Fanfics Brasil - CAPÍTULO DOIS Anjo Sedutor (Terminada)

Fanfic: Anjo Sedutor (Terminada)


Capítulo: CAPÍTULO DOIS




 




- O quê? A simples palavra soou tão vazia quanto era a
expressão de Alfonso, enquanto tentava encontrar espaço para suas pernas fortes
e compridas na cabine apertada da velha caminhonete. Era algo quase impossível,
uma vez que o banco estava ajustado para a estatura de Anahí, que embora de
estatura média era bem menor do que ele.


- Precisa colocar o cinto de segurança. - Aquele era o
único acessório novo da caminhonete, o qual ela fizera questão absoluta de
trocar por causa das crianças.


Alfonso recostou-se na porta da cabine, ignorando o
aviso. Devia estar com muita dor, notou Anahí. Ele emitia pequenos sons
contidos de agonia a cada vez que respirava; a perna esquerda o incomodava
bastante; fora angustiante vê-lo mancar até o veículo.


Apesar da dor, Herrera se encontrava num estado de
preocupante letargia. Fizera apenas um débil protesto quando Eli lhe explicara
que iria para a fazenda. No momento, Anahí pensara que ele simplesmente não se
importara em acompanhá-la. Mas agora começava a suspeitar de que havia uma
razão oculta por trás da aparente indiferença. Ele devia estar doente; seu
olhar vidrado, o rubor no rosto evidenciavam uma forte febre.


Lançando-lhe um olhar solidário, Anahí inclinou-se para
ajudá-lo a colocar o cinto de segurança. O movimento fez com que seu rosto lhe
tocasse o peito largo. Sob sua face, ela


sentiu-lhe os músculos do tórax enrijecendo no momento em
que seu seio pressionou-se ligeiramente à coxa dele, antes que conseguisse
encontrar a fivela do cinto no banco. Fingindo não lhe notar a respiração em
suspenso, Anahí endireitou-se, prendendo-lhe o cinto e depois se ajeitou detrás
do volante, afivelando também o seu.


- Pronto - disse, satisfeita em perceber que apenas um
ligeiro tremor em sua voz traía o quanto achava perturbador estar tão perto de Herrera.
Deu a partida. - Podemos ir.


Sentia os olhos verdes fixos nela, mas tratou de
ignorá-los. O silêncio prevaleceu enquanto deixavam o estacionamento, atrás da
prefeitura. Só depois de terem cruzado Mission e alcançado a rodovia, Herrera
falou algo:


- Está cometendo um grande erro, doçura. Desconcertada, Anahí
descobriu que o comentário quase espelhava sua própria opinião. Mas a intuição
a alertava de que seria desastroso deixá-lo pensar que podia intimidá-la.
Assim, apenas dirigiu-lhe um olhar frio.


- Não sou sua doçura - retrucou, a voz séria. - E duvido
que um homem que foi jogado bêbado na cadeia, após ter promovido uma enorme
baderna, esteja apto a dar conselhos aos outros.


O semblante de Alfonso endureceu, mas antes que pudesse
dar uma resposta, a caminhonete chegou a um trecho irregular da rodovia,
sacolejando um pouco. Ele levou as mãos às costelas, cerrou os dentes e
encolheu-se no assento sem conseguir reprimir um gemido.


Automaticamente, Anahí estendeu o braço para ampará-lo.


- Desculpe. - disse, com suavidade.


- Apenas dirija - Herrera esquivou-se, afastando-lhe a
mão. Recostou a cabeça no vidro da janela e acrescentou, antes de fechar os
olhos: - Estou bem.


Mas não era verdade, e Anahí sabia. Ao menos era um
imenso alívio não sentir mais a intensidade daqueles olhos verdes a
perscrutá-la. Notou parte da própria tensão se esvaindo e concentrou-se em seus
pensamentos.


Por que, afinal, estava tomando aquela atitude impulsiva?


Tinha todas as razões do mundo para odiar esse homem.


Aliás, chegara a odiá-lo, lembrou-se. Em seguida à morte
de Daniel, odiara a todos, o DEA, a polícia de Seattle, mas. especialmente, Alfonso
Herrera. Assim como sua gravidez fora progredindo, também o fora a amargura,
con"sumindo-a nos meses que sucederam o funeral do marido; até o dia em que
ouvira um breve trecho de uma conversa entre seus cunhados.


Fora várias semanas antes do julgamento do agente
federal. Grávida de oito meses, Anahí estivera sentada junto a uma janela da
biblioteca da mansão dos Portilla, quando Martin e John passaram em direção ao
escritório ao lado.


Absortos na conversa, não a notaram ali sentada.


- Pode dizer o que quiser... - declarava Martin, no tom de
quem repetia um opinião já formada - ... mas foi péssimo o fato de Anahí estar
grávida. Se não estivesse, teria ido logo atender a porta, como devia, quando o
polícial bateu, e Danny estaria vivo hoje. Claro que sempre achei que nosso
irmão não deveria ter se casado com ela, mas entre jogar a culpa oficial
naquele maldito tira que o matou e na nossa cunhada, é óbvio que... - A quieta
batida de uma sólida porta de mogno, enquanto os dois se fechavam no
escritório, cortou o restante da frase do primogénito dos Portilla.


Anahí ficara chocada. Nunca fora segredo que a família de
Daniel não a aprovava, mas...


Será que Martin estaria certo? Fora culpa dela? Uma onda
de angústia a invadira, sua mente tomada por um turbilhão de idéias.


Se não tivesse se casado com Daniel, não teriam se mudado
para aquele apartamento fatídico, não haveria o quarto de Michael com
brinquedos espalhados e ele não teria estado lá para arrumá-los. Se ao menos
ela não tivesse engravidado outra vez, teria ido atender aquela porta
imediatamente e evitado a invasão e o disparo do polícial, e Daniel não teria
morrido... E se...


Naquele momento sentira o bebé mexendo em seu ventre, uma
poderosa lembrança da vida que carregava derrtro de si; seus pensamentos
confusos de repente se ordenaram.


Não iria... nem podia... lamentar o precioso bebé que gerara
com Daniel. Tampouco lamentaria seu adorado Michael, que fora a paixão do pai,
nem, se arrependeria de seu casamento, que lhe trouxera cinco anos de
felicidade.


Ainda assim, o ciclo de culpa era implacável, compreendera
subitamente. Uma vez iniciado, prosseguia, ganhava força. Ela culpava Herrera,
Martin a culpava... Daniel teria abominado tudo aquilo.


Tal pensamento fizera com que Anahí começasse a se
reencontrar. Os últimos meses de luto e profunda dor não tinham lhe permitido
avaliar a situação sob esse aspecto. Com toda a certeza, Daniel, o homem mais
bondoso e gentil que já conhecera, jamais iria querer que ela odiasse alguém.


O incidente da biblioteca dera uma completa guinada em
sua vida. Fizera com que parasse para refletir a respeito do que era realmente
importante, sobre o que queria para si mesma e seus filhos. Marcara o início de
seus esforços para superar a dor, o ressentimento, a raiva.


Seguiram-se obstáculos difíceis, tais como sua decisão de
ficar contra a vontade da família de Daniel e testemunhar a favor de Herrera. E
existiram dúvidas, sobre a sensatez de voltar para a sua cidadezinha natal de
Míssion, sobre se conseguiria ou não fazer dar certo, numa época em que tantas
fazendas andavam falindo.


Mas ela seguira em frente, empenhando-se para tocar a
vida adiante e, ao longo do caminho, encontrara, se não completa felicidade, ao
menos o retorno de sua fé e um grande contentamento. Enquanto que Herrera...




ja sabem, mais comentários:


mais capitulos.


besos


 



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): annytha

Este autor(a) escreve mais 30 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

dedicado a minhas fieis leitoras, continuem comentando.   Ele parecia não ter nada; seu olhar sofrido dera-lhe a impressão de alguém que chegara ao fundo do poço. Olhando-o de relance, viu que continuava na mesma posição no assento; devia ter cochilado. Estavam se aproximando da estrada de terra, de cerca de três ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 90



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • jl Postado em 22/11/2010 - 10:59:06

    Own, acabei de ler
    Historia linda e reveladora
    Parabens
    Obrigado por postar *-*

  • jl Postado em 22/11/2010 - 10:58:58

    Own, acabei de ler
    Historia linda e reveladora
    Parabens
    Obrigado por postar *-*

  • jl Postado em 22/11/2010 - 10:58:54

    Own, acabei de ler
    Historia linda e reveladora
    Parabens
    Obrigado por postar *-*

  • jl Postado em 22/11/2010 - 10:58:49

    Own, acabei de ler
    Historia linda e reveladora
    Parabens
    Obrigado por postar *-*

  • kikaherrera Postado em 29/03/2010 - 21:42:25

    Lindo o final o Poncho foi perfeito em tudo o que disse.
    Amei saber que vc vai postar uma nova web.

  • kikaherrera Postado em 26/03/2010 - 00:41:49

    Ainda bem que o Poncho caiu na real.
    Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

  • rss Postado em 25/03/2010 - 16:43:08

    posta logo

  • rss Postado em 25/03/2010 - 16:43:08

    posta logo

  • rss Postado em 25/03/2010 - 16:43:07

    posta logo

  • rss Postado em 25/03/2010 - 16:43:07

    posta logo


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais


Ad Blocker foi detectado!

Nós utlizamos anúncios para manter nosso site online

Você poderia colocar nosso site na lista de permissões do seu bloqueador de anúncios, obrigado!

Continuar