Fanfic: Anjo Sedutor (Terminada)

novos capitulos quentinhos para minhas primeiras leitoras.

- O que houve em seguida?

- Alguém tentou me acalmar. Expliquei que estava enjoada,
que precisava do banheiro. Ajudaram-me a levantar e eu entrei rapidamente, cada
vez mais nauseada...

- Prossiga, por favor.

- Quando meu estômago se acalmou e o enjôo passou, pedi
aos políciais que me dessem um momento a sós para trocar de camisa. Não queria
que Michael me visse toda ensanguentada. - Anahí fez uma pausa e respirou fundo
antes de continuar. - Eu chorava sem parar e, quando, enfim me deixaram
sozinha, lavei as mãos, o rosto e troquei a camisa.

- Onde se trocou? - perguntou o advogado.

Ela pareceu confusa por um instante e, em seguida, seu
semblante clareou.

- Peguei uma camisa usada do cesto de roupa suja do
banheiro.

- Fez mais alguma coisa enquanto esteve sozinha no
banheiro, sra. Portilla?

- Sim. Limpei os lugares manchados de sangue onde minhas
mãos tinham tocado, joguei a camisa que havia tirado do cesto de roupa suja e
recolhi rapidamente vários brinquedos de borracha de Michael que estavam
espalhados ao redor da banheira, guardando-os numa caixa. Como já disse, dera
banho no meu filho antes, mas ainda não arrumara o banheiro por não estar me
sentido bem. Me lembro de ter pensado... - a voz de Anahí falhou, um rubor espalhou-se
por suas faces pálidas - ... que todos iam me achar uma dona-de-casa desleixada,
estando o quarto de Michael bagunçado, o enjôo e... todo aquele sangue.
Obviamente, minha cabeça estava confusa demais.

- Houve alguma objeção por parte dos políciais por ter ficado
lá dentro sozinha?

- Ninguém estava prestando atenção. Como mencionei, a
situação era caótica, com as pessoas gritando umas com as outras.

- O que aconteceu depois?

- Um dos políciais bateu à porta do banheiro e disse que
Michael estava precisando de mim. Saí apressada e deparei com meu filho parado
junto à porta do meu quarto, chorando. Desesperada para que não visse o pai
naquele estado, peguei-o no colo e levei-o para a sala de estar. Depois de
alguns minutos, as coisas foram se acalmando e me perguntaram se havia alguém
que eu queria avisar sobre o ocorrido.

- E o que disse?

- Pedi-lhes que ligassem para Martin, o irmão mais velho
de meu marido. Havíamos tido problemas com a família de Daniel quando nos
casamos... eles não me aprovavam, para ser mais exata..., mas não pude pensar em
nada mais a fazer no momento.

- E o sr. Portilla foi até o seu apartamento?. - Anahí
assentiu e Johnson pediu-lhe gentilmente: - Em voz alta, por favor.

- Desculpe. - Ela limpou a garganta. - Sim, foi.

- O que houve quando o sr. Portilla chegou lá?

- Conversou com os políciais.

- Até aquele momento, sra. Portilla, havia conversado com
algum dos presentes sobre o que tinha acontecido?

- Não. Até o instante em que Martin chegou eu não fizera
nenhuma declaração.

- A polícia lhe perguntou, então, se seu marido possuía
alguma arma em casa?

- Sim.

- E o que respondeu?

- Que não, pois possuir armas ia contra os nossos
princípios.

- E o que disse quando o agente Herrera insistiu que
havia visto uma arma na mão do seu marido no momento em que este saiu do quarto
de seu filho?

- Eu disse que ele estava enganado. - Anahí passou de
leve as mãos pelo rosto. - Creio que retruquei que o sr. Herrera estava apenas
inventando um pretexto para ter atirado num homem desarmado.

O promotor levantou-se, dirigindo-se ao juiz.

- Meritíssimo, não vejo a menor relevância em tudo isso. É
simplesmente uma repetição dos depoimentos da sra. Portilla à polícia e do que
já foi apresentado ao júri. Fatos, que se me permite acrescentar, só conduzem à
culpa do acusado.

Johnson virou-se para o juiz.

- Asseguro-lhe que é muito relevante, Meritíssimo. O júri
precisa ouvir, dos lábios da sra. Portilla, o que ela acredita ter acontecido
naquela noite. Mostrarei por que em poucos minutos.

O juiz assentiu.

- Concedido. Mas vá direto ao ponto, sr. Johnson.

- Sim, Meritíssimo. - O advogado de defesa tornou a
virar-se para a testemunha. - Sra. Portilla, baseada no que acreditava, afirma
ter dito a verdade em todas as suas declarações anteriores?

- Sim, disse a verdade. Ao menos, era o que eu pensava
até ontem à noite, sr. Johnson.

- O que aconteceu ontem à noite?

- Fui arrumar algumas de minhas coisas. Eu... nunca mais
havia voltado ao apartamento depois daquela noite fatídica. No início, o lugar
ficara interditado pela polícia; logo depois, Martin providenciara para que
alguém fosse lá empacotar nossos pertences. Tudo, exceto nossas roupas, tinha
sido encaixotado. Por essa razão, foi apenas ontem que eu a encontrei.

- Encontrou o que, sra. Portilla?

- A arma.

Uma exclamação coletiva de perplexidade ecoou pelo
tribunal. Todos os olhares voltaram-se para Alfonso, certos, de que,
finalmente, veriam algum sinal de emoção perante a declaração bombástica.