Fanfic: Mi Mayor Error AyA | Tema: Los A - Ponny

Capítulo II - Sua Imagem de Anjo

*Alfonso*

Era mais uma manhã de muito trabalho. Alfonso estava
terminando os últimos preparativos para fazer outra
cirurgia numa jovem mulher de apenas 35 anos que
sofria fortes dores no coração devido a uma ponte
se safena mal feita a um tempo atrás. Havia reunido
toda sua equipe e checava os últimos detalhes com
o anestesista mais antigo de toda equipe. Os exames
estavam bons e apontavam que finalmente a cirurgia
seria satisfatória e a pobre mulher poderia ter um
pouco de sossego.

ALFONSO : Tudo pronto, Edgar ? Está seguro que o tipo
sanguineo dela é esse mesmo ? -- perguntou para o anestesista
que apesar de longa experiência conseguiu errar algumas vezes

EDGAR : Sim, Senhor Herrera. Acompanhei os testes 2 vezes. É o
tipo sanguineo correto. -- afirmou vendo a expressão do chefe
permanecer séria porém acreditando em suas palavras.

ALFONSO : Vamos iniciar a cirurgia então. Por favor o
bisturi. -- falou, pedindo o bisturi para a sua assistente
que prontamente lhe entregou enquanto Edgar, o anestesista,
aplicava a dose de anestesia no tubo ligado a paciente.

A cirurgia durou 5 horas, porém foi bem satisfatória o que
deixou Alfonso bastante feliz. Ele mesmo ao sair da sala de
cirurgia, após retirar seu avental cirúrgico, foi avisar a
família da jovem mulher que ela teria uma vida normal em
pouco tempo pois ao invés de colocar outra ponte de safena,
conseguiram o doador do coração e havia sido um sucesso. Viu
lágrimas nos olhos dos pais da jovem, eternamente agradecidos
por tudo. Lembrou-se dele mesmo quando entregou seu diploma de
médico pela primeira vez a sua mãe. Observou a filha da mulher,
que aparentava ter seus 8 ou 9 anos, ficar imensamente feliz com
a noticia. Pensou por uns instantes como a pobre criança deve ter
se sentido com a mãe sofrendo tudo isso. Poderia ser a filha dele
que nunca teve que por alguma razão precisasse ser consolada também.

Deixou a família depois de cumprimentar mais uma vez os pais e a pequena
criança que sorria a ele o tempo todo e foi para o consultório. Também
atendia os casos menos graves além de fazer as cirurgias. Receitava remédios
para jamais ninguém precisar ficar horas numa maca sendo aberto o peito.

Sua agenda estava cheia naquele dia. Atendeu um casal bem idoso em que
o marido da senhora, muito gentil e cordial, estava sofrendo de pressão
alta e isso agravou bastante o coração do pobre senhor. Alfonso mudou
vários medicamentos, além de recomendar que voltasse em 2 meses que
outros exames seriam feitos. E assim passou o dia. A noite chegou e
Alfonso deixou o prédio do hospital em que trabalhava indo direto para
casa. Poncho, como seus pais e amigos o chamavam, morava sozinho em uma
cobertura num bairro nobre do México. Seus pais também médicos, sua mãe era Neurologista
e o pai Cardiologista ao qual Poncho se inspirou na hora de escolher a profissão,
fizeram carreiras brilhantes na medicina acumulando dinheiro e fama, mesmo
assim jamais deixaram suas origens simples e isso Poncho admirava demais neles.

Ao entrar na espaçosa sala, deixou pasta em cima da mesa, largou os sapatos
no chão indo direto para o quarto. Única parte da casa que ele realmente
se sentia bem. Fora decorado da maneira que quis cada detalhe, desde as
paredes brancas, a cama king saze cor grafite, as escrivaninhas na mesma
cor e o armário com portas de correr branco. A suíte fora sua mãe que
escolhera a maioria das coisas, com medo do banheiro ter apenas boxe e
lugar para a toalha, já que Poncho nunca foi bom com detalhes como pia,
ou armário em que pudesse organizar suas coisas.

Tomou um longo banho se sentindo renovado. Estava exausto de
tanta correria e apesar de amar a profissão sentia falta da
vida menos agitada. Quando fora casado, achava que sua vida
estava completa que logo teria filhos e a alegria tomaria
conta da espaçosa casa. Porém o destino quis que a doce e
sonhadora Aurora se fosse muito cedo, deixando Poncho bastante
arrasado meses. Por conta disso ele guardou fotos, roupas e muitas
coisas dela durante muito tempo. Com muita insistência de seus pais,
se desfez das roupas aos doando para entidades de caridade ajudadas
por eles, mas as fotos permaneceram num lugar que somente Poncho sabia
onde estava. Se pegou algumas vezes chorando olhando o sorriso que o
conquistou de cara, assim que a viu entrando num restaurante onde
ele havia ido comer pizza com alguns amigos.

Saiu do banheiro se enxugando com uma toalha. Pegou cueca e
shorts no armário, e se vestiu no quarto mesmo. Sempre lia um
livro ou terminava anotações antes de dormir, porém o cansaço
era tamanho que logo ao deitar pegou rápido no sono.

O sonho era o mesmo.

**Vagava sozinho por uma rua deserta. Escutou um barulho
abafado e foi ver o que era. Se aproximou devagar e a
imagem de uma mulher apareceu logo em seguida. Uma luz
muito forte ofuscou a sua visão até que ele pudesse ver
quem era. Aurora estava parada sorrindo do outro lado da
rua e Poncho correu ao seu encontro, porém no meio do
caminho sentiu as pernas pesadas. Ouviu uma forte batida e
ao olhar novamente a calçada a viu desmaiada. Se obrigou a
levantar conseguindo terminar de cruzar a rua. Ajoelhou-se
ao lado dela, a pegando em seus braços com todo cuidado. Chamava
o nome dela em vão diversas vezes enquanto lágrimas inundavam seu
rosto. Um sentimento de culpa cada vez mais apertando em seu peito.

Ao olhar para suas mãos, Aurora não estava mais ali. Olhou em
toda direção e viu a sua frente a imagem dela lhe sorrindo e
dizendo "Adeus". Sumindo em seguida.**

**********************

Poncho acordou assustado e sentiu o travesseiro
molhado com as lágrimas. Seu anjo havia partido para
sempre e ele não pôde fazer nada. Ficou apenas a
imagem de um anjo em seus sonhos. Enxugando as próprias
lágrimas ele se perguntou quando aquilo acabaria. Já faziam
3 anos mas parecia que fora ontem.

Se acalmou, tomou um gole de água que mantinha na
cabeceira e conseguiu dormir novamente. O sono fora
pesado devido ao cançaso. Porém o pesadelo não voltou.