Fanfics Brasil - Anjo Sedutor (Terminada)

Fanfic: Anjo Sedutor (Terminada)


Capítulo: 30? Capítulo

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Quando desapertou o último parafuso e removeu a parte
superior da bomba, compreendeu logo o que estava acontecendo. Praguejando
baixinho, constatou que quando substituíra a borracha de vedação, quatro dias
atrás, colocara-a ao contrário. Isso, sem dúvida, explicava o porquê do
vazamento contínuo. Sacudindo a cabeça, enquanto invertia a borracha de vedação
para a posição correta, lembrou-se que no dia em que a havia trocado, Alfonso
estivera trabalhando sem camisa no campo ao lado... um motivo justo para uma falha
tão tola.


Acabava de recolocar a parte superior da bomba, apertando
o último parafuso, quando um imenso relâmpago rasgou o céu. Sobressaltada com o
súbito clarão, Anahí olhou para cima e constatou que, do pálido azul que
avistara da última vez, o céu agora apresentava um tom plúmbeo e ameaçador. As
nuvens negras e carregadas haviam encoberto o sol por completo, anunciando que
a tempestade era iminente.


Logo a seguir, o estrondo de um trovão ecoou por toda a
parte, e o chão a seus pés pareceu estremecer. Em questão de segundos, as
rajadas de vento adquiriam enormes proporções e as primeiras gotas grossas da
chuva se precipitavam. Com crescente apreensão, Anahí avaliava suas
alternativas. Não se achava longe de casa, mas se caminhasse em campo aberto,
já que estava a pé, correria o risco de ser atingida por algum raio. Se, por
outro lado, permanecesse ali enfrentaria outro tipo de perigo. A chuva, que
antes fora uma mera ameaça longínqua, caía agora copiosamente. A casa da bomba,
estreita e com menos de um metro de altura, não apenas não oferecia nenhum
abrigo como ainda situava-se ao final de um declive. Se a chuva continuasse
torrencial, a água que escorreria pelas colinas não demoraria a surpreender
aquele trecho com uma enxurrada.


Raios ou enxurrada? "Até está parecendo o tema de um dos
sermões mais teatrais do reverendo Baker", refletiu Anahí, embora não achasse a
menor graça enquanto estudava suas opções.


Ao final, entretanto, a natureza interferiu e tomou a
decisão por ela, lançando assustadores ziguezagues de relâmpagos a uns
quatrocentos metros dali. Ofuscada pelos clarões ao redor e quase ensurdecida
pelos possantes trovões, Anahí encolheu-se de encontro a um dos lados de
madeira da casa da bomba, sabendo que não tinha outra escolha a não ser ficar ali
mesmo.


Alfonso bateu a porta da caminhonete, fechando-a de
encontro à ventania que tentava tirá-la de suas mãos e percebeu o quanto estava
exausto. Trabalhara mais de dezoito horas por dia na última semana, mas sabia
que a principal razão de seu cansaço eram as noites de insónia. Só que desta
vez não era o fantasma de Daniel Portilla que fazia seu coração disparar e as
mãos tremerem a altas horas da madrugada. Era Anahí.


Numa de suas inesperadas reversões de situação, ela, sem
saber, conseguira usar as exatas palavras que ele havia proferido, no intuito
de criar a barreira perfeita entre ambos, para fortalecer os sentimentos
crescentes que o dominavam.


"Nunca lhe disse o quanto sinto pelo que aconteceu com
seu marido." Tivera certeza de que a menção à queima-roupa do que fizera no
passado serviria para dissipar por completo a tensão sexual que pairara entre
ambos, refletia Alfonso, enquanto caminhava em direção à casa da fazenda.


"Eu sei", respondera Anahí, no entanto. E fora com tanta
convicção que, enfim, conseguira convencê-lo de que ela realmente o perdoara
pelo engano do qual jamais pudera perdoar a si próprio.


Não que ele não tivesse dito as palavras a sério. Fora de
todo sincero ao manifestar o quanto sentia pelo que fizera no passado; aliás, o
fato de dizer as palavras de arrependimento em voz alta até ajudará a aliviar
um pouquinho da culpa que sempre o perseguia. Mas, ainda por cima, receber o
perdão daquela mulher maravilhosa... Fora uma bênção inesperada; uma luz no fim
do túnel.


De qualquer forma, Anahí não ficaria feliz em vê-lo ali
tão cedo hoje, considerando a forma como a evitara nos últimos dias. Também
estava descontente, pensava Alfonso, correndo para chegar aos degraus da
varanda, quando as primeiras gotas de chuva começaram a cair. Sabia que, para o
bem de ambos, o melhor seria se continuasse a evitá-la. Mas, afinal, como
poderia ter adivinhado que transferir o seu dinheiro para o banco de Mission
seria uma operação tão fácil? Ou que resolveria alguns dos outros assuntos,
incluindo a compra de algumas peças para a caminhonete, tão depressa?


Ou, ainda, que o boletim meteorológico que ouvira na
barbearia, avisando que havia um alerta de enxurrada para algumas áreas, teria
um efeito tão estranho dentro de si?


Não conseguia compreender a súbita ansiedad* que o
invadira. Fora algo tão intenso que o fizera levantar da cadeira do barbeiro e
sair antes que o velho homem tivesse a chance de lhe cortar uma única mecha de
cabelo.


Agora que chegara à fazenda e via que estava tudo em
ordem não podia deixar de se sentir um tolo.


Ao entrar pela porta dos fundos, encontrou Michael e
Carson tão absortos na montagem de um aeromodelo que mal lhe disseram um "oi".
Era evidente que sequer haviam se dado conta da tempestade se formando lá fora.


- Oi para vocês também - respondeu Alfonso, servindo-se
de uma caneca de café da garrafa térmica.


Um clarão na janela anunciou o estrondoso trovão que logo
se seguiu. Os sons abafados e característicos vindos do andar de cima eram o
indício de que Emily devia ter começado a chorar a plenos pulmões.


- Puxa vida... - murmurou Carson. - Coloquei-a para dormir
há pouco mais de meia hora.


- Como assim, você a colocou para dormir? - perguntou Alfonso,
tomando o cuidado de não deixar transparecer o quanto ficara alarmado de
repente. Quando saíra, Anahí estivera cuidando da contabilidade da fazenda. E,
considerando a mudança no tempo, presumira que ela se achava em algum outro
lugar da casa. - Onde está a sra. Portilla?


Ignorando o suspiro de protesto de Michael, Carson
guardara a cola e todo o material do aeromodelo numa caixa, levantara-se e
começava a deixar a cozinha rumo às escadarias do corredor.


- Oh. Ela saiu depois do almoço - explicou, ainda se
detendo junto à porta. - Disse que ia dar uma espiada na bomba de água que está
vazando. - Olhando na direção da janela da cozinha, o adolescente percebeu o
quanto o céu estava escuro, sua expressão registrando perplexidade com a
abrupta mudança no tempo.


Apenas o peso do olhar curioso de Michael impediu Alfonso
de sair em disparada. Forçando-se a aparentar calma, sorveu mais um gole de
café e disse com toda a naturalidade que pôde reunir.


- Acho que vou dar um pulo até lá e ver se ela precisa de
alguma ajuda. Vocês dois acham que podem se cuidar sozinhos até a gente voltar?


- Claro - confirmou Michael, enquanto Carson assentia a Alfonso,
lançando-lhe um olhar significativo.


- Otimo. Não se preocupem se demorarmos um pouco, está
bem? Talvez tenhamos que esperar um pouco até a tempestade passar.


Carson voltou a assentir e, em questão de segundos, Alfonso
já descia os degraus da varanda. Alarmado diante da idéia de Anahí sujeita à
violência daquele tempo, sentou-se logo ao volante da caminhonete. Nesse
momento um outro relâmpago surgiu, suas ameaçadoras ramificações rasgando o céu
ao sul, exatamente na direção em que ela se encontrava.


 




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Autor(a): annytha

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Prévia do próximo capítulo

gracias pelos comentários. dedicados a minhas fieis leitoras!!! Num momento Anahí estava sozinha, encolhida, com a chuva torrencial a encharcá-la, e no momento seguinte Alfonso surgia ao seu lado, ajudando-a a levantar-se do chão. - Você está bem? - gritou ele, acima dos rugidos da ventania. - O que está fazendo aqu ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 90



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  • jl Postado em 22/11/2010 - 10:59:06

    Own, acabei de ler
    Historia linda e reveladora
    Parabens
    Obrigado por postar *-*

  • jl Postado em 22/11/2010 - 10:58:58

    Own, acabei de ler
    Historia linda e reveladora
    Parabens
    Obrigado por postar *-*

  • jl Postado em 22/11/2010 - 10:58:54

    Own, acabei de ler
    Historia linda e reveladora
    Parabens
    Obrigado por postar *-*

  • jl Postado em 22/11/2010 - 10:58:49

    Own, acabei de ler
    Historia linda e reveladora
    Parabens
    Obrigado por postar *-*

  • kikaherrera Postado em 29/03/2010 - 21:42:25

    Lindo o final o Poncho foi perfeito em tudo o que disse.
    Amei saber que vc vai postar uma nova web.

  • kikaherrera Postado em 26/03/2010 - 00:41:49

    Ainda bem que o Poncho caiu na real.
    Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

  • rss Postado em 25/03/2010 - 16:43:08

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