Fanfic: Sedução Fatal (Terminada)

Ele precisava de uma mulher.

Se Alfonso Herrera estivesse em qualquer outro
lugar do mundo, teria corrido direto para o primeiro bar. Mas estava no meio do
nada - um lugar também conheci­do como Skull Creek, Texas -, de modo que só
tinha uma opção: o quadragésimo segundo festival anual do Founder`s Day, uma
festança que durava uma semana e começava naquela noite.

Ele ajeitou o chapéu de caubói na cabeça e olhou em
volta. O lugar reservado para os festejos era o parque de diversões de dez
acres que ficava atrás da escola secun­dária. A área era cercada de pastos,
estendendo-se infini­tamente em todas as direções, o que fazia Alfonso lembrar
como estava de fato totalmente fora de seu ambiente natural.

Nada de luzes ofuscantes nem blocos de concreto, si­renes
uivando ao longe ou buzinas de carro. Mas sim o ruído dos brinquedos do parque,
gargalhadas explosivas e o lamento de um violino em uma espécie de cabaré para
o qual dava a enorme tenda onde se dava uma bata­lha de bandas locais.

Havia uma enorme roda-gigante e um carrossel mui­to
iluminado, além de outros brinquedos, como Xícaras-malucas e piões. Barracas
alinhadas com diversas atrações e prêmios como um enorme Bob Esponja de pelúcia
para quem derrubasse uma dúzia de latas de leite a bambolês por um dólar.

Ele voltou sua atenção para duas morenas que esta­vam
comendo cachorro-quente perto da barraca de argolas. Fez contato visual com uma
delas e sentiu o desejo em seus olhos. Ela lambeu os lábios de maneira suges­tiva
e ele se sentiu tomado pelo desejo. Então ele olhou bem para a outra, que o encarou
com o mesmo interesse evidente. Quando ela levou o cachorro-quente à boca sua
aliança cintilou, e ele desistiu.

Seu olhar se voltou para a linda loura que puxava
um menino pela mão. Seu irmão. Alfonso sabia, apesar de não a conhecê-la.

Ele conseguia ler seus pensamentos, sentir a frus­tração
em sua boca e o desprazer que a irritava. Esta­va tendo de bancar a babá, o que
não a deixava muito contente. Naquela noite queria sair com o namorado.
Queria...

Alfonso afastou os pensamentos da mente antes que
aca­basse dominado por eles. Já conseguira se enrolar bas­tante sozinho; não
precisava alimentar com as fantasias dos outros o desejo que já o dominara.

Viu outra mulher. Uma mulher espetacular com seus
trinta e tantos anos. Casada. Contando os segundos para escapar do marido e ir
com o irmão dele para a Casa dos Gritos. Os dois mantinham um caso há três
anos. Ele acabou se transformando em um vício do qual ela não conseguia se
livrar.

Alfonso sabia como era isso. Ele tinha um vício.
Sua maldição. Mas não por muito tempo. Ele vinha procurando e observando e
esperando durante os últimos dez anos desde que descobrira como se libertar, e
finalmente havia chegado a hora. Dentro de nove dias, iria escapar daquela fome
que o escravizava.

Teria encarar seu passado e seu senhor, e
derrotá-lo. E então seria uma pessoa normal outra vez.

Um homem, não um vampiro. Se quisesse vencer, tinha
de estar por cima no jogo. Totalmente alerta. Fisicamente forte. Emocionalmente
pronto. Poderoso.

E havia apenas uma forma garantida de se
fortalecer: tinha de se alimentar.