Fanfic: Sedução Fatal (Terminada)

Não que fosse virgem, veja bem.

Alfonso podia perceber isso, assim como percebia
qual­quer outra ameaça. Ela teve sua cota de encontros se­xuais, mas foram
poucos e espaçados. No fundo ela era ingênua em termos de homens. Ainda
alimentava sonhos dourados de um príncipe encantado, para sempre.

Droga.

Alfonso tirou o braço de debaixo dela. O melhor a
fazer agora era cair fora o quanto antes.

Claro, pretendia retomar as forças e o vigor pela
noi­te inteira, mas a última coisa que precisava -- a última mesmo - era passar
a noite inteira com Anahí Puente. Não porque ela quisesse mais do que ele
poderia ofe­recer, mas sim por causa de uns segundos de loucura em que ele
queria, sim, o mesmo que ela sonhava.

Quando ela envolveu-lhe o pescoço com os braços e
olhou bem dentro de seus olhos como se ele fosse o amor de sua vida, ele se
deixou levar pela fantasia também.

Gostou de ser olhado por uma mulher com olhos não
só de luxúria. Gostou demais. Tanto que esqueceu de si mesmo por segundos,
esqueceu do desejo que crescia assustadoramente e chegou perto - bem perto - de
ex­perimentar algo além do sexo.

Grande coisa.

Ele se sentou e jogou as pernas para o outro lado
da cama. Ela estava dormindo profundamente ao seu lado. Mas ele não tinha
ilusões de que ela continuaria assim. Ele a acordaria assim que ela retomasse
as forças. Quan­do estivesse quente e ávida por mais...

Ela franziu o cenho como se sentisse seu movimento
súbito. Ele lhe tocou a testa e desfez as linhas de ten­são.

Relaxe. Ele emitiu o pensamento, sem nada dizer, e
então a expressão de Anahí se suavizou.

Ele pegou o lençol enrolado ao pé da cama. Queria
cobri-la. Queria mesmo. Mas quando seus olhos se de­pararam com os dedinhos
rosados dos pés, ele simples­mente não se conteve. Queria ficar olhando para
ela.

Uma última olhada.

Seu olhar passeou pelos tornozelos delicados,
panturrilhas, joelhos e coxas.

Queimou por dentro de ciúme ao pensar em qualquer
pessoa -- homem ou mulher - tocando-a intimamen­te, mesmo para depilá-la. Na
verdade nunca se impor­tou muito com o jeito das mulheres de hoje em dia. Ele
era de um tempo em que ser natural era bom. Olhando para Anahí, contudo, ele
tinha de admitir que gostava do visual.

Gostava de tudo nela.

Antes que pensasse demais no assunto, forçou-se a
prestar atenção em seu ventre suave e nos seios rosados. Percorreu a coluna
delicada que formava o pescoço.

Seus cabelos louro-avermelhados se espalhavam sobre
o travesseiro. Ela inflou as narinas e um suspiro suave lhe escapou por entre
os lábios levemente entreabertos.

Cubra-a com o lençol. Agora, ele pensou.

Antes de conseguir cobrir a cintura, ele se
concentrou em um mamilo. Salivou ao lembrar do botãozinho intumescido em sua
língua. O mamilo inchou como se ele estivesse fazendo aquilo de verdade. Ele
sentiu a energia revirar dentro dela, crescendo e rodopiando loucamente.

- Aonde vai? - A voz suave de Anahí foi mais forte
que o estrondo no coração dele, e seus olhares se cruza­ram.

Olhos grandes e dourados de longos cílios o encara­ram.
Ele teve a fugaz impressão de estar saindo da cama de propósito.

Aproveite enquanto está bom, uma voz o lembrou.

Mas então ela sorriu e tocou a manifestação de seu
desejo, e de repente a única coisa em que ele conseguia pensar era em estar
dentro dela mais uma vez.