Fanfic: Anjo Sedutor (Terminada)
- Você cometeu um erro. Um horrível e trágico erro! Você
é assim tão melhor do que o resto de nós que não consegue aceitar isso? Todo
mundo erra. É uma característica humana.
- Oh, é mesmo? Por que não tenta dizer isso a Michael
quando começar no jardim da infância no mês que vem e todas as crianças tiverem
um pai exceto ele. Consegue sequer imaginar como seu filho vai olhar para mim
quando descobrir que...
- Ele já sabe!
Alfonso empalideceu, a expressão incrédula.
- O quê?
- Conversei com Michael logo depois que você veio para a
fazenda. Expliquei que você era um dos políciais que adentraram no nosso
apartamento naquela noite. E meu filho gosta de você mesmo assim. É um menino
de apenas cinco anos, mas até ele consegue entender que as pessoas não são
infalíveis, que coisas terríveis acabam acontecendo.
- Droga! Por que você está fazendo isso?
- Porque não vou deixar que você transforme algo que
acabou de ser tão bonito entre nós em algum engano terrível e culposo. - Anahí
voltou a pegá-lo pelo braço, mas foi a intensidade de sua voz que o manteve no
lugar. - Sou uma mulher adulta... já passei há muito da época de pedir
consentimento. O que acabamos de fazer, fizemos juntos. Acha que também não
tive a minha parcela de maus momentos? Que não houve um período em que repassei
milhares de vezes o que havia acontecido e pensei em todas as coisas que eu poderia
ter feito que talvez tivessem evitado a morte de Daniel? Acha mesmo que tem o
direito exclusivo a hipóteses do tipo "teria sido diferente se eu...", ou algo do
gênero? Mas que bem isso pode fazer? Trazer Daniel de volta? Não concorda
comigo que já se torturou demais?
Alfonso estudava-lhe o semblante sério com crescente
angústia. Enfim, explodiu.
- Droga! - pegou uma pedra grande do chão e atirou-a com
violência numa poça d`água ao longe. Depois foi caminhando pela colina e
atirando outra e mais outra, repetidas vezes, até que, ofegante, deteve-se
abruptamente. - Droga... - disse agora num murmúrio.
Minutos que pareceram uma eternidade passaram, até que
deixou as mãos caírem ao longo do corpo e se virou para Anahí, caminhando de
volta em sua direção.
- Por que não me diz o que quer de mim? - Sua voz já
calma pareceu soar alta, em meio ao súbito silêncio, - O que é que espera entre
agora e o dia em que eu for embora? Porque vou partir, Anahí. Prometi ajudá-la
com a colheita, mas depois disso... não importa o que me diga, ambos sabemos que
não posso ficar.
Ela ouviu o tom de desafio naquela voz torturada. Não
pôde deixar de se perguntar se estava tentando convencê-la ou a si próprio.
"Os espinhos que colhi são da árvore que plantei..."
Alfonso tinha tanto a oferecer se conseguisse parar de
ser rígido consigo mesmo o bastante para se dar conta disso. Anahí teve uma
convicção ainda maior de que ainda não podia revelar seu amor. Tal declaração
só serviria para fazê-lo sentir-se ainda mais culpado e acentuar seu já
exagerado senso de obrigação... E essa era a última coisa que ela desejaria.
O que queria de fato era ser correspondida, percebeu de
repente, com extrema clareza. Queria o amor daquele homem... mas jamais o teria
até que ele encontrasse uma maneira de perdoar a si próprio.
- E, então, o que me diz? - Alfonso estava tão próximo
que podia sentir o calor irradiando-se de seu corpo viril.
- Tudo o que quero é viver um dia de cada vez. Nada mais...
mas também nada menos.
Ele sacudiu a cabeça, como se mesmo aquilo fosse muito,
entretanto o restante de sua angustiante tensão acabou se esvaindo.
- Não posso prometer nada a você - disse-lhe, quase sussurrando.
- Não vou.
- Entendo.
- Está bem, então. Enquanto entendermos um ao outro.
- Oh, nós nos entendemos, sim - confirmou Anahí e, como
se fosse a coisa mais natural do mundo a fazer, pegou-lhe a mão, entrelaçando
os dedos de ambos com firmeza.
Sem mais uma palavra, andaram até a caminhonete para o
percurso de volta à fazenda.
O fantasma de Daniel Portilla voltou para assombrar os
sonhos de Alfonso naquela noite.
"Herrera?", sussurrou o espectro, vagando
inquietantemente pelos corredores da mente dele, encontrando-o sempre, por
maiores que fossem seus esforços para se esconder. "O que pensa que está
fazendo? Não basta eu estar morto? Não basta que meu filho sorria para você e
minha filhinha sente em seu colo? Ainda tinha que fazer amor com minha mulher?
Tinha, Herrera?"
comentem!!!
Autor(a): annytha
Este autor(a) escreve mais 30 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
gracis pelos comentarios Alfonso acordou com um violento sobressalto, o coração aos saltos, o suor frio brotando de sua testa. O fardo pesado da culpa sufocando-o, enquanto as perguntas de Portilla ecoavam em sua mente. Angustiado, levantou-se, vestiu o jeans, ignorando a tremedeira em suas mãos e rumou para a cozinha escura. Pela primeira vez ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 90
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
jl Postado em 22/11/2010 - 10:59:06
Own, acabei de ler
Historia linda e reveladora
Parabens
Obrigado por postar *-* -
jl Postado em 22/11/2010 - 10:58:58
Own, acabei de ler
Historia linda e reveladora
Parabens
Obrigado por postar *-* -
jl Postado em 22/11/2010 - 10:58:54
Own, acabei de ler
Historia linda e reveladora
Parabens
Obrigado por postar *-* -
jl Postado em 22/11/2010 - 10:58:49
Own, acabei de ler
Historia linda e reveladora
Parabens
Obrigado por postar *-* -
kikaherrera Postado em 29/03/2010 - 21:42:25
Lindo o final o Poncho foi perfeito em tudo o que disse.
Amei saber que vc vai postar uma nova web. -
kikaherrera Postado em 26/03/2010 - 00:41:49
Ainda bem que o Poncho caiu na real.
Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa -
rss Postado em 25/03/2010 - 16:43:08
posta logo
-
rss Postado em 25/03/2010 - 16:43:08
posta logo
-
rss Postado em 25/03/2010 - 16:43:07
posta logo
-
rss Postado em 25/03/2010 - 16:43:07
posta logo