Fanfic: Só com o olhar (Terminada)

Jake sacou do
bolso um envelope pardo dobrado.

- Deixou o controle do portão da garagem dentro
disso. Há um número de telefone no verso. Já tentei ligar, mas é um telefone
público de uma loja de con­veniências do outro lado da cidade. Vou checar de­pois
de ir à biblioteca, mas penso que é em vão. Tal­vez um telefone que usasse para
contatar o cúmplice. Mas guarde isso. Tenho o número e o endereço.

- Então, o que fazemos agora? - perguntou ela. Poncho
tomou-lhe a mão e beijou os nós dos dedos.

- Poderia usar aquele computador para fazer uma
reserva no próximo vôo para Nova Orleans?

Anahí deu-lhe
um tapa de brincadeira.

- Provavelmente, nunca iremos achá-lo.

- Vamos lá, Anahí. Chávez quer que o encontremos.
Além disso, você ainda não me viu em ação.

Poncho a incluíra na etapa seguinte da investigação, presumindo que ela trabalharia de
boa vontade, como se fossem parceiros desde o princípio.

Permaneceram no
aeroporto de Nova Orleans tem­po suficiente para Anahí tentar o número de telefone, que Chávez anotara no envelope, usando um código de
área de Nova Orleans. Acertaram em cheio; foram-lhes fornecidas as coordenadas
da loja na rua Poy-dras. Chávez obviamente ficou tempo bastante em Nova Orleans
para garantir a falsificação de identidade, porque nenhum dos agentes da firma
reconheceu o nome dele. Entretanto, reconheceram o retrato que Poncho trouxe e,
ao mostrar o distintivo, ajudaram-no e a sua "parceira" a descobrir
que Chávez reservara uma passagem em um cruzeiro que sairia às nove horas da
noite e chegaria no México, depois de amanhã.

- Devemos ir nesse cruzeiro - sugeriu Anahí. A
mulher sacudiu a cabeça.

- Já reservamos a última cabine. Anotou o número da
cabine para eles.

- Podíamos dar uma volta pelo porto. Talvez ba­lançar
o seu distintivo para o comissário de bordo e ver se nos deixam embarcar.

Sorrindo, Poncho
chamou um táxi.

- Seria um abuso de autoridade, não? Um ingé­nuo
agente de viagens é uma coisa, mas e se um co­missário de bordo não tão
simpático concluir que um tira da Flórida não tem nada que revistar navios de
cruzeiro em Nova Orleans?

- Ah, é. Desculpe. Trabalhar dentro dos limites da
lei ainda me soa novo.

- Você vai se acostumar. Aeroporto, por favor -
instruiu o motorista, ao entrarem no táxi.

- E se Chávez nem mesmo embarcar no navio? E se
estiver só ganhando tempo para escapar seguro?

Poncho a abraçou e Anahí não protestou.

- Se Chávez não aparecer, teremos uns dois dias
numa praia do México para relaxar nossos egos exau­ridos - garantiu Poncho. -
Porém, sei que Chávez não vai desaparecer, sem explicar seu ardil. Poderia ape­nas
se escafeder com muita facilidade, mas Chávez é um jogador. E ele não gosta de
perder.

Anahí
compreendeu essa linha de raciocínio

Decidiram pegar
um vôo até Miami, aterrissar em Cancun e chegar a
Cozumel, no México, a ilha onde esperavam encontrar Christian. Contudo, antes Poncho
ligou para a tenente para requisitar férias oficiais. Uma vez que a atual
missão não era oficial, e passível de ser cancelada. Mendez aprovou o
requerimento, exigindo apenas que ele voltasse imediatamente ao serviço ativo
quando regressasse.

Poncho sabia
que Mendez ficara curiosa quanto ao porquê de estar
viajando tão apressado e se o caso

Chavez tinha
algo a ver com a sua partida, mas a mu­lher era uma detetive veterana, com mais
horas no currículo do que o chefe atual, nomeado politicamen­te.
Ela sabia quando confiar nos seus homens.

Se ele e Anahí
obtivessem sucesso, ela teria um caso N\toàos.o para
àra-Wve margem àe Merança so­bre o irmão; e ele teria, talvez, uma última
missão si-gilosa para encerrar a carreira.

Uma vez no
hoteJ em Cozumel, Anahí refrescava-se e Poncho no bar averiguava a
escala do cruzeiro. A Princesa das Estrelas ancorou no porto logo pela
manhã. Ele e Anahí tinham a noite só para si, talvez a última. E embora houvessem feito amor na noite an­terior no quarto de
hotel em Miami, Poncho sentiu um abismo alargando-se entre eles.

Colocaria um
basta nisso. Acenou para o garçom.

- Si, senor! O que posso servir-lhe?
Precisava bolar algo especial. Resolveu tentar o

método tradicional.

- Uma garrafa de champanhe, por favor.

- Nosso serviço de quarto pode entregar no apar­tamento
- sugeriu o garçom.

- Não, obrigado. Mas enquanto você a coloca para
gelar, poderia me indicar uma loja de suvenires?

Primeiro,
chegaram as flores - um buque des­lumbrante de lírios. Um minuto
depois, trouxeram-lhe um vestido ao estilo dos sarongues caribenhos e um
envelope contendo um convite manuscrito de Poncho.

Já lhe contei da minha fantasia sobre encalhar em uma ilha deserta? Sabe,
há essa bela garota nativa,usando um vestido da cor do crepúsculo...

A mensagem
terminava aí, porém Anahí podia preencher as lacunas descendo
e encontrando Poncho. Fechou os olhos e, com dificuldade, tentou inventar um
motivo para recusar. "Tarde demais, Portilla", disse a si mesma
enquanto puxava um lírio do buque para ajeitá-lo atrás da orelha.

comentem já estamos quase no final.

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