizer. Sinto muito. Tenho um acordo com
a firma que me impede de discutir qualquer as­pecto do meu trabalho. Você
entende, não é?

Nada daquilo
era mentira. Existia uma cláusula so­bre confidencialidade
no contrato.

Virou-se e
apanhou a bolsa. Dane-se Christian. A frustração de Patrick
não seria nada em comparação à sua, caso dispensasse Poncho.

- Então não podemos falar de trabalho - con­cluiu Poncho.
- Isso é ótimo. Estou certo de que acha­remos segredos dos quais possamos
compartilhar.

A perspectiva
fez o coração de Anahí bater forte. Oh, possuía montes de
segredos para compartilhar com Poncho: fantasias.

Algo a respeito
de Poncho inspirava confiança, parti­cularmente quando
se mostrou satisfeito ao saber apenas o què lhe foi contado; só o que ela
queria que soubesse. Até a maneira dele se vestir era despreten­siosa - à Ia me
aceite como sou. Com uma bermuda caqui, uma surrada camisa pólo em um tom
oliva, sandálias de couro de tiras grossas, o cabelo negro penteado para trás e
um sorriso relaxado, Poncho evo­cava uma imagem despachada, que se enquadrava
ao estilo de vida dele. E, por esta noite, no dela também.