Fanfic: Anjo Sedutor (Terminada)
Anahí continuou a observá-lo, percebendo que as últimas
semanas o haviam transformado. Exceto pelo comprimento do cabelo, agora ele se
parecia muito mais com o guerreiro auto-suficiente, com olhos de gato, da época
do tribunal do que com o andarilho de olhar desesperado que havia tirado da
cadeia de Mission.
- Como está a caminhonete? - perguntou ela, ansiando
subitamente por algum pretexto que quebrasse aquele magnetismo. Colocou as
luvas de cozinha e abriu o forno, para pegar o assado que já devia estar no
ponto. Continuava a sentir a perscrutação dos olhos verdes, fazendo-a ter a
repentina consciência da forma sumária como estava vestida na miniblusa amarela
de malha e no shorts de brim que colocara depois que haviam chegado da igreja.
- Apenas rodando por algum milagre.
- Disso eu sabia - respondeu Anahí, num tom espirituoso,
muito embora ainda tentando decifrar por que se sentia tão pouco a vontade de
uma hora para a outra na presença daquele homem. No instante em que se abaixou
para pegar a assadeira pesada do forno, um par de braços bronzeados surgiu a
sua volta, deixando-a paralisada.
- Deixe-me ajudá-la. - Usando panos de prato para
proteger as mãos, Alfonso inclinou-se para retirar a assadeira do forno. Os
músculos de sua coxa roçaram na dela e uma mecha de seus cabelos dourados
deslizou pelo braço delicado.
A temperatura na cozinha elevou-se cem por cento. Anahí
permaneceu imóvel, manteve a respiração em suspenso, temendo até que a súbita
irregularidade da mesma pudesse ser percebida. Uma cena tórrida surgiu em sua
mente. Imaginou-se estreitando-se de encontro ao corpo másculo de Herrera e
depositando suaves beijos em sua garganta bronzeada. Quase podia sentir-lhe o
contato das mãos fortes deslizando até sua cintura esguia, puxando-a mais de encontro a rigidez de seu corpo viril; o
gosto que seus lábios cheios teriam, enquanto a língua invadisse sua boca...
- Pronto. - Alfonso retirou a assadeira do forno e
ergueu-a como se não pesasse nada, colocando-a num dos balcões. Depois virou-se
outra vez para o fogão, onde Anahí ainda permanecia agachada, e estendeu-lhe a
mão.
Incapaz de se mover, ela o encarou, ainda escandalizada
com o rumo de seus próprios pensamentos. Rezando para que ele não notasse a
maneira como sua mão tremia... ou a forma chocante como seus mamilos estavam
rijos de encontro à malha da miniblusa..., deslizou seus dedos delgados para o
interior da palma grande e quente.
- Obrigada. - Sua voz soou rouca. Deixou que Herrera a
erguesse pela mão, perplexa em descobrir que havia uma parte dentro dela que
queria continuar sendo puxada, até que cada centímetro seu fosse de encontro à
força daquele corpo musculoso. Seus lábios ficaram secos de repente.
Umedeceu-os e esboçou um sorriso, tentando ocultar o quanto estavam trémulos. -
Bem, acho que já podemos jantar.
Num gesto rápido, Anahí desvencilhou-se da mão forte e
virou-se para a assadeira no balcão. Olhou vagamente para a carne dourada e o
colorido de legumes que a cercavam, num molho espesso e aromático. Não sabia o
que devia fazer a seguir.
- Espero que você esteja com fome - murmurou.
- Oh, estou - disse Alfonso, a suas costas, soando
estranhamente sombrio. - Você nem imagina o quanto.
Ela refletiu sobre aquela resposta, mas antes que
conseguisse reunir coragem para fitá-lo e tentar descobrir o que poderia ter
causado a tensão em sua voz, Michael voltou correndo para a cozinha e o momento
passou.
Alfonso lavou a louça naquela noite.
Não dando sequer ouvidos aos protestos de Anahí,
afas-tou-a da cozinha, argumentando que se uma pessoa cozinhava, a outra
cuidava da limpeza.
Na verdade, sentia-se aliviado por ter algo para fazer.
Ao manter-se ocupado com a arrumação da cozinha, estava acalmando parte do
turbilhão que passara a dominá-lo depois que baixara a guarda de seus
pensamentos e se permitira refletir sobre o que Michael havia lhe contado; o
episódio na igreja com a tal srta. Dixon.
Durante as últimas semanas estivera tão absorto em seus
próprios sentimentos acerca das circunstâncias que começavam a mudar em sua
vida... sua culpa pela morte de Daniel; seu crescente senso de responsabilidade
em relação a Anahí e as crianças; a esperança de que talvez pudesse tornar as coisas
melhores para aquela família ganhando um pouco mais de força dentro de si a
cada dia. Estivera tão concentrado em tudo aquilo que não parara para analisar
como as outras pessoas encaravam a sua presença ali.
Nunca passara por sua cabeça que Anahí podia estar sendo
criticada por isso. Aliás, agora que pensava a respeito, dava-se conta de que
ela seria um alvo óbvio de fofocas e falatórios numa pequena comunidade como a
de Mission.
Era algo que o deixava furioso, indignado e aumentava
imensamente seu instinto protetor. A simples idéia de que pudessem estar
fazendo algum comentário maldoso sobre Anahí já o deixava possesso.
O que tornava as coisas piores era o secreto conhecimento
de que fosse lá o que as pessoas estivessem comentando, não poderia ser mais
repreensível do que o que ele de fato queria fazer. Isso ficara bem claro
quando se inclinara para pegar a assadeira do forno e esbarrara em Anahí sem
querer... Fora invadido por um desejo tão abrasador, tão intenso...
Quisera tomá-la em seus braços, desmanchar-lhe os cabelos
fartos e afundar o rosto em sua sedosa fragrância de morangos. Quisera
sugar-lhe os mamilos provocantes por sobre a mini-blusa amarela e, depois,
despi-la lentamente, cobrindo cada pedacinho de seu corpo perfeito com beijos
sôfregas. Ansiara por sentir o calor e a maciez de seus seios arredondados de
encontro ao peito nu, enquanto deslizasse as mãos por todas aquelas curvas
sedutoras...
Agora mesmo, só de pensar, o desejo já se reavivava tal
qual um fogo que jamais se extingue.
Seus lábios se torceram em autocrítica.
"Oh, você é mesmo uma figura, Herrera. Um poço de
dignidade. A mulher o tira da sarjeta e lhe dá a chance de recuperar um pouco
de seu respeito próprio, e o que você faz? Retribui transformando-a na estrela
de suas fantasias eróticas. Enquanto ela está lá em cima, lendo histórias
infantis para os filhos, você está aqui imaginando-a nua, deitada em cima de
você..."
Era imperdoável.
Autor(a): annytha
Este autor(a) escreve mais 30 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
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Acabando de esfregar o último balcão com raiva de si mesmo, Alfonso olhou ao redor da cozinha impecavelmente limpa. Não havia mais nada a fazer por ali. Decidiu sair um pouco para a varanda dos fundos. Lá fora mal anoitecera, as primeiras estrelas começando a surgir no céu que escurecia gradativamente. Deteve-s ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 90
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jl Postado em 22/11/2010 - 10:59:06
Own, acabei de ler
Historia linda e reveladora
Parabens
Obrigado por postar *-* -
jl Postado em 22/11/2010 - 10:58:58
Own, acabei de ler
Historia linda e reveladora
Parabens
Obrigado por postar *-* -
jl Postado em 22/11/2010 - 10:58:54
Own, acabei de ler
Historia linda e reveladora
Parabens
Obrigado por postar *-* -
jl Postado em 22/11/2010 - 10:58:49
Own, acabei de ler
Historia linda e reveladora
Parabens
Obrigado por postar *-* -
kikaherrera Postado em 29/03/2010 - 21:42:25
Lindo o final o Poncho foi perfeito em tudo o que disse.
Amei saber que vc vai postar uma nova web. -
kikaherrera Postado em 26/03/2010 - 00:41:49
Ainda bem que o Poncho caiu na real.
Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa -
rss Postado em 25/03/2010 - 16:43:08
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