Fanfic: Anjo Sedutor (Terminada)
A charmosa cabeleira loira se fora, sacrificada pela
tesoura de algum barbeiro. De qualquer forma, teve que admitir que o estilo
mais curto combinou com ele. E tampouco estava rente demais, constatou
aliviada. Na verdade, era um corte moderno, que lhe dava um maior realce ao rosto
másculo.
- Me fazia sentir calor demais do outro jeito - explicou Alfonso,
passando conscientemente a mão pelas mechas aparadas diante daquele olhar
persistente. - O que achou?
- Gostei - respondeu ela, satisfeita em perceber que sua
opinião importava e que ao menos parte da tensão entre ambos se fora. - O novo
corte faz você parecer mais... jovem. - "E mais viril do que nunca", acrescentou
para si mesma, sen-tindo-se invadida por uma sensual onda de calor, apesar do
eficiente ar condicionado do supermercado. A fim de não deixá-lo notar o súbito
rubor em suas faces, tirou-lhe o pacote de farinha das mãos e colocou-o no
carrinho.
- Então, eu parecia velho antes? - perguntou ele, no
mesmo tom bem-humorado.
- Pré-histórico... - riu Anahí, provocando-o.
Alfonso riu também, até que os olhares de ambos se
encontraram num momento eletrizante. Era como se o tempo tivesse ficado em
suspenso, e uma incrível força quisesse arrastá-los um para o outro. Um desejo
primitivo, insaciável percorria suas veias e, enquanto trocavam aquele olhar
sensual, sabiam que não havia ninguém mais no mundo que pudesse aplacá-lo.
Foram apenas alguns segundos hipnóticos, mas suficientes
para transmitir a paixão delirante que os invadia.
Mas logo depois, com um simples piscar de olhos, a
expressão de Alfonso ficou neutra e seu jeito, reservado.
- Bem, quanto tempo acha que vai demorar para terminar as
compras? - indagou, um tanto áspero.
O inevitável retraimento daquele homem era como uma bofetada,
pensou Anahí, zangada e frustrada. Mas, quase que no mesmo instante, sua raiva
dissipou-se. Lembrou-se do encontro da noite anterior na varanda, do ar
torturado que vira nos olhos dele, e teve a certeza de que ainda devia haver
coisas que o atormentavam muito.
Será que teria a oportunidade de compreendê-lo a fundo e
poder ajudá-lo a superar tudo? A época da ceifa da alfafa se iniciaria na
próxima semana; era-lhe impossível ignorar o doloroso fato de que Alfonso
pudesse partir depois disso, como planejara. Ainda assim, estava determinada a
não lhe implorar que ficasse. Qualquer que fosse a escolha, esta teria que ser
dele...
Bem, mas, por outro lado, Anahí não pretendia desperdiçar
o precioso tempo que ainda tinham juntos. Decidida, amassou a lista de compras
e jogou-a com displicência no seu carrinho.
- Já terminei por aqui. Só falta arranjar gelo para a
caixa de isopor, para o transporte dos produtos perecíveis que comprei.
- Tem certeza de que não precisa de mais nada?
- Absoluta.
- Nesse caso vou providenciando o gelo, enquanto você
passa pelo caixa. - Um pouco menos indiferente, ele acrescentou: - Tem dinheiro
o suficiente na conta?
- Tenho. Não se preocupe.
Quando ficou sozinha, Anahí ainda fez uma parada
adicional com o carrinho num dos corredores do supermercado, antes de passar
pelo caixa. Apesar da seriedade âe seus sentimentos, não conseguiu evitar um
sorriso maroto ao ver a forma como suas mãos tremiam ao preencher o cheque.
Dispensando a ajuda do empacotador, empurrou sozinha para
fora o carrinho repleto de compras e encontrou Alfonso com a caminhonete a sua
espera junto à saída. Parecia mais másculo do que nunca, com a camisa branca
entreaberta, revelando o início do peito bronzeado, os braços fortes cruzados,
os olhos verdes cintilando sob o sol da tarde. Sua expressão permanecia
anuviada, dando-lhe um ar de felino enjaulado.
Assim que a viu, pegou-lhe prontamente o carrinho das
mãos e começou a carregar a caminhonete com os vários pacotes. Em poucos
minutos, ambos já deixavam do estacionamento.
- O que quer fazer agora? - perguntou ele, com exagerada
cortesia.
Foi um brusco choque para Anahí perceber que não fazia a
menor idéia. Ou melhor, que fazia, mas que estivera contando com Alfonso para
dar algum indício de interesse, antes que abordasse o assunto.
- Não sei... E quanto a você? O que gostaria de fazer?
Ela viu-o apertando o volante com tanta força que os nós de
seus dedos ficaram brancos. Mas aquilo aconteceu tão rapidamente, que começou a
perguntar a si mesma se não fora apenas sua imaginação... assim como já começava
a duvidar se a devastadora troca de olhares de desejo no supermercado chegara
de fato a existir.
Virando a esquerda no primeiro semáforo, ele reforçou-lhe
a crescente incerteza dando de ombros em resposta, antes de sugerir:
- Está com fome? Gostaria de parar para comermos alguma
coisa?
- Hum... Acho que não.
Quando o silêncio pairou entre ambos e foi se arrastando,
Alfonso perguntou:
- Que tal um cinema, então?
Anahí desviou o olhar para a avenida a frente,
responden-do-lhe na negativa, enquanto ele enumerava brevemente algumas
possibilidades. Não soube ao certo quando percebeu que passavam pela terceira
vez em frente a um mesmo restaurante e que, apesar da aparente compostura, Alfonso
estava dirigindo em círculos! A evidente prova de que ele não sentia tanta indiferença
quanto queria demonstrar, deu o empurrão que faltava à coragem de Anahí:
- Vamos a um motel.
Ele quase esbarrou num carro estacionado ao virar a cabeça
para fitá-la:
- O quê? - indagou, chocado.
- Não quero comer nada, nem ir ao cinema. Nem olhar vitrines,
nem tomar um café. Eu quero fazer amor. Com você.
"Brilhante, Anahí Puente! Como se pudesse haver outro
alguém..."
- Anahí...
- E prefiro que seja em outro lugar em vez da
caminhonete. Não que ontem à tarde não tenha sido bom. Foi maravilhoso, mas...
- Anahí!
- Que tal ali adiante? - Ela apontou para um pequeno
motel verde-e-branco que havia notado na segunda passagem por ali. Era uma
construção antiga, mas no conjunto o seu aspecto parecia acolhedor.
- Não - declarou Alfonso, com determinação. - Não vou
levar você a um motel barato qualquer.
- Oh... - Anahí gelou ante a recusa, porém logo se lembrou
do beijo carregado de paixão que haviam trocado na noite anterior. A despeito
da frieza com que ele agia agora, ficara evidente que a desejava com ardor.
Refletindo que não havia razão para não discutirem o assunto como adultos,
indagou: - Por que não?
- Porque... - Alfonso interrompeu-se, lançando-lhe um olhar
exasperado.
- Nesse caso, acho que não vamos precisar disto que
comprei no supermercado, não é mesmo? - Enquanto falava, ela retirou um enorme
punhado de envelopezinhos coloridos de preservativos de sua bolsa e atirou-os
sobre o cada vez mais atónito Alfonso. Lançando-lhe um longo e doce olhar de
inocência que aprendera com Emily, acrescentou: - Ou vamos?
proximos post só com comentários.
gracias y besos!!!
Autor(a): annytha
Este autor(a) escreve mais 30 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Quinze minutos depois, enquanto Anahí aguardava na caminhonete, um recepcionista entregava a ele a chave de um quarto do melhor motel de Pendleton. Ao subirem para o quarto, ela observou a expressão grave e contida de Alfonso perguntando-se se não o havia pressionado demais. Desconfiava que ele travava mais uma batalha interna consigo mesmo. Ao q ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 90
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jl Postado em 22/11/2010 - 10:59:06
Own, acabei de ler
Historia linda e reveladora
Parabens
Obrigado por postar *-* -
jl Postado em 22/11/2010 - 10:58:58
Own, acabei de ler
Historia linda e reveladora
Parabens
Obrigado por postar *-* -
jl Postado em 22/11/2010 - 10:58:54
Own, acabei de ler
Historia linda e reveladora
Parabens
Obrigado por postar *-* -
jl Postado em 22/11/2010 - 10:58:49
Own, acabei de ler
Historia linda e reveladora
Parabens
Obrigado por postar *-* -
kikaherrera Postado em 29/03/2010 - 21:42:25
Lindo o final o Poncho foi perfeito em tudo o que disse.
Amei saber que vc vai postar uma nova web. -
kikaherrera Postado em 26/03/2010 - 00:41:49
Ainda bem que o Poncho caiu na real.
Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa -
rss Postado em 25/03/2010 - 16:43:08
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