Fanfics Brasil - CAPÍTULO CINCO Anjo Sedutor (Terminada)

Fanfic: Anjo Sedutor (Terminada)


Capítulo: CAPÍTULO CINCO

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No domingo, Anahí e as crianças pegaram uma carona até a
cidade com os pais de Car-son. Educada mas firmemente Alfonso recusou o convite
para se juntar ao grupo, argumentando que pretendia fazer alguns reparos na
caminhonete.


Na verdade, o que aquele monte de sucata precisava era
uma viagem só de ida até o depósito de ferro velho mais próximo, refletiu ele,
horas mais tarde, ainda continuando a trabalhar depois que Anahí e as crianças
haviam retornado. De qualquer forma, fizera uma revisão completa no veículo e
os reparos que estiveram a seu alcance, como o ajuste no carburador, a troca do
óleo e de algumas pequenas peças por outras em melhor estado que encontrara
numas prateleiras apinhadas do galpão. A correia do motor, as velas de ignição
e o platinado também precisavam ser substituídos, mas teria que esperar até
quando pudesse ir a Mission para comprá-los. Detestava a idéia de ter que
empatar um único centavo num veículo que estava com os dias contados. Em
especial, porque tinha a intenção de usar suas economias para dar um presente
anónimo a Anahí quando partisse. Apesar de não possuir nenhuma soma astronómica,
era mais do que suficiente para comprar-lhe uma caminhonete nova e ainda
sobrar.


Um repentino ruído interferiu na quietude do galpão.
Automaticamente, Alfonso virou-se. Com movimentos graciosos, precisos, ficou em
posição de luta, para o caso de haver algum intruso ali. Porém, quando se virou
não viu ninguém.


Por alguns momentos ficou sem compreender. Mas, então,
baixou.o olhar e deparou com o pequeno Michael, parado a poucos metros,
encarando-o boquiaberto.


Ele sustentou o olhar do menino. Ao contrário de Emily,
que passara a segui-lo por todos os lados desde o episódio da piscina inflável,
determinada a gostar de "Poncho", fosse ou não correspondida, Michael
continuara a manter sua distância. Sempre educado, o menino jamais lhe fora
hostil; podia melhor descrever seu comportamento como reservado.


Mas o que via na sua fisionomia agora era puro pavor. - Mamãe
pediu para dizer a você que o jantar está quase pronto - anunciou ele, o lábio
inferior tremendo, os olhos arregalados. Começou a recuar.


Horrorizado, Alfonso olhou para si mesmo, entendendo o
que se passava. Sem se dar conta, ainda permanecia na posição marcial, o braço
erguido, pronto para se defender.


A lembrança de um outro menino passou por sua mente. A
exemplo desta criança no galpão, aquela outra também tentara escapar do braço
erguido de um corpulento homem loiro de olhos verdes. A diferença era que para
aquele outro garoto do passado não houvera escapatória... não tivera como evitar
as bofetadas que se seguiram.


Angustiado, Alfonso baixou o braço e tratou de afastar as
dolorosas lembranças de sua infância.


- Espere. Por favor - disse, com gentileza. Por alguma
razão inexplicável, de repente era-lhe crucial que o menino soubesse que seu
medo em relação a ele era infundado. - Ainda tenho algumas coisas a fazer.
Talvez... você possa me ajudar.


Michael deu mais um passo atrás, mas subitamente
dete-ve-se, hesitante. Um brilho de interesse surgiu em seus olhos escuros,
porém, moderado com cautela.


- Não sei de que forma.


- Bem... eu poderia lhe mostrar.


- E mesmo? Me deixaria ver o que está fazendo na
caminhonete?


- Claro.


- Carson ajuda o pai de vez em quando na garagem
-comentou o menino, agora dando um passo a frente; o semblante um pouco mais
relaxado. - Só que o pai sempre grita com ele.


- Eu jamais gritaria com você - prometeu Alfonso, o tom sério.


- Mamãe também nunca grita comigo - revelou o menino, obtendo confiança o bastante para se aproximar mais.


- Nem mesmo hoje na escola dominical, quando falei sobre
você e a srta. Dixon disse a mamãe que a gente não deveria mais voltar à igreja.


Desconcertado com o novo rumo da conversa, Alfonso
perguntou:


- Quem é a srta. Dixon?


- É a minha professora da escola dominical. Quero dizer,
a professora de verdade é a Martha, mas está de férias... A srta. Dixon é a subs...
subs...


- Substituta.


- Isso. Hoje, quase na hora da gente voltar para casa,
ela mandou todas as crianças contarem algum motivo para se sentirem
agradecidas, entende?


- Sim. Continue, por favor.


- Quando foi minha vez, eu disse que estava contente
porque você está aqui ajudando a mamãe... mesmo você tendo que dormir no quarto
dela por ser um adulto tão grandão.


Alheio à expressão horrorizada que se estampou no
semblante de Alfonso, Michael soltou um profundo suspiro e, timidamente, olhou
para a ponta dos próprios pés.


- O rosto da srta. Dixon ficou vermelho, e quando mamãe
entrou, as duas foram para o canto da sala. A minha professora falou alguma
coisa e a mamãe ficou com uma cara esquisita. Depois disse a srta. Dixon que
devia se envergonhar do que estava pensando. E, então, a srta. Dixon respondeu
que se a mamãe iria agir daquele jeito, não precisava mais ir à igreja. Minha
mãe ficou vermelha e depois, bem quieta. Na volta para casa, perguntei se o que
eu tinha falado eia errado, e ela disse que não. E também para eu não me
preocupar. - O menino levantou os olhos ansiosos para fitá-lo.


- O problema é que vive me dizendo isso.


Com ar grave, Alfonso observou aqueles grandes olhos
cas-tanhos-escuros, tão semelhantes aos de Anahí. Havia um lado seu que estava
irado, percebeu. Um lado ávido para subir na caminhonete e ir até a cidade para
dizer à tal da srta. Dixon o que fazer com sua mente suja.


Felizmente, seu bom senso prevaleceu. Uma atitude
daquelas só tornaria as coisas piores para Anahí e não serviria para
tranquilizar Michael. Aliás, o menino continuava a encará-lo em expectativa, na
certa aguardando que lhe dissesse algo... adulto.


- Ouça... - Alfonso limpou a garganta. - Não creio que sua
mãe fosse mentir para você, certo?


- Nunca.


- Nesse caso, acho que se ela disse para você não se
preocupar, então você não deve.


- Acha mesmo?


- Acho - confirmou Alfonso, categórico. Ficou surpreso
com a dimensão do próprio alívio, quando a expressão do garoto se desanuviou.


- Está bem. - Parecendo esquecer por completo a conversa
anterior, Michael lançou um olhar esperançoso em di-reção à caminhonete. - Acha
que eu poderia dar a partida? Depois que você terminar de consertar.


Alfonso deu de ombros.


- Não vejo por que não. - Mais tarde pensaria a respeito
do que fazer sobre o outro assunto, decidiu.


- Sendo assim, acho que tenho que ficar e ajudar você,
não é?


- Claro. - Ele observou a expressão de alegria e gratidão
no olhar do menino. Sabia que conquistara sua confiança e foi dominado por uma
estranha sensação.


Em seguida, veio a inquietante constatação de que o que
estava sentindo era a queda de mais um muro na fortaleza de suas defesas.


 


 


 



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Autor(a): annytha

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  Anahí achava-se diante da pia da cozinha, terminando de preparar o jantar, quando ouviu o ruído de um motor. Olhou de relance pela janela e foi o tempo exato de ver a velha caminhonete passando pelo terreno, com Alfonso ao volante e Michael em seu colo. Ela piscou várias vezes, certa de que estava vendo coisas, mas não restou a men ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 90



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  • jl Postado em 22/11/2010 - 10:59:06

    Own, acabei de ler
    Historia linda e reveladora
    Parabens
    Obrigado por postar *-*

  • jl Postado em 22/11/2010 - 10:58:58

    Own, acabei de ler
    Historia linda e reveladora
    Parabens
    Obrigado por postar *-*

  • jl Postado em 22/11/2010 - 10:58:54

    Own, acabei de ler
    Historia linda e reveladora
    Parabens
    Obrigado por postar *-*

  • jl Postado em 22/11/2010 - 10:58:49

    Own, acabei de ler
    Historia linda e reveladora
    Parabens
    Obrigado por postar *-*

  • kikaherrera Postado em 29/03/2010 - 21:42:25

    Lindo o final o Poncho foi perfeito em tudo o que disse.
    Amei saber que vc vai postar uma nova web.

  • kikaherrera Postado em 26/03/2010 - 00:41:49

    Ainda bem que o Poncho caiu na real.
    Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

  • rss Postado em 25/03/2010 - 16:43:08

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