Fanfics Brasil - CAPÍTULO TRÊS Anjo Sedutor (Terminada)

Fanfic: Anjo Sedutor (Terminada)


Capítulo: CAPÍTULO TRÊS

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Michael e sua mãe estavam sentados nos degraus da varanda
dos fundos, soprando bolhas de sabão.


Era o crepúsculo, um dos horários favoritos de Anahí,
quando o mundo parecia ficar quase imóvel, em plena serenidade por um
pouquinho. Na distância, um pássaro cantava suavemente, despedindo-se do sol,
que se punha, deixando seu brilhante rastro róseo-alaranjado no céu.


- Mamãe?


- O que é, querido?


- O sr. Herrera tem que ficar aqui?


- Sim. - Ela soprou através do orifício na ponta da
varinha de plástico em sua mão e, pensativa, observou a etérea sequência de
bolhas de sabão, que se afastavam flutuando. - Por uns tempos.


-; Por quê? Prefiro quando somos só nós.


Anahí considerou sua própria resposta.


"Porque Herrera parece disposto a mergulhar de cabeça num
precipício sem fim, a menos que alguém interfira?"


"Porque sinto esta estranha ligação com ele?"


"Ou porque seu pai tinha razão quando dizia que eu tinha
um coração derretido para causas perdidas?" ^


Herrera, sem dúvida, enquadrava-se nessa categoria. E,
depois dos últimos dias, era uma conclusão não apenas baseada em simples conjetura...
ou na briga no bar do Morgan, no


poema de Lorde Byron ou naquele espantoso olhar que
haviam trocado na delegacia.


Havia também a ferida a faca em sua perna, a qual,
segundo o dr. Baker, talvez o tivesse matado se não fosse tratada por muito
mais tempo. E ao despi-lo, encontrara diversos sinais de hematomas, antigos e
recentes, e uma variedade de cicatrizes de, sabia-se, lá quantas outras brigas...
Também notara como ele tentara ocultar o tremor em uma de suas mãos, cerrando o
punho. Tinha certeza de que era uma reação causada pelo fato de estar há alguns
dias sem uma bebida.


Sem mencionar os pesadelos... Anahí ainda não havia se
recuperado do horror que a dominara quando percebera que era por causa do tiro
em Daniel que Herrera chorara em seu sonho.


- Porque preciso de outro adulto para me ajudar enquanto
Eli está viajando - respondeu, enfim, ao filho.


- Por que Carson não pode ajudar?


- Já está ajudando. - Pelo segundo verão consecutivo, o
neto mais novo do delegado vinha tomar conta das crianças. Morava na fazenda
vizinha e era um menino tranquilo, do tipo que adorava os livros; numa casa de
verdadeiros atletas mirins, aquele era o arranjo perfeito para todos. - Carson
vai ficar cuidando de você e Emily, como tem feito até agora. - O sr. Herrera
irá para os campos comigo, para ajudar na colheita.


- Bem, então, acho que está tudo bem - concordou Michael,
relutante. - Se Carson vai continuar vindo aqui.


Anahí conhecia o filho e notou a incerteza em sua voz.


- Qual é o problema, meu anjo - perguntou, com gentileza.


Houve uma prolongada pausa, até que o menino quis saber:


- O sr. Herrera vai dormir na sua cama de agora em
diante, mamãe?


Ela ficou atónita, até que, de repente, deu-se conta de
que a pergunta era perfeitamente razoável.


- Sabe, eu não havia pensando nisso - explicou, sincera
-, mas acho que sim, já que a minha é a única cama de casal que temos. Eu não
saberia mais onde poderíamos colocá-lo.


- Oh, ele é bem grandão... - comentou Michael, ocupan-do-se
em soprar mais uma remessa de bolhas de sabão.


As palavras inocentes formaram uma imagem na mente de Anahí:
Herrera estendido em sua cama, alto, ombros largos, e bronzeado... Supunha que
tal imagem teria sido sensual se não fosse pelo ar torturado e pela expressão
fechada que sempre associava aquele homem.


- É, sim.


- Não vai ter que dormir lá com ele, não é, mamãe? Quero dizer,
o sr. Herrera tem um ar meio assustador.


- Oh, querido, claro que não - assegurou ela, entendendo
que, enfim, haviam chegado ao centro da preocupação de seu filho. O que era compreensível,
considerando que ela passara as últimas noites dormindo na cadeira de balanço,
próxima a cabeceira da cama de seu hóspede.


Devia ter conversado com o menino antes, percebeu. Ao
contrário de Emily, sempre radiante e direta, Michael era sensível e mais
reservado. Sentando-o em seu colo, deu-lhe um abraço carinhoso e começou: i


- Sei que os últimos poucos dias tem sido confusos, mas
agora que o sr. Herrera está se sentindo melhor, as coisas vão voltar ao
normal. Eu prometo.


- Está bem.


- A propósito, por que você o acha assustador?


- Não sei... Acho que é porque ele é tão... grande. E está
sempre de cara fechada... e tem todos aqueles machucados.


- Não acho que ele tenha a intenção de assustar você.
Apenas não anda se sentindo bem.


- Porque esteve numa briga?


- Sim. Mas eu acho que também se sente mal... por dentro.


Está triste e com raiva de si mesmo.


- Por quê? Anahí hesitou, refletindo sobre o quanto podia
explicar
sem confundir ou magoar seu filho. Com menos- de três
anos
na época da morte do pai, Michael mal se lembrava de
Daniel,


mas estava a par do que acontecera.


- Você se lembra do que lhe contei sobre o papai? Sobre
como morreu?


- Quer dizer, como aqueles políciais fizeram confusão e
pensaram que o papai era o homem mau?


- Sim, querido. - Ela surpreendeu-se em soar tão calma,
quando, na verdade, se sentia como se, de repente, estivesse caminhando sobre
um campo minado. - O sr. Herrera era um daqueles polícias. E é por isso que se
sente tão mal.


- Porque papai morreu?


Os músculos tensos de Anahí relaxaram diante do tom
casual na voz do menino. Uma onda de alívio acalmou-a ao perceber que seu filho
não parecia nem um pouco perturbado, apenas intrigado, enquanto tentava
compreender. Embora fosse triste saber que Daniel agora existia para Michael
mais como uma foto num álbum do que como uma pessoa real, era extremamente
reconfortante o fato do menino não ter ficado traumatizado com a morte do pai.


- Sim.


- Mas pensei que foi um aci... aci...


- Acidente?


Ele assentiu, e a mãe concluiu que não era o momento de
confundir as coisas tentando explicar a diferença entre um acidente e um erro,
que seria uma daquelas coisas que viriam com a idade.


 


 


 



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Autor(a): annytha

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  - Sim - confirmou, categórica. - Mas, às vezes, não importa se uma coisa ruim acontece por acidente ou de propósito. Ainda assim, a gente se sente muito mal... triste e com raiva por não ter feito nada para evitar. -: Como quando Carson atropelou aquele gatinho, sem querer, com a bicicleta e, depois, chorou e disse um pala ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 90



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  • jl Postado em 22/11/2010 - 10:59:06

    Own, acabei de ler
    Historia linda e reveladora
    Parabens
    Obrigado por postar *-*

  • jl Postado em 22/11/2010 - 10:58:58

    Own, acabei de ler
    Historia linda e reveladora
    Parabens
    Obrigado por postar *-*

  • jl Postado em 22/11/2010 - 10:58:54

    Own, acabei de ler
    Historia linda e reveladora
    Parabens
    Obrigado por postar *-*

  • jl Postado em 22/11/2010 - 10:58:49

    Own, acabei de ler
    Historia linda e reveladora
    Parabens
    Obrigado por postar *-*

  • kikaherrera Postado em 29/03/2010 - 21:42:25

    Lindo o final o Poncho foi perfeito em tudo o que disse.
    Amei saber que vc vai postar uma nova web.

  • kikaherrera Postado em 26/03/2010 - 00:41:49

    Ainda bem que o Poncho caiu na real.
    Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

  • rss Postado em 25/03/2010 - 16:43:08

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