Fanfic: Perdidos (Vondy) | Tema: Vondy

Dulce Narrando

Estar cinco minutos atrasada pode não ser nada para alguns patrões, mas não para Christopher Uckermann, para meu chefe cinco minutos era como se fosse uma hora.

Subi até o último andar onde ficava sua sala, me sentei na minha mesa no momento que o telefone tocou.

Você era assim, tinha um sexto sentido e sempre sabia quando eu chegava, mesmo se eu não fizesse um barulho se quer.

-Escritório...- atendi logo falando.

-Na minha sala agora.- o senhor nervosinho falou do outro lado da linha.

Suspirei e me encaminhei pra sua sala, bati e ouvi um entre tão carinhoso quanto um coice de mula.

-Bom dia Sr.Uckermann. - dei um sorriso amarelo.

-Atrasada de novo Saviñón? Por acaso você está levando isso na brincadeira?

-Me des...- tentei argumentar.

-Não quero saber, você é paga muito bem então faça o favor de chegar no horário, agora pode sair.

Assenti e o xinguei internamente, porque ele tinha que ser tão grosso e estúpido? E porque eu tinha que ter me apaixonado logo por ele?

Voltei pra minha mesa e passei o dia trabalhando, lendo isso, revisando aquilo.

Ao meio dia quando pensei que poderia ir almoçar ele apareceu na minha mesa com uma tonelada de papéis.

-Quero que leia esses documentos e refaça os que estiver errado, quero um relatório completo até o fim da tarde, estou indo almoçar.- ele falou e saiu.

Eram cinco e meia da tarde quando terminei tudo, eu me sentia fraca, não havia comido nada durante todo o dia.

Coloquei tudo da mesa do Uckermann e ele levantou a cabeça pra me olhar.

-Vejo que terminou tudo, sente-se irei ditar algumas coisas e quero que você escreva tudo, a viagem pro Brasil esta marcada pra daqui dois dias, obviamente você terá que me acompanhar pra anotar tudo que for dito nas reuniões.

Assenti, eu nunca havia sentido tanta raiva dele como nesse momento.

-Antes que seu expediente acabe quero que a senhorita ligue pra floricultura e mande entregar algumas flores nesses endereços, as tulipas pra Natália, as margaridas pra Belinda e as orquídeas pra Angelique.

-Sim senhor.

-Pode ir - me levantei e senti tudo girar- Tudo bem? - ele perguntou com a testa franzida.

-Ótimo- respondi saindo da sala.

Fiz os pedidos das malditas flores e as enviei, em seguida guardei minhas coisas e desliguei o computador, já passava das seis e a empresa estava praticamente vazia, entrei no elevador e no momento que as portas estavam se fechando Christopher entrou.

Christopher Narrando

Entrei no elevador e Dulce estava lá, eu não gostava dela e nem de nenhum dos meus empregados, porque eles eram apenas isso, empregados.

Apertei o botão do estacionamento e o elevador começou a se mover.

Ficamos em silêncio, não tínhamos o que conversar e eu não queria conversa, se você der um bom dia para um empregado ele já acha que vocês são amigos e que ele pode fazer o que quiser.

-Inferno!-plaguejei.

-O que foi isso? Porque o elevador parou? - ela me encarou assustada.

Apertei o botão de emergência e esperei, ela andava de uma lado pro outro murmurando palavras sem sentido.

-Não adianta nada você pirar, isso não fará o elevador voltar a funcionar.- falei e me sentei no chão.

Mesmo no escuro consegui ver seu rosto pálido e sua expressão aflita.

-Sente-se Saviñón, a energia logo volta.

Ela suspirou e tirou o blazer se sentando no chão.

Ela falava coisas sem nexo e pude ver o suor brilhando em sua pele.

-Respire Saviñón- falei me aproximando.- Você tem claustrofobia?

Ela negou.

-Eu só nunca fui fã de elevadores.

Revirei os olhos, pessoas de classes inferiores tinham medos tão bobos.

Observei a mulher sentada do outro lado do pequeno espaço do elevador, ela era bonita, e se vestisse umas roupas mais sexys seria uma mulher muito sensual.

Era inteligente, isso eu não podia negar, eu não sabia muito sobre ela, apenas que viveu toda sua vida em um orfanato, as dezoito anos ganhou uma bolsa de estudos em uma das melhores faculdades do país e se formou em administração.

Ela se concentrou em algo em seu celular e eu puxei um cigarro do bolso, acendi e o coloquei na boca.

Ela me olhou com as sobrancelhas erguidas.

-O que foi?- perguntei rudemente.

-Vo..O Sr. poderia me dar um? Os meus acabaram.

O encarei boquiaberto.

-Não.

Ela me encarou meio chocada.

-O senhor devia ser um pouco mais gentil.

-E você devia ficar calada se quiser continuar com seu emprego.

As luzes piscaram e o elevador voltou a se mover, logo as portas se abriram, eu me levantei e sai.

Quando mais longe melhor.

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Alguém aí já lendo?