Fanfic: Anjo Sedutor (Terminada)
Anahí sabia que podia contratar advogados e lutar pelo
direito a herança do marido, entretanto, não estava disposta a desperdiçar os
preciosos anos da infância de Emily e Michael envolvida em disputas sórdidas,
mesquinhas, em forma de intermináveis manobras jurídicas. Futuramente, o
dinheiro de Daniel acabaria vindo para os filhos, herdeiros legítimos, e saber
disso era o suficiente para ela.
Pelo que pudera observar em Herrera e em alguns trechos
de seus pesadelos, sabia que já carregava culpa demais pelo que acontecera no
passado. Não havia por que contar-lhe sobre a escolha imposta por Martin e
correr o risco de fazê-lo sentir-se ainda mais culpado. Ela própria não lhe
atribuía nenhuma culpa, mas ficara evidente que o ponto de vista de ambos não era
o mesmo.
Perguntando-se como sua vida ficara tão complicada de uma
hora para a outra, Anahí destrancou a porta e saiu para a varanda coberta dos
fundos.
Pensativa, observou por alguns momentos o dia que acabara
de nascer, radiante, com promessa de muito calor. Depois, como fazia todas as
manhãs, chamou os cães. Os dois vieram correndo do celeiro, contornando a casa
em direção aos fundos. O maior era um vira-lata magricela, que encontrara certa
vez, tremendo e faminto, numa vala. O outro, pequeno, peludo e de raça
indefinida, fora um presente de uma vizinha para as crianças. Os animais
saudaram-na com os costumeiros saltos matinais e agitaram as caudas sem parar,
contentes, enquanto lhes servia a ração, tirada de uma pequena arca, na
varanda. Quando se virou para entrar, ela deteve-se abruptamente ao deparar com
Alfonso, encostado no batente da porta.
- Não são o que se pode chamar de cães de guarda, certo?
- comentou, fazendo um gesto na direção dos animais, que, sem dar a menor
atenção ao som de sua voz, comiam como se aquela fosse sua primeira refeição em
semanas
- Não. São apenas bichos de estimação. Ao maior demos o
nome de Speed e o pequeno chama-se Floppy.
Seguiu-se um silêncio prolongado e um tanto
constrangedor.
Alfonso bebericava seu café, fitando-a com intensos olhos
verdes. Enfim, perguntou:
- Bem, o que acontece agora?
- Vou colocar uma porção de roupa na máquina de lavar.
Depois, tenho várias tarefas para cuidar e...
- Que tipo de tarefas?
- Nada com que você precise se preocupar...
- Apenas me diga - insistiu ele.
-- Primeiro, há os animais para alimentar...
- Quais?
Anahí reprimiu um suspiro e disse a si mesma que, na
certa, Herrera não conseguia evitar o estilo de interrogatório, uma vez que já
fora um investigador.
- Vários gatos, um cavalo, o coelho de Michael e as
galinhas. Em seguida, tenho que recolher os ovos, verificar minha horta e o
jardim e regá-los. Depois disso, a roupa na máquina já estará pronta para o
varal. E então, tomaremos o café da manhã completo. Até lá Carson já terá
chegado e...
- Quem é Carson?
- E filho de uma vizinha. Ele toma conta das crianças
para mim.
- Entendo. - Alfonso a observou, seu semblante
inexpressivo, enquanto lhe notava a miniblusa vermelha, a camisa estampada
aberta, que colocara por cima, o velho jeans e os pequenos pés, calçados apenas
com meias. - Bem, por que não coloca os sapatos, sra. Portilla, e vamos ao
trabalho?
Os machucados no rosto dele não afetavam em nada a beleza
de seus traços. Parecia ainda mais alto e másculo em seus jeans justo e
camiseta azul-marinho; o tom escuro da roupa destacando seus cabelos loiros,
ainda úmidos do banho. Embora seu olhar parecesse frio como o jade bruto, Anahí
não conseguia evitar a ponta de excitação que a atingia diante daquela
avaliação demorada.
Abalada com a própria reação, passou direto pela porta da
cozinha, aproximando-se da pia, onde colocou sua caneca de café.
"Caia em si, Anahí Puente! Se a vida fosse um jogo, você e
Herrera não apenas estariam em times opostos... estariam em esportes diferentes."
Por alguma razão, o pensamento não servira em nada para
conformá-la.
Sentindo-se confusa como nunca por dentro, voltou à
varanda, calçou suas botas e luvas e disse rapidamente:
- Você vem, Herrera? - Sem esperar por uma resposta,
colocou um boné de beisebol na cabeça, para se proteger do sol, e desceu os
degraus da varanda, ordenando aos cães que ficassem.
Já estava a meio caminho do celeiro quando se deu conta
de que havia esquecido por completo de colocar as roupas na máquina de lavar.
Autor(a): annytha
Este autor(a) escreve mais 30 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Embora trabalhando lado a lado com Anahí nos dias que se seguiram, Alfonso tomou a precaução de manter certa distância. A princípio foi fácil; estava simplesmente cansado demais para se preocupar com qualquer coisa. Tudo o que conseguia era sair se arrastando da cama de manhã, fazer o que fosse preciso durante o dia ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 90
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
jl Postado em 22/11/2010 - 10:59:06
Own, acabei de ler
Historia linda e reveladora
Parabens
Obrigado por postar *-* -
jl Postado em 22/11/2010 - 10:58:58
Own, acabei de ler
Historia linda e reveladora
Parabens
Obrigado por postar *-* -
jl Postado em 22/11/2010 - 10:58:54
Own, acabei de ler
Historia linda e reveladora
Parabens
Obrigado por postar *-* -
jl Postado em 22/11/2010 - 10:58:49
Own, acabei de ler
Historia linda e reveladora
Parabens
Obrigado por postar *-* -
kikaherrera Postado em 29/03/2010 - 21:42:25
Lindo o final o Poncho foi perfeito em tudo o que disse.
Amei saber que vc vai postar uma nova web. -
kikaherrera Postado em 26/03/2010 - 00:41:49
Ainda bem que o Poncho caiu na real.
Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa -
rss Postado em 25/03/2010 - 16:43:08
posta logo
-
rss Postado em 25/03/2010 - 16:43:08
posta logo
-
rss Postado em 25/03/2010 - 16:43:07
posta logo
-
rss Postado em 25/03/2010 - 16:43:07
posta logo