Fanfics Brasil - Anjo Sedutor (Terminada)

Fanfic: Anjo Sedutor (Terminada)


Capítulo: 22? Capítulo

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Alfonso não gostou disso; nem um pouco. Não precisava da
compaixão alheia... em especial da dela.


- Se foi criada na cidade, como acabou virando
fazendeira? - indagou, determinado a readquirir o controle da conversa, bem
como de suas inquietantes emoções.


Anahí guardou o martelo no cinto de ferramentas e
ins-pecionou o conserto na cerca, para se certificar de que o arame ficara bem
firme. Satisfeita com o resultado, começou a se afastar em direção à
caminhonete.


- Antigamente meus tios tinham uma fazenda. Era a leste
daqui, perto de Milton-Freewater. A plantação principal era de trigo, mas
também cultivavam um pouco de feno. Eu costumava passar as férias de verão lá e
ajudava na colheita. - Anahí foi tirando o cinto de ferramentas, enquanto
caminhavam, e Alfonso pegou-o de suas mãos, colocando-o na traseira da
caminhonete. Depois, os dois ocuparam o interior abafado da cabine. - Sempre gostei
de fazendas. É um trabalho pesado, mas há uma espécie de ritmo nos dias que
ajuda a manter o mundo em perspectiva.


Estranhamente, ele entendia a fundo o que o comentário
significava. A terra era bonita por si mesma, porém mais do que isso, lá estava
a surpreendente descoberta de que ele gostava de fato daquele tipo de trabalho.
Havia um sólido senso de satisfação ao olhar para um equipamento que se
consertava, ou para um campo onde se havia trabalhado, e ver os resultados no
fim do dia. Ao contrário de seu emprego no DEA, que na maior parte do tempo o
fizera sentir-se com raiva, frustrado e desiludido, o pouco de trabalho de
fazenda que já pudera experimentar até o momento lhe proporcionava um incrível
senso de realização. Como os músculos doloridos e as mãos sensíveis atestavam,
podia não ser muito bom naquilo, mas não havia como negar que estava gostando.


- Depois que Daniel morreu - prosseguiu Anahí, já com a
caminhonete em movimento -, eu precisava de uma mudança. Vim para casa por uns
tempos. Este lugar estava a venda e... - Fez
uma pausa, dando de ombros. - E o comprei. Nunca me arrependi da decisão. É
algo que me faz sentir...realizada.


Alfonso olhou para o reluzente curso de água do canal de
irrigação que ladeava a estrada, e tentou descobrir o que o perturbava mais. A
referência casual feita ao marido?


Ou o fato de que aquele era mais um momento em que ambos
pareciam em perfeita sintonia um com o outro?


O pensamento serviu-lhe de alerta.


Tudo bem que quisesse ajudá-la. Tudo bem até que a
desejasse... desde que não fizesse nada a respeito. Mas o assunto se encerrava
por ali. Seria inaceitável começar a pensar em termos de compreensão, ou
compatibilidade, ou qualquer coisa do género. Já destruíra a vida de Anahí Puente
Portilla uma vez. Não o faria de novo. Jamais! Sabia muito bem que era
exatamente o que qualquer espécie de envolvimento com ele acabaria resultando.
Até mesmo se o fantasma do marido não existisse entre ambos, não se julgava
digno de fazer parte da vida de nenhuma mulher decente.


- Devem haver maneiras menos árduas de se ganhar a vida - comentou, tentando mais uma vez conduzir a conversa para um
campo seguro.


E era verdade. Quase todas as manhãs acordava com algum
som produzido por Anahí, movendo-se quietamente pela cozinha, fazendo café e conversando
com os cães. Na maioria das vezes, já havia terminado todas as tarefas matinais
quando ele ainda mal acabara de se vestir. Ela trabalhava o dia inteiro na
fazenda, mas ainda encontrava forças após o jantar para brincar com as
crianças, cuidar da horta e do jardim, fazer consertos em roupas e assar pão,
entre outras coisas. Por trás de sua aparência frágil e curvas esguias, havia
uma energia inesgotável.


- Falando assim, você até está parecendo Hank Gorman, o
principal corretor imobiliário da região, que gosta^de chamar o que eu faço de
fazenda de subsistência.


- E o que quer dizer?


- Ele acha que eu deveria estar criando gado ou plantando algo mais lucrativo, como vegetais, ou alguns tipos de grãos, em vez de um
plantio pouco rentável como o de alfafa.


- E por que não tenta cultivar outra coisa? Duzentos e
cinquenta hectares me parecem terras o bastante, embora eu não entenda quase
nada desses assuntos.


- Não tenho condições. Mesmo que eu pudesse levantar um
empréstimo para o investimento necessário nas terras, o que não é possível por
causa da hipoteca, ainda assim, não teria capital para a contratação de
empregados efetivos. E no momento já tenho todo o trabalho de que consigo dar
conta. Talvez quando Michael e Emily crescerem as coisas melhorem e eu
reconsidere o assunto, mas por enquanto...


Alfonso pensou instantaneamente no dinheiro aplicado em
sua conta no banco de Arlington. Estava prestes a lhe dizer que se falta de
capital era tudo que a impedia de progredir, então que contasse com o seu. E se
a quantia não fosse suficiente para ambas as coisas, o investimento nas terras
e a contratação de pessoal efetivo, que ele poderia ficar para ajudá-la... só por
mais uns tempos, até que a nova situação se firmasse.


E, então, Alfonso se conteve. O que diabos estava
pensando? Esta não era uma simples viúva bonita e anónima precisando de algum
dinheiro para investir e de ajuda na fazenda. Era a mulher cujo marido ele
havia matado. Mesmo tendo um coração generoso, não significava que iria querer
tê-lo ali na sua propriedade por mais tempo do que o estritamente necessário.


Além disso, se lhe contasse sobre suas economias agora,
não havia nenhuma garantia de que Anahí não lhe cobrasse a quantia que lhe
devia e o mandasse embora, refletiu, com uma súbita sombra escura passando-lhe
pelos olhos verdes. E mesmo sabendo que não havia um futuro ali, descobriu que
ainda não se sentia preparado para partir. Não tinha certeza do porquê. Apenas...
não queria ir ainda.


Dando-se conta de que ela lhe lançava um daqueles olhares
Pensativos, ligou o rádio, e a voz animada de um cantor de música country preencheu
a cabine.


- Como fez isso? - indagou Anahí, surpresa. - Esse rádio
não funcionava há séculos.


- Eu o
consertei. - Foi a resposta sucinta. E, então, Alfonso se recostou no banco,
cruzou os braços sobre o peito e fechou os olhos, encerrando a conversa.


 






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Autor(a): annytha

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em ritmo de carnaval hoje vem bastante capitulos pra recompensar os dias sem postas. e também dedicado aqueles que ainda comentam e leem a web. gracias a todos.   Com um velho cobertor dobrado sob os joelhos, Anahí trabalhava em seu jardim. Era o início de uma noite de verão perfeita, não muito quente, com uma agradáve ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 90



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  • jl Postado em 22/11/2010 - 10:59:06

    Own, acabei de ler
    Historia linda e reveladora
    Parabens
    Obrigado por postar *-*

  • jl Postado em 22/11/2010 - 10:58:58

    Own, acabei de ler
    Historia linda e reveladora
    Parabens
    Obrigado por postar *-*

  • jl Postado em 22/11/2010 - 10:58:54

    Own, acabei de ler
    Historia linda e reveladora
    Parabens
    Obrigado por postar *-*

  • jl Postado em 22/11/2010 - 10:58:49

    Own, acabei de ler
    Historia linda e reveladora
    Parabens
    Obrigado por postar *-*

  • kikaherrera Postado em 29/03/2010 - 21:42:25

    Lindo o final o Poncho foi perfeito em tudo o que disse.
    Amei saber que vc vai postar uma nova web.

  • kikaherrera Postado em 26/03/2010 - 00:41:49

    Ainda bem que o Poncho caiu na real.
    Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

  • rss Postado em 25/03/2010 - 16:43:08

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