Fanfic: Anjo Sedutor (Terminada)
Instantaneamente, Alfonso soube o que tinha que fazer.
Custando-lhe ou não a consideração de Anahí, o fato era que não podia deixá-la
continuar se preocupando com um problema cuja solução estava a seu alcance.
- Há uma outra alternativa.
- E qual seria?
- Poderia me deixar resolver a situação.
- Por acaso ganhou na loteria sem eu saber? - gracejou
ela.
- Não. - Ele limpou a garganta. - Mas tenho algumas
economias.
- Oh, mas achei que você...
- Não tivesse um centavo? Não é bem assim. Agentes
especiais do DEA recebem um bom salário, e eu nunca tive muitas despesas. Não
tive esposa, nem família, nem prestações de casa... Céus, mudei tantas vezes que
nem sequer móveis me preocupei em comprar. Alugava quartos já mobiliados, assim
eu depositava no banco a maior parte do que ganhava.
Anahí não fez nenhum comentário, mas ele sentiu uma
opressão no peito, enquanto ia se preparando para pergunta inevitável. Quando
os minutos se prolongaram, entretanto, não conseguiu ficar calado:
- Você sabe que não tentei deliberadamente enganar você,
não é?
Ela não respondeu de imediato. Continuou tensa, mas aos
poucos seu semblante foi se desanuviando.
- Sei. Mas por que você não mencionou nada antes?
- Bem, no início não me importei nem ou pouco com o lugar
onde estava... ou na cadeia, ou aqui, não fazia diferença. Assim, o assunto do
dinheiro não me pareceu relevante. Mas logo depois... eu não sei... Você precisava
de ajuda na fazenda e eu quis ajudar. Achei que se mencionasse algo só iria
complicar as coisas.
Alfonso notou uma ponta de decepção no olhar dela com sua
explicação e ficou irritado. Levantou-se de repente e começou a andar de um
lado ao outro da varanda, passando a mão pelos cabelos loiros. O que Anahí
esperava que lhe dissesse?
Que escolhera pagar sua dívida com trabalho em vez de
dinheiro porque gostava de pular da cama ao amanhecer para alimentar um bando
de galinhas? Porque adorava esmagar seus dedos consertando cercas de arame?
Porque sua idéia de diversão era passar horas nos campos sob um sol
causticante, atrás de ervas daninhas ou perseguindo o gado estúpido do vizinho?
Que quisera ficar porque assim que olhara para Anahí não
suportara a idéia de partir?
Sim! Algo dentro de si respondeu com toda a intensidade,
fazendo com que sua raiva se dissipasse tão depressa quanto como surgira. Que
os céus ajudassem a ambos, mas aquela era a pura verdade...
Devia contar a ela, pensou de imediato. Porém,
conteve-se. Que bem tal revelação poderia trazer? No decorrer do tempo, não
traria nenhuma mudança, exceto fazê-la pensar que havia alguma chance de um
futuro entre os dois... E sabia que era algo impossível.
- Bem, e por que está me contando agora? - indagou ela,
acompanhando-lhe as passadas inquietas pela varanda com um olhar pensativo.
- Porque você precisa da bomba de água, e eu tenho o
dinheiro e... - Alfonso deteve-se próximo aos degraus e ao fitar-lhe os grandes
olhos castanhos de perto, soube que ao menos devia-lhe parte da verdade.
Respirou fundo. - E porque não quero ver você preocupada. - Foi a admissão
máxima de que se importava com ela que conseguiu proferir.
- Está bem, então.
- Como assim? Quer dizer que não está zangada?
- Não. Até acho que entendo você... um pouquinho.
- Nesse caso, vai deixar que eu lhe compre a bomba?
- Não.
- Por que diabos não?
- Porque fico muito grata... - Anahí se levantou e pousou a
mão no braço dele num gesto terno - ... mas não posso permitir que você me dê de
presente algo tão caro.
Mesmo sabendo que estava sendo descuidado, Alfonso
pegou-lhe a pequena mão e levou-a aos lábios, seus olhos verdes continuando a
fitá-la com ardente intensidade. Talvez pudesse aguentar mais aquilo, pensou,
em seguida, ao soltar-lhe a mão e abraçá-la pela cintura. Havia uma grande
diferença entre um abraço amistoso e um desvairado de paixão...
- Quem disse que eu iria dá-la a você? - disse, sabendo
que como presente sua oferta não teria mesmo a menor chance. - Que tal se eu
comprar a bomba de água e a vender para você, com condições especiais? Digamos
cinco por cento do valor total como entrada, outros cinco por mês, num
arrendamento com opção de compra?
- Alfonso...
- Por favor...
- Suponho que estaria bem. Mas me reservo o direito de
discutir os termos amanhã.
- Por quê? - sussurrou-lhe ele, quase de encontro aos
lábios.
- Porque... você está me tirando a concentração...
Mais uma vez, Alfonso soube que estava atrás de encrenca,
mas não pôde resistir. Estreitando-a mais de encontro ao corpo que ardia de
desejo, começou a beijá-la.
Com uma satisfação primitiva, ouviu-a emitindo um suspiro
de prazer e sentiu-lhe os bicos acetinados dos seios ficando rígidos sob a
camisola e de encontro ao seu peito.
Os lábios dela se entreabriram num doce convite, a língua
esperando ansiosa pelas carícias da sua. Enquanto lhe explorava a boca macia,
uma imagem extremamente erótica surgiu na mente dele. Visualizou a ambos, na
relva macia sob o carvalho, as roupas espalhadas ao redor, as pernas dela
cingindp-o pela cintura, os cabelos castanhos deslizando-lhe provocantemente
pelos seios... a sensação inebriante que o dominaria no exato instante em que a
possuísse...
Seu autocontrole se esvaía pouco a pouco, como se seu
corpo tivesse ficado muito leve de repente e fosse-lhe impossível resistir ao
prazer de flutuar...
Até que se lembrou de quem era e de tudo dê bom que Anahí
merecia. Lembrou-se que jurara protegê-la, até de si mesmo; aliás,
especialmente de si mesmo, e parou para se perguntar o que estava fazendo.
Estremecendo por inteiro, interrompeu o beijo e deu um
passo atrás. Soltou-a de seu abraço e fez um esforço sobre-humano para ignorar
o suave som de protesto que surgiu nos lábios dela, o desejo não saciado que
espelhava o seu próprio ainda estampado nos olhos castanhos...
- É melhor você entrar - sugeriu-lhe, um tanto ríspido.
- Mas...
- Não tenho nenhuma forma de proteger você, lembra?
- Mas há outras...
- Não. Não vamos correr nenhum risco.
- Eu...
- Droga, Anahí... Entre!
Por alguns momentos ela ficou sem ação, como se tivesse
sido esbofeteada. Depois se foi, adentrando rápido na casa.
Alfonso não se mexeu; permaneceu no mesmo lugar da
varanda, concentrando-se em seu antigo ritual do controle pela respiração.
Apenas os vários anos de autodisciplina o impediram de ir atrás de Anahí.
Dizendo a si mesmo que o que fizera era o melhor para ambos, não importando o
que ela estivesse pensando a seu respeito, deu as costas para a porta... e para a
tentação... e mais uma vez levantou os olhos para o céu estrelado.
Não podia negar que, no fundo, gostaria muito que as
coisas entre os dois pudessem ser bem diferentes. Tampouco pôde evitar a dúvida
sobre o que iria lhe exigir mais esforços...
Arranjar a força de vontade para partir?
Ou reunir coragem para ficar?
comentem!!!
Autor(a): annytha
Este autor(a) escreve mais 30 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Anahí e Alfonso levantaram-se e deixaram seus respectivos quartos ao amanhecer, como de costume. O clima entre ambos estava tenso, fato que tentaram ignorar enquanto cuidaram das tarefas matinais e fizeram o desjejum. A tensão acentuou-se, entretanto, quando pegaram a caminhonete e rumaram para os campos, a fim de verificar estragos causados pela tempe ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 90
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jl Postado em 22/11/2010 - 10:59:06
Own, acabei de ler
Historia linda e reveladora
Parabens
Obrigado por postar *-* -
jl Postado em 22/11/2010 - 10:58:58
Own, acabei de ler
Historia linda e reveladora
Parabens
Obrigado por postar *-* -
jl Postado em 22/11/2010 - 10:58:54
Own, acabei de ler
Historia linda e reveladora
Parabens
Obrigado por postar *-* -
jl Postado em 22/11/2010 - 10:58:49
Own, acabei de ler
Historia linda e reveladora
Parabens
Obrigado por postar *-* -
kikaherrera Postado em 29/03/2010 - 21:42:25
Lindo o final o Poncho foi perfeito em tudo o que disse.
Amei saber que vc vai postar uma nova web. -
kikaherrera Postado em 26/03/2010 - 00:41:49
Ainda bem que o Poncho caiu na real.
Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa -
rss Postado em 25/03/2010 - 16:43:08
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