Fanfic: Anjo Sedutor (Terminada)

- Não faça isso.
- Fazer o que?
-  Surpreender-me assim. -- Seus olhos se depararam com os dele e sentiu o estômago cair por dentro. - Faz quanto tempo que está parado aí?
- Tempo suficiente para saber de onde você tira seu apetite sexual. Há quanto tempo é viciada em chocolate Milky Ways?
- Eu não sou viciada em Milky Ways. Apenas me permito comer um pouco de vez em quando. O que faz aqui?
- Procurando você. - Olhou ao redor. - O que você está fazendo aqui?
-A maioria dos residentes não dirige. Há um ônibus, mas é geralmente usado para viagens pelo campo. Como as pessoas aqui não podem ir até mim com facilidade, eu venho a eles.
Ele olhou para os produtos de cabeleireiro espalhados por sobre a mesa.
- Parece um bom negócio.
- Nem é. A maioria deles vive de aposentadoria e não pode pagar para fazer o cabelo toda semana.
- Então você faz de graça? Ela bateu no bolso.
- Ganho bastante gorjeta.
- Doçura, o que você está ganhando não dá nem para pagar o almoço.
Ela deu de ombros.
- Não é esta a questão.
Ele a encarou longamente, como quem imagina qual seria a questão.
-  Como me encontrou? - ela perguntou, ansiosa para mudar de assunto.
Ele olhou para a mesa e riu.
- Segui o rastro de seus produtos.
-- Engraçadinho. - Ela tentou acalmar seu coração subitamente disparado. Ele estava perto demais. - E o que você quer?
-- Isto. - Aproximou-se e deu-lhe um longo e profundo beijo.
E assim ela ficou sedenta por ele novamente.
- Você me pediu para bancar o namorado, então aqui estou eu. Pronto e disposto. Então me diga, patroa, o que os namorados costumam fazer nesta cidade no domingo à noite?
Veio-lhe a repentina visão do corpo rijo e bronzeado de Alfonso esparramado em seus lençóis com estampas de margaridas.
- Assistem filmes - ela disse, tentando afastar a visão da mente. Tudo bem imaginar coisas sensuais com ele. Era compreensível. Mas de jeito nenhum levaria Alfonso para casa.
Temporário, ela procurou lembrar.
- Ou tomam sorvete na sorveteria Diva do Leite - ela acrescentou. - Ou jogam bingo no centro comunitário. Ou participam da festa. Isto hoje à noite. Amanhã à noite começam os eventos preliminares do rodeio, que continuam durante todo o campeonato. E depois tem o Baile de Outono na sexta.
- O que ia fazer esta noite?
- Experimentar diferentes tons de tinta na minha cozinha. - Ela havia escolhido oito latas diferentes, inclusive nas cores vermelho e amarelo.
- Posso ajudar.
- Não. - A última coisa que queria era ter Alfonso em sua diminuta cozinha. - Devemos fazer algo em público. Para que as pessoas nos vejam.
- Vamos ao cinema então. - Ele pegou a bolsa dela e piscou. - Estou seguindo-a, doçura.
Alfonso a seguiu até o carro e pôs as coisas dela na parte de trás.
- Eu a sigo até sua casa e deixamos seu carro lá. Ela assentiu e foram. Lembrou do que a mãe dissera sobre suas roupas e pensou em se trocar.
Isto não é um relacionamento de verdade. Você não precisa impressioná-lo.
Não mesmo, a despeito do quanto queria, repentinamente.
Cinco minutos depois ela ainda estava de calça jeans baggy e camiseta. Ela montou na garupa da moto e passou os braços em volta da cintura dele. O motor roncou, a moto deu um solavanco e eles então voaram em direção ao pequeno cinema da cidade.
Alfonso estacionou e Anahí desceu. Ele tirou sua bolsa do alforje na garupa e entregou a ela.
- O que você carrega aí? Pedras?
- Um quilo de balas de limão. Então ela lembrou.
Fechou os olhos e balançou a cabeça.
- Não acredito.
- Qual o problema? - Ela percebeu a preocupação na voz de Alfonso, que tocou seu rosto, fazendo-a olhar para ele. - Anahí, o que foi?
- A noite do pôquer. Esqueci da noite do pôquer no asilo de idosos. Nunca esqueço a noite do pôquer.
Até conhecer Alfonso.