Fanfics Brasil - CAPÍTULO SETE Anjo Sedutor (Terminada)

Fanfic: Anjo Sedutor (Terminada)


Capítulo: CAPÍTULO SETE

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dedicado ao meu anjo que me cuida do céu, te amo vó...


 


A tempestade passou tão depressa quanto começara,
deixando para trás um límpido céu azul e um sol de meio de tarde, que se
filtrava tenuemente pelos vidros embaçados da caminhonete.


- Você está bem? - O timbre possante da voz de Alfonso
varou o frágil silêncio.


Aninhada com languidez de encontro ao peito dele, Anahí
notou-lhe o tom de preocupação. Mas havia algo mais, algo que a fez sentir um
gélido arrepio.


Retraimento. Embora ainda estivessem abraçados,
compartilhando do calor de seus corpos despidos, ela podia sentir a súbita
mudança avisando-a que Alfonso estava batendo em retirada, voltando para detrás
de sua invisível barreira emocional.


Ao erguer a cabeça deparou com a expressão sombria
estampada no rosto dele e fez o possível para não demonstrar o quanto isso a
deixava alarmada.


- Claro que estou bem... Apenas deliciosamente exausta -
respondeu, enfim, Anahí tentando animá-lo com seu sorriso.


Mas sua tentativa não foi bem sucedida. Alfonso
limitou-se a retribuir com um olhar reservado. Em seguida, pegou sua camisa
amarrotada, jogada ao lado de ambos no assento, e colocou-a sobre as costas
dela. Sua voz soou um tanto áspera.


- Vista isto. - Com um poderoso movimento de seus braços,
ergueu-a com cuidado de seu colo e sentou-a ao lado no banco. - Não quero que
apanhe uma friagem.


"Então pare de agir assim", pensou Anahí. Queria
dizer-lhe que parasse de erguer aquela parede de gelo entre os dois, mas antes
que tivesse a chance, ele escancarou a porta da caminhonete e colocou os pés
calçados com botas para fora. Com agilidade, conseguiu vestir o jeans e sair do
veículo quase ao mesmo tempo. Avançou alguns metros pela colina verdejante e
deteve-se olhando para o horizonte, ficando de costas para o veículo.


Aturdida, Anahí permaneceu na cabine, tentando
identificar as emoções que a dominavam.


Mágoa e incerteza? Claro.


Ternura e exasperação? Impaciência, confusão, compaixão?
Sim, estavam todas lá, formando um turbilhão em seu peito.


A única coisa que não sentia, no entanto, era
arrependimento.


Mesmo tendo encontrado satisfação sexual com Daniel nos
anos de seu casamento, jamais em sua vida experimentara tamanho senso de
realização como agora. Era como se tivesse achado a outra metade de si mesma. O
que acabara de ter com Alfonso fora algo maravilhoso, sublime, ainda que um
tanto assustador.


E o mais importante era que o que tinham compartilhado há
pouco também parecera o correto.


Não pretendia deixar que ele transformasse aquilo num
erro, quando não o era, pensou, com súbita convicção. Com gestos apressados,
vestiu e abotoou a camisa dele, dobrando as enormes mangas. Pegou seus ténis do
amontoado de roupas molhadas e calçou-os antes de descer da caminhonete.


Ele a olhou de relance quando parou a seu lado, sua
expressão permanecendo grave e indecifrável. Depois voltou a fixar o olhar no
horizonte e disse abruptamente:


- Precisamos conversar.


- Sim, precisamos - concordou ela, aliviada em conseguir
manter a voz calma.


- Bem, para começar, talvez não tenha lhe ocorrido, mas
não usei nada para proteger você. É um pouco tarde para dizer que lamento, mas
é o que sinto. Não vai acontecer de novo.


- Entendo. - Anahí respirou fundo, procurando controlar a
repentina raiva. Obviamente aquele não seria o momento adequado para revelar
que o amava, pensou, mordaz. - Se importaria em ser um pouco mais específico?


- Como assim? - Alfonso continuava a evitar-lhe o olhar.


- Está dizendo que lamenta porque fizemos amor? Ou que
lamenta por não termos usado nenhuma proteção? E qual das duas coisas não
voltará a acontecer? E, só por curiosidade, tenho algum direito a dar minha
opinião?


- A questão é - começou Alfonso, enfim, virando-se para
encará-la, os olhos verdes faiscantes - , nunca levei a vida de um santo. Mas
eu jamais teria tocado em você se houvesse a menor hipótese de colocá-la em
risco. Para ser mais claro, esta é a primeira vez que não tomei nenhuma
precaução. Assim sendo, não precisa se preocupar em contrair alguma coisa.
Exceto talvez... - Fez uma pausa, sua voz tornando-se sombria - ... uma gravidez.


Aquele inesperado tom desolado contribuiu para dissolver
a raiva de Anahí de imediato, permitindo-lhe que ao menos tivesse conhecimento
de que aquele homem sempre tão enigmático se preocupava com ela de verdade. De
qualquer forma, jamais teria feito amor se não confiasse nele. E, embora uma
voz prática em sua mente a alertasse de que um bebê só complicaria ainda mais
uma situação já difícil, não podia negar a alegria que a simples idéia de ter
um filho de Alfonso lhe proporcionava.


Mas tampouco podia ignorar o óbvio fato de que ele não se
sentia da mesma maneira.


- Você nunca quis ter filhos?


- Não.


- Por que não?


- Quer mesmo saber? - Uma súbita frieza dominou os olhos
dele, avisando-a que não iria gostar da resposta.


- Quero.


- Meu velho costumava me surrar. Era um péssimo pai... E
acabei deduzindo que eu me tornaria um péssimo pai também.


A revelação causou um misto de indignação e revolta em
Anahí. A idéia de qualquer criança sofrendo abusos já era o bastante para
instigar todo o seu instinto protetor. Mas pensar em Alfonso sendo espancado na
infância... Oh, como gostaria de ser capaz de aplacar a antiga dor e angústia de
seus olhos verdes.


De qualquer maneira, teve presença de espírito o bastante
para não deixar transparecer seus sentimentos. Já o conhecia o suficiente para
saber que se demonstrasse o menor sinal de compaixão, ele se retrairia ainda
mais.


Pensou no quanto era um homem gentil e paciente com Michael
e Emily e o encarou nos olhos.


- Qualquer pessoa que abuse de uma criança deveria
receber o pior dos castigos. Mas você não é seu pai. Por que continuar a punir
a si mesmo por uma coisa que ele fez?


- Porque eu... - Por um segundo, Alfonso pareceu verdadeiramente
perplexo, um ínfimo de tensão deixou seu semblante. Anahí sentiu que obtivera
uma pequena vitória. Se não o convencera, ao menos dera-lhe algo para pensar.


Mas velhos hábitos custavam a morrer, o que ficou
evidente quando ele se fechou em si mesmo outra vez. Adquirindo uma nova linha
de defesa, deu de ombros, tornou a olhar para as demais colinas ao longe e
disse com indiferença:


- Esqueça. Estamos nos desviando do assunto. O que
importa é que isto que houve aqui não voltará a acontecer.


- Por que não?


- Droga, Anahí, você sabe por que não!


- Talvez. Mas quero ouvir você dizendo.


- Deixe para lá.


- Não. - Paciente, ela pousou a mão no braço de Alfonso,
para que se virasse em sua direção. A princípio ele continuou imóvel, mas
surpreendendo-a, consentiu, enfim, em voltar a fitá-la. Seu semblante
permanecia furioso e, ao mesmo tempo, distante.


- Quer me ouvir dizendo? Está bem, então. A razão para
não podermos estar juntos como qualquer casal normal é porque não o somos. Não
sou um sujeito decente que você conheceu na igreja. Não sou nem mesmo apenas um
andarilho que você tirou da cadeia! Eu sou o homem que matou o seu marido!


 



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Autor(a): annytha

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- Você cometeu um erro. Um horrível e trágico erro! Você é assim tão melhor do que o resto de nós que não consegue aceitar isso? Todo mundo erra. É uma característica humana. - Oh, é mesmo? Por que não tenta dizer isso a Michael quando começar no jardim da infância no m&ecir ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 90



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  • jl Postado em 22/11/2010 - 10:59:06

    Own, acabei de ler
    Historia linda e reveladora
    Parabens
    Obrigado por postar *-*

  • jl Postado em 22/11/2010 - 10:58:58

    Own, acabei de ler
    Historia linda e reveladora
    Parabens
    Obrigado por postar *-*

  • jl Postado em 22/11/2010 - 10:58:54

    Own, acabei de ler
    Historia linda e reveladora
    Parabens
    Obrigado por postar *-*

  • jl Postado em 22/11/2010 - 10:58:49

    Own, acabei de ler
    Historia linda e reveladora
    Parabens
    Obrigado por postar *-*

  • kikaherrera Postado em 29/03/2010 - 21:42:25

    Lindo o final o Poncho foi perfeito em tudo o que disse.
    Amei saber que vc vai postar uma nova web.

  • kikaherrera Postado em 26/03/2010 - 00:41:49

    Ainda bem que o Poncho caiu na real.
    Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

  • rss Postado em 25/03/2010 - 16:43:08

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