Fanfic: Só com o olhar (Terminada)

gente tou super feliz com os comentários.

dedicados as minhas leitoras.

Gentilmente, Anahí
afastou a mão dele.

- Não terá de esperar muito. - Tirou a calcinha do telescópio e enfiou-a no bolso do avental. Com uma espiada rápida no relógio,
esquivou-se do abra­ço de Poncho e voltou-se para a porta. - Uma hora.

- Já vai?

Anahí fez um
beicinho, mordendo o lábio simulta­neamente. Lá estava. Bem nos olhos. O
segredo.

- Não quer que eu deixe queimar a sobremesa agora, quer? - indagou ela.

- Você não é a sobremesa? - perguntou ele.

- Estou falando daquela de chocolate assando no meu
forno. Venha mais cedo e deixarei que prove o glacê do recheio antes de gelar o
bolo.

- Posso enumerar várias coisas que preferia pro­var
muito mais do que uma droga de glacê.

- Disse que o glacê seria a única coisa que vai
provar?

Isso posto,
saiu. Poncho não acompanhou Anahí, es­perando até ouvir a porta
da frente abrir e fechar an­tes de desabar na cama, a mente uma confusão de
desejos desconexos. Queria apanhar Christian. Queria voltar ao serviço ativo. Todavia,
queria Anahí mais...

Mas agora que Anahí
esteve ali, agora que deixara a impressão sensual no
seu espaço pessoal, Poncho gas­tou os poucos minutos seguintes imaginando-a no
fulgor da nudez, completamente nua.

Poncho sacudiu
a cabeça, especulando se o que Anahí não lhe contava era
algo para preocupar-se. Ele não conseguia imaginar uma única coisa que ela pu­desse
contar-lhe, que viesse a alterar ou arruinar a in­tensa ligação que sentia por
ela.

Uma ligação que merecia sua atenção, absoluta, sem distrações do dever para com
o trabalho ou ne­cessidade pessoal de resolver todos os casos em tem­po
recorde, com a aclamação do comandante. Quem sabe depois que a investigação
sobre Christian termi­nasse, conseguiria tirar férias e levar Anahí para al­gum
lugar. Sem segredos, nem mentiras.

Poncho xingou
em voz alta, pensando em que diabos se metera. E a pior parte era que não enxergava qual­quer possibilidade da situação mudar.

Anahí remexeu o
molho fervente no fogão, enxu­gando o suor da testa com um gesto impaciente.
Não conseguia acreditar que saiu da casa de Poncho daquele jeito. Queria tanto
fazer amor com ele, enterrar os se­gredos e mentiras em um denso refúgio de
lascívia e desejo!

Agora que
conheceu Poncho, um homem que contor­nava a verdade com grande relutância, aprendeu ou­tra lição. Segredos e mentiras, para um amante em
particular, eram provavelmente sensatos quando o desejo era a única emoção
envolvida. Protegia o co­ração e mantinha o placar do jogo equilibrado.

Porém Anahí não estava equipada para esse jogo. Importava-se com Poncho.
Ela o admirava e respeitava.

Poncho mentiu,
mas quando confrontado, foi since­ro. Anahí pensou que pudesse esperar um pouco
mais até fazer o mesmo, mas o toque, o beijo, convence­ram-na
do contrário. Antes que fizessem amor novamente, tinha de contar sobre o
equipamento no quarto dela. Não tinha que revelar para quem trabalhava, ou a
natureza total da investigação, mas precisava ao menos lhe dar a escolha de
perdoar a invasão ao seu espaço privado, acidental ou não. Mas como contar a um
homem que você o tem observado secretamente?

Uma ideia
pipocou na mente de Anahí e, antes que lograsse refutar a astúcia maliciosa, sacou um bloco de notas da gaveta da cozinha e começou a
escrever. Como contar isso a um homem?

Simples. Animando-o
totalmente primeiro.