Fanfics Brasil - Anjo Sedutor (Terminada)

Fanfic: Anjo Sedutor (Terminada)


Capítulo: 23? Capítulo

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em ritmo de carnaval hoje vem bastante capitulos pra recompensar os dias sem postas.


e também dedicado aqueles que ainda comentam e leem a web.


gracias a todos.


 


Com um velho cobertor dobrado sob os joelhos, Anahí
trabalhava em seu jardim.


Era o início de uma noite de verão perfeita, não muito
quente, com uma agradável brisa soprando de encontro ao rosto. No gramado dos
fundos, Emily e Michael se divertiam a valer, pulando e espirrando água de sua
piscina inflável, a água morna por ter ficado sob o sol forte o dia todo.


Anahí se ocupava em arrancar as ervas daninhas que
teimavam em nascer entre suas flores e vegetais. Achava relaxante mexer com a
terra, e aquela tarefa em especial não requeria muita concentração.


O que era bom, pensou, já que sua mente parecia fixa em Herrera.
Com os vários dias de convivência, começava a descobrir um outro lado daquele
homem sob a fachada de insensível que se empenhava em demonstrar. Não que não
fosse durão, afinal ninguém sobreviveria a um trabalho como o de agente federal
do DEA sem uma boa dose de genuína impenetrabilidade.


Mas dividindo espaço com a imagem de fisionomia sisuda e
coração de pedra que ele queria projetar, havia outro alguém; um homem
vulnerável, do qual Anahí tivera um vislumbre no início da semana quando, para
sua surpresa, dera-lhe um ligeiro apanhado sobre a infância.


Esforçando-se para arrancar uma erva persistente, de raiz
bastante comprida, ela se dava conta de que, no dia do conserto da cerca,
descobrira tanto com o que não fora dito quanto com o que Herrera revelara. Não
houvera reminiscências sobre os diversos lugares em que vivera, nem histórias
dos tempos de escola, nem tampouco uma única evidência de afeto em sua voz ao
se referir ao pai. Em poucas frases, traçara o quadro de uma infância infeliz e
solitária; um quadro que a fizera condoer-se do
menino do passado e ao, mesmo tempo, desejar que existisse algo confortador que
pudesse dizer ao homem que era hoje.


Um desejo desconcertante, pensou. Bem, mas o que não era
desconcertante em relação a Herrera... O caso das luvas era um bom exemplo. Ao
vê-lo com as mãos desprotegidas no primeiro dia de trabalho, não hesitara em
comprar-lhe um par de luvas grossas, indispensáveis para o serviço pesado.
Fora-lhe um gesto normal, mas, quando as entregara a ele, a mais estranha
expressão surgiu em seu rosto másculo: uma combinação de surpresa por ela ter
notado, incredulidade em ter se importado com suas mãos e incerteza sobre como
agradecer.


Herrera se recuperara de imediato, é claro, dissera um
polido "obrigado" e desaparecera. Anahí ficara com a nítida impressão de que
uma demonstração corriqueira de interesse por seu bem-estar como aquela era
algo fora do âmbito de experiências dele.


E ontem, no final do dia, ao contornar a casa, avistara-o
brincando com os cachorros no gramado dos fundos. Apenas de jeans, ele removera
grande parte da poeira do dia de trabalho com a mangueira e deixara as gotas de
água escorrendo pelos cabelos dourados. Com os músculos dos braços e costas
reluzindo como bronze líquido, jogara uma pequena bola para os cães. Sua
costumeira expressão severa suavizara-se, adquirindo um ar divertido, enquanto
a dupla canina corria atrás da bola como um par de filhotes travessos. Quando
Floppy, agitando a cauda com furor, roubou-a sob o focinho do cão maior, Speed,
e a trouxe de volta correndo, Herrera chegara a sorrir. A visão deixara Anahí
quase sem fôlego. O sorriso não apenas lhe deixara o rosto atraente mais jovem,
mas havia outro detalhe. Sua expressão leve, relaxada, evidenciava que aquela
experiência banal de brincar com um par de cães era nova para ele. Por razões
que ainda não se julgava preparada para analisar, sentira-se profundamente tocada
em vê-lo experimentar alguns momentos de pura alegria.


De qualquer forma, o instinto a alertara que ficaria embaraçado
se o deixasse perceber que estava sendo observado. Assim, ela se afastara sem
ser notada, deixando-o prosseguir em paz com a brincadeira. Mas a lembrança
vívida ainda a perseguia, impossível de se ignorar.


Era algo similar, pensou, a sua percepção de Herrera
agora, sentado na varanda dos fundos, mantendo um olhar atento em Michael e
Emily, enquanto brincavam na piscina plástica. Era uma vigília noturna que
havia começado assim que ele sarara. Noite após noite, permanecia ali quieto,
apenas observando as cenas familiares: ou as brincadeiras dela com as crianças
no gramado, no balanço; ou os seus cuidados com o jardim, enquanto as crianças
se divertiam sozinhas. Certa vez, ao ver que haviam notado sua presença na
varanda, entrara rapidamente para o interior da casa. Assim, para não
afastá-lo, Anahí sempre fingia não vê-lo ali, deduzindo, por sua atitude, que
preferia ficar a sós.


Mas agora, depois de ter aprendido um pouquinho a seu
respeito, não podia deixar de perguntar a si mesma se tal isolamento não era
mais um hábito que Herrera não conseguia largar. Todos aqueles anos, morando em
tantos lugares diferentes, sempre sendo o garoto novo da rua e da escola, devem
ter lhe deixado alguma marca. Será que estava tão acostumado a se julgar um
intruso que simplesmente não sabia como dar o primeiro passo para uma
aproximação?


Ela jamais descobriria se não tomasse uma atitude,
pensou, determinada. De qualquer forma, já cuidara o bastante do jardim por
hoje. Levantou-se e reuniu a um canto o enorme amontoado de ervas daninhas e
folhas secas que havia arrancado. Trataria de recolhê-lo dali logo cedo, no dia
seguinte.


Depois, andou por entre a horta, chegando ao caminho
repleto de morangueiros. Abaixou-se e começou a colher as frutinhas. Quando já
tinha uma quantidade suficiente de morangos para preencher um prato fundo,
olhou casualmente na direção da varanda.


- Alfonso?
- Sua voz aveludada cruzando com suavidade  a distância. - Você poderia me trazer uma
cesta de vime? Acho que há uma aí nessas prateleiras.


 



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Autor(a): annytha

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Embora Herrera fosse apenas uma silhueta, a súbita tensão em sua postura não passou despercebida. Era provável que entrasse na casa, fingindo não a ter escutado, pensou Anahí, começando a achar que tivera a intuição errada. Mas ele não entrou. Após uma ligeira hesitação, olh ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 90



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  • jl Postado em 22/11/2010 - 10:59:06

    Own, acabei de ler
    Historia linda e reveladora
    Parabens
    Obrigado por postar *-*

  • jl Postado em 22/11/2010 - 10:58:58

    Own, acabei de ler
    Historia linda e reveladora
    Parabens
    Obrigado por postar *-*

  • jl Postado em 22/11/2010 - 10:58:54

    Own, acabei de ler
    Historia linda e reveladora
    Parabens
    Obrigado por postar *-*

  • jl Postado em 22/11/2010 - 10:58:49

    Own, acabei de ler
    Historia linda e reveladora
    Parabens
    Obrigado por postar *-*

  • kikaherrera Postado em 29/03/2010 - 21:42:25

    Lindo o final o Poncho foi perfeito em tudo o que disse.
    Amei saber que vc vai postar uma nova web.

  • kikaherrera Postado em 26/03/2010 - 00:41:49

    Ainda bem que o Poncho caiu na real.
    Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

  • rss Postado em 25/03/2010 - 16:43:08

    posta logo

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