Fanfic: Só com o olhar (Terminada)

capitulos fresquinho saindo na hora para minhas leitoras dedicados as minhas primeiras leitoras

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Uma empresa não mantém você aquecida à noi­te, querida.

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Tenho cobertores. E esta é a Flórida.

Dulce
franziu a testa, mas recuou.

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Quer pegar o jantar no Césares e repassar o caso Anderson comigo essa noite? -
perguntou a Dulce.

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Revisar um caso fechado juntas, com comida italiana... - levantou a mão esquerda
como se pesan­do a possibilidade, então fez o mesmo com a direita ao enunciar a
outra opção - ... ou transar com Christopher durante a vigília na fundação
Rinaldo?

Dulce hesitou, permitindo que Anahí
tirasse as próprias
conclusões.

-
Ligarei pela manhã - disse Anahí. Dulce entrou no carro.

-
Precisa de algo enquanto seu carro está na ofi­cina?

Anahí anuiu e acenou, recordando-se, mesmo
sem querer, uma vez quando ela e o ex-marido Neal fize­ram sexo no banco
traseiro do carro, enquanto, supostamente ele deveria estar trabalhando em um
caso. Naquela época,
a experiência foi excitante. Hoje, era só uma lembrança do quanto fora ingênua.

Oh, o quanto carecia de sexo!

Adoraria dar uma espiadela na casa do
vizinho. No quarto, talvez. À meia-noite. A hora quando fantasia e realidade se
fundem nos sonhos eróticos de Anahí.

Seguiu determinada a fazer o que sabia
melhor -
trabalhar. Contudo, antes de entrar, um calafrio raste­jou-lhe pela nuca,
gelando-a.

Alguém a observava. Alguém próximo.

Lentamente, empertigou a cabeça para a esquerda.
Persianas fremiam. Podia ser o ar-condicionado. Ou um bichinho. Ou podia ser
ele. Observando-a.

O calor que desertara do seu corpo
flamejou no ventre e, então,
lambeu-a como línguas de fogo - rumo à carne que agora titilava entre as coxas.
Só uma impressão - a remota possibilidade de que ele a observava -
conjurou cenários sensuais.

Encurralou os devaneios, lembrando-se de
que não
sabia nada sobre o homem que, podia ou não, ha­ver espionado pela persiana.
Seria louco. Ou só cu­rioso. Mas Anahí preferiu pensar que gostou do que viu
mais cedo e quis olhar de novo.

Porém, era tudo o que conseguiria - um vislum­bre,
quiçá um breve exame. No máximo, trocariam um aceno de boa vizinhança ou um olá
apressado.

O que aconteceria se falasse com ela? Anahí
não
queria imaginar, mas o fluxo de possibilidades assal­tou-a. Um homem assim
provavelmente tinha uma voz capaz de derreter chocolate.

Faria
tudo em um único
lugar - no reino das fan­tasias da meia-noite. Talvez não tão satisfatório
quanto o real, com o homem real, mas Anahí sabia que os sonhos eram bem mais
seguros.

Quando o celular no bolso vibrou, Poncho Herrera
pulou. As persianas tilintaram, então xingou median­te a possibilidade de ter
sido descoberto. A loira es­tonteante parou e inclinou a cabeça para o lado,
como se pudesse percebê-lo do outro lado da rua. Desejou-a de um modo como há
muito não desejava uma mulher.

Mesmo assim, havia algo a seu respeito que
não
conseguia nomear; o sangue pulsava nas veias. Ela emanava um ar indiferente,
mas a cadência do andar e o mistério por trás do sorriso reservado o deixaram
mais do que intrigado.

Estava excitado.

Deslizando os dedos pela fenda estreita na
vene­ziana, alargou-a para observar o refúgio da moça. Pa­rada diante da porta, o
tamanho reduzido da saia per­mitiu-lhe um vislumbre da coxa branca. Hesitando,
virou-se e olhou na direção dele. Não sorriu. Não em­burrou. Mas olhou.