Fanfic: Só com o olhar (Terminada)

Anahí observava
enquanto um operário de macacão lamacento pregava uma placa de
"Aluga-se" na casa que sempre julgou ser de Poncho.

Era uma tola e
tanto. Deixou Poncho partir, tudo em nome do sonho que sabia que não se tornaria realida­de. E embora os atos indicassem que escolhera a
car­reira em detrimento do homem maravilhoso, que Poncho provara ser, a verdade
é que Anahí correra por estar apavorada. Não esperava apaixonar-se tão rápi­do.
Não foi capaz de superar o medo e agarrar a opor­tunidade de acalentar o
coração.

Tinha um novo
cargo e liberdade para negociar com quem bem entendesse, mas não tinha Poncho. A seguradora abdicou de procurar Christian e de contra­tar
o Grupo Portilla. Anahí aceitou da First Mutual uma oferta para treinar os
investigadores e desenvol­ver um programa que poderia beneficiar a companhia
bem como ser oferecido às seguradoras do país.

Encontrou algo
para chamar de seu, e Poncho foi a inspiração. Só desejava
saber onde estava para ao menos lhe agradecer. Queria dizer que o amava.

- Tem certeza de que esse negócio de seguradora é o
que deseja? - perguntou Dulce, enfiando a última fita de vídeo de Anahí em uma
caixa. - Me parece que você desistiu fácil do Grupo Portilla. Mick de­morará a se aposentar. Pode
ser que mude de ideia.

Anahí observou
um homem remover a placa de "Vende-se" afixada na casa de Chávez.
Alguns dias an­tes Donna passou por lá, com uma
carta na qual Christian transferia para ela a propriedade da casa. Magoa­da
pela traição dele, pôs o local à venda.

- Mick não vai mudar de ideia. Posso não chegar a
comandar a empresa, mas ao menos posso coman­dar esse novo segmento. Patrick e
tio Mick me pro­meteram carta branca. E estarei lá fora, trabalhando com
investigadores, talvez capturando alguns frau-dadores antes de lesarem a
companhia em milhões de dólares. É quase como ser policial.

- Exceto que não terá o prazer de esbarrar com o
detetive Poncho Herrera na sala do departamento.

- Não. Isso eu não vou íer.

- Não teve notícias dele, teve? - indagou Dulce. Anahí
balançou a cabeça. Deixara três mensagens com Jake, o parceiro de Poncho, todas sem resposta,
è esta manhã decidiu que já era o bastante. Se Poncho
quisesse falar com ela, poderia achá-la facilmente. Anahí não podia dar-se ao
mesmo luxo.

Quando
regressou ao hotel em Cozumel, Poncho ha­via partido. Não o encontrou no aeroporto e ainda precisou ficar um dia a mais,
sozinha, depois que o último vôo foi cancelado. Passou o tempo pensando. Talvez
ver Poncho quando e onde o trabalho dele per­mitisse parecia infinitamente
melhor do que não vê-lo nunca mais.

Quando retornou
à Tampa, Poncho havia se mudado sem deixar nenhum
outro endereço. Quase uma semana se passara desde então, sem nenhuma
notícia dele, assim, calculou que era hora de voltar ao velho apartamento e
tentar reinventar a vida por si própria.

- Ei, o que é isso?

Dulce ergueu um
estojo de fita de vídeo. Anahí exa­minou o cartucho preto sem
identificação.

- Não sei. Onde achou?

- Na mesa. Devia estar debaixo da caixa. Anahí
correu para colocar a fita no vídeo, mas o aparelho fora guardado na noite passada.

- Vou ver lá em cima.

- Christopher não removeu o equipamento ainda?

- Retiraram todo o equipamento das casas de Poncho
e Chávez, mas tinham um trabalho para fazer, e eu lhes disse que faria a
mudança sozinha.

- Christopher vai deixar que toque nos brinquedos
dele?

- Bem, já que assino alguns dos cheques que compram
esses, ele não teve escolha. Olhe, Dulce, você ficou aqui o dia todo. Pode ir.

- Tem certeza? Tem muito o que fazer.

- Eu sei. Só queria...

Sim, amava ter
alguém como Dulce, mas amava Poncho ainda mais.

Quando Dulce
saiu, o celular tocou, sem identificar a chamada.

- Alô?

- Não gosta mais de espionar?