Fanfics Brasil - A formatura Cupido: A última flechada

Fanfic: Cupido: A última flechada | Tema: Romance entre o Anjo Cupido Eros e Psiquê


Capítulo: A formatura

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A formatura é um dos eventos mais importantes da vida de uma pessoa ela passa vários anos estudando para se tornar alguém e fazer algo de importante e a formatura é uma prova de que tudo valeu a pena, todo o esforço, Porém o que parece ser o fim de uma era é apenas o começo de algo maior que virá a acontecer e foi assim com Eros, após sua formatura sua vida deu uma grande reviravolta e ele passou por muita coisa. A história dele ficou gravada no coração de todos os anjos e mudou completamente a maneira como eles veem sua existência.


Tudo começou no dia da entrega do Arco e Flecha em que se determinava que um anjo havia concluído seu aprendizado. Naquele dia eu vi o sorriso no rosto de cada um dos formandos, principalmente em Eros. Nunca tinha visto aquele jovem tão empolgado, ele finalmente iria receber o instrumento de trabalho que o acompanharia pelo resto de sua vida e também receberia as instruções para sua primeira missão como Anjo cupido. Demorou muito até ele chegar aquele nível, foram treinamentos rigorosos, aulas sobre as regras, o objetivo, e como funciona toda a estrutura que gerencia as ações dos cupidos. Era evidente como a felicidade tomava conta do seu rosto. A partir daquele instante ele estaria autorizado a ir ao planeta terra. Todo anjo deve passar um período de seis meses lá ao lado de um humano para o conhecer e enviar um relatório para o Analista do amor verificar a melhor compatibilidade e encontrar o parceiro ideal, para que assim o cupido possa flechar o coração dos dois e deixá-los sendo felizes juntos.


Apesar de jovem, Eros tinha uma aparência bem madura, se fosse humano diria que tem mais ou menos 25 anos terrestre. Sua estrutura corporal era bem rígida com músculos medianos e uma pele clara como a neve. Seus cabelos loiros e os olhos verdes completava uma aparência que era quase como um padrão dos anjos cupido. Ao pegar o Arco e flechas e receber as vestimentas usadas pelos humanos, Eros se dirige até a bancada final.


— Tenho uma missão para você novato, espero que se saia bem. - Disse Kaleb com uma voz imponente enquanto entregava o arco e as flechas para Eros.


Kaleb era o Gerente de alocação. Ele é responsável por receber e distribuir as missões para os cupidos, ele não gostava muito de dar missões aos novatos, mas diante da quantidade de humanos na terra para a quantidade de anjos disponíveis para o trabalho ele era obrigado a fazer. Os humanos estavam cada vez mais se amando menos e dedicando seu amor às coisas materiais, ao dinheiro, isso estava causando um colapso no planeta terra. E medidas precisavam ser tomadas, como mandar anjos cupidos novatos ao planeta. E foi graças a esta necessidade que o jovem e inexperiente Eros estava saindo em missão. Todo orgulhoso da sua situação ele respondeu humildemente ao Gerente Kaleb -- Senhor estou preparado! não irei lhe decepcionar.


Eros se dirigiu até o cubo transportador que o levaria para o planeta terra. Era notório sua ansiedade. Enquanto o cubo se movia um vídeo era reproduzido nas suas laterais com orientações. -- Olá! você está sendo levado para o planeta terra, o lar dos humanos. Ao chegar ao destino algumas regras devem ser seguidas. 
1º Não usará seus poderes de anjo na presença de um humano.
2º Não deverá interferir na vida do alvo.
3º Não revelará o seu principal objetivo.
4º Um relatório deverá ser enviado num prazo de 4 meses. O descumprimento de qualquer uma dessas regras implicará em um julgamento que cancelará suas atividades como anjo cupido.


Eros tinha uma personalidade forte e tomava atitudes impulsivamente, entretanto conhecia seus deveres e obrigações e até então não havia desrespeitado nenhuma regra como estudante. Antes de sair e pisar pela primeira vez na terra ouviu o último e mais importante conselho. Lembre - se: Os humanos são seres complexos, com sentimentos complicados que são incompreensíveis para nós anjos, é recomendado que não tente entendê-los. Eles são livres para fazer suas próprias escolhas e essa liberdade acabou afetando a forma como pensam sobre sentimentos tornando - se propensos a sentir raiva, medo, angústia dentre outros sentimentos complicados.


Aquelas regras ensinadas aos anjos desde os primeiros dias assustavam de início, mas é o que motiva os anjos, pois é para isso que existimos. A flecha de um cupido contém um pouco da nossa água pura que é injetada no coração dos humanos, esse líquido tem um poder extraordinário que desperta o melhor em cada pessoa e interliga os corações acertados pela mesma porção elevando o amor e o desejo de estar junto, proteger e amar. O engraçado de tudo isso é que nós espalhamos o amor, mas não sabemos direito o significado dele, apenas sabemos que é uma força muito poderosa que faz com que os seres humanos se tornem pessoas melhores, que dedicam suas vidas a outro ser, gera uma nova vida, constrói uma família e garante a sobrevivência da raça. O nosso patrão parece adorar que os humanos sintam isso e nosso objetivo é dar uma forcinha a eles.


Eros finalmente chegou ao planeta terra e assim que desce do transportador se encontra com o intermediário que o olha de cima a baixo impressionado com o quanto o cupido da sua humana era jovem.


— Estão mandando anjos cada vez mais jovens, a situação tá complicada. Cuide bem da minha humana ela é uma pessoa legal. Murmurou o intermediário.


O intermediário ou anjo da guarda, como são conhecidos pelos humanos tem o dever de proteger a pessoa até que esta atinja a vida adulta, ele é responsável por guiá-la nos momentos difíceis evitar que coisas ruins aconteçam com ela e em determinado momento o Anjo consegue identificar qual melhor momento para que seu humano se apaixone, ao definir isso ele cria um relatório solicitando um cupido para flecha-la. E é aí que nós entramos, o intermediário deixa o humano e volta para receber nova missão e repassa a responsabilidade para nós, cupidos que nos disfarçamos de humanos entramos na vida da pessoa durante 4 meses e depois preparamos o relatório que irá servir para encontrar o parceiro para aquele humano. A partir daí só aguardamos a ordem de dar a flechada nos dois humanos e apagar da sua memória toda convivência dele conosco durante nosso disfarce.


Eros sabia de tudo aquilo ele era um aluno esforçado e tinha aprendido direitinho, mas ele estava tão anestesiado com o fato de realizar o sonho de conhecer a terra que mal prestou atenção nas orientações do guardião que impaciente chamou sua atenção. -- Eros, cuidado com o fascínio por este planeta, ele é lindo, tudo parece bonito, mas esconde seus mistérios. Agora pegue estas informações, você irá assumir o papel de um novato na empresa da humana e será treinado por ela, tente se aproximar o máximo dela para conseguir informações para o relatório. Neste papel está todas as informações que precisa. Boa sorte.


A falta de atenção era mais que justificada para um novato que conhece a terra. No mundo dos anjos as coisas são bem padronizadas todos usam roupas brancas e se parecem muito, além do mais o piso, os objetos, móveis, paredes, salas e até mesmo locais de lazer e treinamento eram da mesma cor. E a Terra é diferente, é tudo mais colorido, mais divertido, você tem o que fazer, o que comer, tem o verde das florestas, o azul dos céus. Os humanos não sabem o quanto foram privilegiados por viverem em um local tão único e bonito. Eros caminhava observando cada detalhe no seu rosto era visível seu fascínio e o quanto estava feliz em estar ali.


Enquanto caminhava admirando cada detalhe do lugar onde estava se depara com uma situação caótica, um prédio em chamas, correria, dava para ouvir o grito de desespero das vítimas que eram salvas pelos bombeiros do local, entretanto um pedido de ajuda chamou a atenção. Uma mulher gritava desesperada para que salvassem seu filho que dormia no último andar do prédio e que ainda estava lá dentro.


— Socorro! Alguém ajude pelo amor de Deus, meu filho ainda está lá. Gritava desesperada a mulher que tentava a todo instante se soltar de um bombeiro que a segurava impedindo ela de entrar no prédio em chamas.


— Senhora acalme -se para nós é impossível subir lá no momento, o fogo já consumiu toda a estrutura do prédio, mas não se preocupe a nossa melhor agente do corpo de bombeiros subiu para ajudar e vai fazer de tudo para trazer seu filho com vida.


Eros fica anestesiado com a situação, pois não podia ajudar a sensação de impotência começou a consumi-lo. Ele sabia que tinha as habilidades para salvar aquelas duas vidas, mas segundo as regras não poderia interferir. Parado observando a situação ele sentia como se seu corpo estivesse tentando se mover sozinho para entrar no prédio. Com sua super audição escuta um dos bombeiros ao longe dizer. - Ela não vai conseguir sair. Tanto ela como a criança irá morrer.


Ouvir aquilo despertou em Eros uma emoção que ele não entendia, um aperto no peito. Ao olhar para o prédio concentra sua visão, a parte verde de seus olhos ganham um tom acinzentado o que permite que possa enxergar através das paredes e ver a agente do corpo de bombeiros caída envolvendo a criança em seus braços protegendo - a do fogo. De repente a mãe cai no chão chorando e gritando muito, as pessoas em volta chocadas chorando, as vítimas sendo atendidas, Eros não entendia a emoção que sentia. Aquilo era totalmente diferente do treinamento que recebeu. Então sem pensar duas vezes corre em direção as chamas e entra no prédio. Ele enfrenta todas as chamas a fumaça e corre em direção às vítimas revelando suas asas agitando - as para diminuir o fogo e afastar a fumaça. Naquele momento caída no chão estava a agente dos bombeiros desmaiada sem a máscara de respiração, pois esta estava na criança. Eros não tinha outra solução, para sair dali precisaria usar suas asas mais uma vez, então pega as vítimas e voa para fora do prédio. As pessoas em volta olham aquilo surpresas, pois estavam avistando um anjo saindo do prédio. Eros pousa calmamente próximo ao carro dos bombeiros enquanto observa o rosto das pessoas incrédulas, ele então esconde suas asas e se surpreende ao ouvir um bombeiro dizer.


— Não se preocupe, seu segredo está a salvo. Obrigado por salvar essas vidas. - Antes de sair Eros olha para a bombeira que salvou. Ela tossindo abre vagarosamente seus olhos azuis e olha em direção ao seu salvador e diz com uma voz trêmula. - Obrigada por tudo. Posso saber o nome do meu heroi?


Aquela imagem nunca saiu da cabeça de Eros, ele se lembra de cada detalhe daquele dia, a mãe da criança feliz por ter sua filha a salvo, todas as pessoas agradecendo o ato, o sorriso da humana que foi salva, seu olhar agradecido. Eros não entendia o que estava sentindo, ele deu um sorriso bobo, mas não sabia por que aquela sensação boa, sentimento de satisfação e realização mesmo tendo quebrado as duas principais regras dos anjos.


O tempo foi passando e Eros não conseguia tirar o sorriso da humana a quem havia salvado da cabeça, volta e meia ele pensava nela, desejava conhecer ela melhor, falar com ela, ele estava se sentindo ligado a ela de alguma forma, mas sabia que não podia procura-la. Então resolveu seguir com o script e ir até o endereço passado pelo guardião procurar Psiquê, o alvo da missão dele. Quando encontrou o endereço Eros tocou a campainha e alguns segundos depois viu a porta ser aberta. Ele já tinha incorporado o personagem que assumiria. A porta se abriu e Eros teve uma surpresa. A pessoa que atendeu a porta era a vítima que ele tinha salvado do incêndio, ao vê-la Eros sorriu incrédulo e ficou sem saber como reagir, ele desejou tanto ver ela novamente e de repente ela estava ali na frente dele e ele iria trabalhar com ela. Eros então decidiu seguir o script e disse. -Olá, Psiquê eu sou Eros o novo estagiário que vai trabalhar com você na corporação. Eros observa atento preocupado que ela o reconhecesse ele observa bem o olhar dela e ao se apresentar vê novamente aquele sorriso que chamou sua atenção dias atrás. Ele não sabia explicar porque se sentia tão bem ao ver aquele sorriso, aquilo fazia tão bem a ele que se sentiu muito agradecido por poder vê-la novamente.


— Oi Eros, tudo bem? Eu sou a Psiquê. Será um prazer trabalhar com você.


Ao concluir a frase Psiquê dá um abraço em Eros. Eros sente seu coração palpitar, batendo acelerado, ele sentia um friozinho na barriga, mas ao mesmo tempo se sentia confortável, feliz. Seriam aquelas emoções pela sua primeira interação com uma humana? Ou havia algo mais? Eros não sabia se aquilo era comum de se sentir. Ele tinha treinado muito para estar ali, mas nem todo treinamento do mundo é o mesmo que estar vivenciando na prática.



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Autor(a): vandson

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