Fanfic: Anjo Sedutor (Terminada)

gracias pelos comentários.

dedicados a minhas fieis leitoras!!!

Num momento Anahí estava sozinha, encolhida, com a chuva
torrencial a encharcá-la, e no momento seguinte Alfonso surgia ao seu lado,
ajudando-a a levantar-se do chão.

- Você está bem? - gritou ele, acima dos rugidos da
ventania.

- O que está fazendo aqui? - perguntou ela, confusa e
desorientada com sua repentina aparição.

- Estava só de passagem - murmurou, sarcástico. Tentava
disfarçar o nó na garganta com o alívio em vê-la a salvo. - O que você acha?

- Alfonso...

- Fiquei preocupado, certo? - Notando-lhe a dificuldade
em manter o equilíbrio por causa da força do vento, ele a ergueu em seus
braços, ignorando-lhe as exclamações de surpresa. - Agora, responda minha
pergunta. Você está bem?

Anahí abraçou-o pelo pescoço, aninhando seu rosto frio e
molhado na curva do queixo dele. Estava tão contente em vê-lo que mal podia
falar. Estar em seus braços fortes e pro-tetores era como experimentar um
pedaço do paraíso.

- Estou bem - conseguiu dizer, enquanto Alfonso a
carregava rapidamente para a caminhonete, como se não pesasse mais do que
Emily.

Ele deixara o motor ligado e a porta do veículo
escancarada. Em poucos momentos, colocou-a para dentro da cabine e sentou-se ao
volante.

- Tem certeza? - insistiu, ao fechar a porta. Seus
intensos olhos verdes a perscrutá-la.

- Sim.

- Então, segure-se, está bem? Vou tentar chegar a parte
elevada do terreno, onde estaremos a salvo. Depois, vamos parar e dar um jeito
para que você se aqueça um pouco.

Alfonso estreitou o olhar através da água que escorria
copiosa pelo pára-brisa, tentando enxergar a estrada lamacenta a frente,
enquanto conduzia o veículo colina acima.

No instante em que chegaram ao topo, acionou os freios e
desligou o motor. Ao vê-la tremendo sem parar, começou a desabotoar a própria
camisa freneticamente.

- Que diabos você achou que estava fazendo? - perguntou,
brusco. - Não havia dito a você que eu mesmo vinha dar uma olhada na bomba
quando voltasse da cidade?

Apesar do frio externo, Anahí sentiu uma espécie de calor
ganhando vida bem dentro de si. Não sabia se era diante da visão do peito viril
que surgia, na medida em que ele despia a camisa, ou de sua própria reação ao
tom de censura em sua voz possante.

- Vo-você disse que-que ia ficar fo-fora o dia to-todo -
lembrou-o, tremendo. - Al-alfafa tão próxima à co-colheita quanto esta
pre-precisa de água.

Em resposta os olhos verdes fitaram-na, cortantes:

- Bem, se há uma coisa que sua alfafa não poderá se
queixar agora é de falta de água.

Ela não entendia a razão para tanta raiva. Aliás, também
começava a ficar irritada. Estava molhada, com frio e sem a menor vontade de
ouvir sermões... mas, ao menos, tentava ser razoável.

- Bem, e por que, afinal, você voltou tão-tão cedo?

- Acabei de fazer as coisas que precisava antes do que
pensei - respondeu ele, num tom que não dava margem a mais perguntas. Embolando
sua camisa, deslizou pelo banco e começou a lhe enxugar o rosto delicado com as
partes ainda secas do tecido.

Anahí empurrou-lhe a mão, tentando afastá-lo, mas era como
lutar contra o vento; ele era muito forte e impossível de ser contido.

- O que há com você, afinal? - gritou ela, sentindo-se
afetada pelo calor daquele peito másculo que parecia atraí-la como uma imã.

- Nada! Só não entendo por que diabos você tinha que vir
aqui e correr um maldito risco tão...

As palavras de Alfonso morreram, enquanto um clarão
intenso chegava à cabine. Os dois viraram-se a tempo de ver a casa da bomba,
onde ela estivera há poucos minutos, explodir, lançando pedaços de madeira para
todos os lados, no instante em que um raio a atingiu. Atónita, Anahí mal
assimilou o estrondo do trovão, tão violento que pareceu estremecer a própria
colina. Vi-rou-se para Alfonso e viu-o empalidecendo instantaneamente.

E de repente tudo aquilo era demais.

Ela se pôs a chorar.